Recordes na imigração: 329 mil entradas num ano e mais de um milhão de estrangeiros
Crescimento acelerado do número de imigrantes e discurso da direita radical transformaram a imigração num dos temas centrais da campanha eleitoral para as europeias.
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A população estrangeira residente em Portugal ultrapassou, pela primeira vez, no final do ano passado, um milhão de pessoas, mais 33% do que no ano anterior. Ao todo, em 2023, foram atribuídos 329 mil títulos de residência, mais 130% do que em 2022, de acordo com os dados fornecidos pela Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), ao JN. Este crescimento acelerado, conjugado com o discurso anti-imigração da Direita radical, explicam a razão pela qual este tema se tornou dominante na campanha para as eleições europeias. Mesmo que a generalidade dos portugueses não considere as migrações, nem uma ameaça, nem uma prioridade política.
Os dados da AIMA (a agência que substituiu o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) relativos a 2023 são provisórios, mas esclarecedores, relativamente aos dois principais indicadores com que se mede a imigração. No que diz respeito ao fluxo anual, foram emitidos, em 2023, títulos de residência a 329 mil pessoas, mais 130% do que em 2022, ano em que entraram 143 mil estrangeiros em Portugal. Destes, 38 mil são cidadãos de outros países da União Europeia (12% do total).