
Taxa de desperdício das vacinas ronda os 11,2%
Paulo Jorge Magalhães/Arquivo Global Imagens
Taxa de desperdício de 11,2%. Tribunal de Contas recomenda planos de comunicação “eficazes”.
Portugal inutilizou um total de 3,5 milhões de doses, a vasta maioria por ultrapassagem do prazo de validade, num valor estimado de 54,5 milhões de euros. Numa auditoria à vacinação, o Tribunal de Contas (TdC) considera que a ausência de um plano de comunicação aquando da administração das doses de reforço poderá explicar uma menor adesão da população. Recomendando, por isso, ao ministro da Saúde “planos de comunicação eficazes” em futuras campanhas.
De acordo com o apuramento feito pelo TdC, a taxa de desperdício das vacinas ronda os 11,2%, sendo que 99,7% ficaram inutilizadas por fim do prazo de validade e as restantes por quebras na cadeia de frio e outras causas. O que corresponde a “perdas potenciais de aproximadamente 54,5 milhões de euros”. Desperdício este, vinca, “minimizado através de empréstimos, revendas e doações”. Sendo a “taxa significativamente inferior à verificada em outros países”.
Planos de comunicação
Na sua análise, o TdC nota que “a campanha de vacinação [inicial] foi suportada por um plano de comunicação durante o mandato da task-force”. O que não se veio a verificar quando esteve “sob a alçada do Núcleo Coordenador de Apoio ao Ministério da Saúde”.
Tal inexistência na “fases de vacinação de reforço, vacinação das crianças e administração simultânea com a vacina contra a gripe pode ter sido um dos fatores que concorreram para uma menor adesão à vacinação, nomeadamente no que toca às doses de reforço”, considera a auditoria. Recomendado, por isso, ao ministro da Saúde que assegure que “futuras campanhas de vacinação sejam acompanhadas de planos de comunicação eficazes”.
Quanto aos sistemas de informação, que revelaram “constrangimentos e limitações”, recomenda o TdC a sua “modernização”. O diagnóstico do tribunal dá ainda nota das altas taxas de vacinação primária completa; que a compra centralizada de vacinas foi “determinante para garantir o acesso”; e que nas 1.ª e 2.ª fases foram vacinadas 100 mil pessoas por dia, “com apoio significativo dos municípios”. Com “impactos positivos sobre os efeitos da doença e a sobrecarga do Serviço Nacional de Saúde”. Considerando “o processo de vacinação eficaz e articulado entre os vários setor”.

