Líder termina a noite a assegurar ao país que votos dos emigrantes vão permitir ao Chega ultrapassar os socialistas no número de deputados: “acabou o bipartidarismo”.
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“É uma noite de vitória”, afirmou André Ventura. O Chega não venceu as eleições, mas matou o bipartidarismo e vai tornar-se no segundo partido após a contagem dos votos dos emigrantes, garantiu, declarando que o partido se tornou o líder da Oposição. “Não vou parar enquanto não me tornar primeiro-ministro”, afirmou, antecipando já o desejo de vitória nas autárquicas.
“Nada ficará como dantes em Portugal a partir de agora”, afirmou Ventura, revelando ter telefonado ontem a Luís Montenegro. “Teremos muitos dias para falar de Governo”, afirmou, por fim, não deixando de enviar um aviso: “o Governo de Portugal depende do Chega”. Escusou-se, no entanto, a responder se irá deixar passar o programa do Governo.
O PS ficou a menos de 50 mil votos de distância e com o mesmo número de deputados (58), mas ainda faltam os mandatos pela emigração, em que há um ano o Chega elegeu dois deputados.
“O Chega superou o partido de Mário Soares, matou o partido de Álvaro Cunhal e varreu do mapa o Bloco de Esquerda”, afirmou para gáudio dos militantes. O partido, frisou Ventura, já não é apenas um partido do Sul, mas nacional. “Deu um grito de revolta enorme”, revelando que durante a noite recebeu mensagens de diversos líderes da Direita europeia “honrados” com o resultado do Chega.
Um dia histórico. Fim do bipartidarismo e alternativa de poder, foram as expressões mais ouvidas durante a noite. Assim que as projeções foram divulgadas, o eurodeputado do partido, António Tânger Corrêa defendia ao JN que “o cordão sanitário vai cair, mais cedo ou mais tarde”. “É uma questão de medo de perda de poder”, insistia.