Eduardo Vítor Rodrigues sai no final do mês e deixa duros ataques ao PSD
Eduardo Vítor Rodrigues despede-se, no dia 30, da presidência da Câmara de Gaia. Mas antes deixa duros ataques a um PSD “tomado por piratas externos” e a Menezes, que acusa de ter deixado um “caos financeiro” e de querer voltar por “desejo de vingança e poder”. O último ato público será a missa de S. Pedro da Afurada.
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Eduardo Vítor Rodrigues revela que anunciou a renúncia de mandato, a 15 de maio passado, não por causa de duas decisões judiciais que decretaram a sua saída, mas por não “aceitar” uma “perseguição” de que diz ser alvo pela oposição que, no concelho, está nas mãos do PSD.
“Bato com a porta para ver se os gaienses percebem o que está em causa e as montagens feitas para destruir as pessoas por motivações partidárias”, afirma, numa declaração de despedida partilhada nas redes sociais da Câmara de Vila Nova de Gaia.
O autarca socialista ainda vai apresentar as contas consolidadas na segunda-feira, em reunião de Executivo, oficializando, então, o pedido de renúncia, com efeitos a partir de 30 de junho. Ainda esta segunda-feira, Eduardo Vítor Rodrigues junta-se a outro autarca em despedida (por limitação de mandatos), cumprindo a tradição de um brinde com vinho do Porto no tabuleiro da Ponte Luís I com o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.
Depois de participar, no dia 27, na Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia que vai ratificar as contas consolidadas da autarquia, Eduardo Vítor Rodrigues participa nas festas de S. Pedro da Afurada, assistindo à missa solene, no dia 29 de junho pelas 11 horas. Em julho, já será a vereadora Marina Mendes a assumir as rédeas do Município.
“Nem tudo correu bem, é certo, mas hoje temos um concelho totalmente diferente do que aquele que recebi para cuidar”, declarou, numa mensagem de despedida, publicada nas rede sociais da autarquia, onde são vários os ataques ao seu antecessor, o ex-líder do PSD, Luís Filipe Menezes. A começar, ao enumerar a obra concretizada em 12 anos de gestão municipal, para atirar: “Compara-se tudo isto com outros municípios ou, como outros tempos, sem exibicionismos e sem guerras com vizinhos”.
“Desde 2013, começamos a trabalhar na recuperação das contas da Câmara. Estavam atoladas num caos financeiro reconhecido”, prosseguiu, para acusar a gestão social-democrata de ter deixado a autarquia, ao fim de 16 anos, com processos judiciais que culminaram em despesas superiores a 50 milhões de euros, “sem qualquer consequência”.
Em contraponto, Eduardo Vítor Rodrigues diz ter sido alvo de “questões judiciais”, assim como o seu Executivo (dando como exemplo, a operação Babel que envolveu o antigo vice-presidente Patrocínio Azevedo), que não resultaram em trânsitos em julgado. “Nunca me acusaram de desvios ou de corrupção”, declarou, para garantir estar de “consciência tranquila” e responsabilizar a oposição, em particular Luís Filipe Menezes e o antigo vereador das Obras Municipais, Firmino Pereira, embora nunca revele os seus nomes. “Sei que mexi em muitos vespeiros e isso custa caro”, atirou.
