Um projeto fotovoltaico da Anadia Green, composto por três parques solares em Corteses, Quinta do Vale e São Fipo, no concelho de Condeixa-a-Nova, vai implicar o abate de 1070 sobreiros, dos quais 970 jovens e 100 adultos, numa área de cerca de 12 hectares.
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A autorização consta de um despacho da ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, e do secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira, publicado esta segunda-feira em Diário da República. O documento declara de “imprescindível utilidade pública” a construção dos três parques solares.
Trata-se de um investimento de 18,5 milhões de euros, que, segundo o despacho, “não só criará emprego de forma direta e/ou indireta na região, como também ajudará a combater a assimetria da nossa balança comercial com a redução das necessidades de importação de energia e/ou derivados”.
Para compensar o abate dos sobreiros, a Anadia Green, com sede no Porto, irá plantar 7396 árvores na propriedade Malhada do Vale, localizada na Freguesia de S. Salvador da Aramenha, no concelho do Marvão, no distrito de Portalegre. O plano de arborização abrange uma área de 18,49 hectares que poderá ser inferior “devido a afloramentos rochosos no local”, mas nunca será inferior a 15,39 hectares.
ICNF acompanha processo
O plano da empresa prevê ainda a substituição de um povoamento de pinheiro bravo existente por um puro de castanheiro.
Ao JN, Sofia Correia, diretora do departamento de Urbanismo, Ambiente e Desenvolvimento da autarquia de Condeixa-a-Nova, afirma que a câmara deu “parecer positivo com base nos elementos que temos que apreciar, que é o Plano Diretor Municipal”. “A questão dos sobreiros é uma questão paralela à Câmara. Quem permite ou não permite o abate de sobreiros e as condições é o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), não somos nós”, acrescenta.
O despacho determina que o ICNF faça o acompanhamento próximo da implementação do projeto de compensação.