Ao quarto dia de guerra em Gaza o número de vítimas continua a escalar. Acompanhe ao minuto os principais acontecimentos do conflito que opõe israelitas e palestinianos.
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Uma jovem de 25 anos, luso-israelita, que estudava em Telavive e que foi dada como desaparecida após o ataque do Hamas em Israel, no sábado, foi encontrada morta esta terça-feira, adiantou a agência Associated Press (AP). Rotem Neumann estava desaparecida há pelo menos três dias quando o corpo foi encontrado. A morte foi confirmada por um primo, Tomer Neumann, à agência de notícias.
O Programa Alimentar Mundial (PAM) anunciou, esta terça-feira, que pretende fornecer ajuda alimentar a mais 600.000 palestinianos em Gaza e na Cisjordânia, na sequência do início da guerra entre Israel e o grupo islâmico Hamas.
A agência das Nações Unidas, com sede em Roma já está a ajudar cerca de 200.000 pessoas nos territórios palestinianos, mas quer lançar uma operação de emergência para fornecer ajuda alimentar a um total de 800.000 pessoas, disse um porta-voz à agência AFP.
O PAM está a pedir cerca de 16,3 milhões de euros para fazer face à "situação crítica" durante as próximas quatro semanas, em que as pessoas "enfrentam circunstâncias terríveis, sem acesso a alimentos, água e bens essenciais", declarou a agência em comunicado.
O PAM apelou também, tal como a Organização Mundial de Saúde (OMS), à criação de um corredor humanitário para levar ajuda e assistência humanitária à Faixa de Gaza, que está cercada por Israel.
A agência está também a "apelar à circulação segura e sem obstáculos do seu pessoal e dos fornecimentos essenciais".
O PAM informou ainda que, na segunda-feira, distribuiu alimentos prontos a comer a 73 mil pessoas, em colaboração com a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos.
"As distribuições prosseguem diariamente às pessoas deslocadas em abrigos em Gaza, numa altura em que se receia que a cidade esteja a ficar sem recursos essenciais como alimentos, água e eletricidade, com as infraestruturas danificadas a dificultarem seriamente a produção de alimentos e as redes de distribuição", afirmou o PAM.
Além disso, o PAM começou a transferir dinheiro para 164.000 pessoas em Gaza e na Cisjordânia, sob a forma de cupões que podem ser trocados por alimentos nas lojas locais.
O movimento islâmico palestiniano Hamas indicou, esta terça-feira, que dois dos seus altos responsáveis foram mortos em ataques do Exército israelita na Faixa de Gaza, confirmando um anterior anúncio do Exército.
Em comunicado, o Hamas confirmou a morte de dois altos membros da sua liderança política: Zakaria Muammar, que dirigia a seção económica, e Jawad Abou Shamala, que coordenava as ligações com outras fações palestinianas na qualidade de chefe do departamento das relações nacionais.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, disse esta terça-feira que "o terrorismo não tem desculpa" e comprometeu-se a dar a Israel todo o apoio necessário, nomeadamente para salvar reféns detidos pelo Hamas, incluindo cidadãos norte-americanos.
"Temos de ser claros: nós apoiamos Israel", disse Biden, prometendo que o seu país dará a Israel todo o apoio necessário para responder ao ataque perpetrado no sábado pelo Hamas e que causou uma escalada de violência, com milhares de mortes em ambos os lados.
Em declarações à imprensa, Biden realça que entre os que foram mortos nos recentes ataques do grupo terrorista Hamas estão bebés e mulheres "violadas, agredidas e exibidas como troféus".
O líder norte-americano alertou outros Governos para não entrarem no conflito na esperança de tirar vantagem da situação: "Eu tenho uma palavra: não", disse.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) revelaram, esta terça-feira, a situação no "kibutz" de Kfar Aza, invadido pelo Hamas no sábado. Várias famílias foram mortas no local, incluindo pelo menos 40 bebés – alguns até decapitados. As Nações Unidas afirmam ter "provas claras" de crimes de guerra.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, anunciou esta terça-feira a preparação de uma "ofensiva total" contra a Faixa de Gaza que alterará totalmente a situação no terreno, mas sem fornecer detalhes.
"Levantei todas as restrições. Recuperámos o controlo da fronteira e vamos passar para uma ofensiva total", disse Gallant durante uma reunião com militares israelitas e tropas de elite perto da fronteira com Gaza.
"Lutaram com grande valentia. Viram contra quem combatemos, contra animais humanos", disse o ministro, ao caracterizar os combatentes do Hamas como o "Estado Islâmico" de Gaza.
"Devido à vossa heroica ação, tereis o direito de alterar a realidade aqui. Vereis a transformação. O Hamas quis uma mudança, e vai mudar 180 graus em relação ao que pensavam. Vão arrepender-se desse momento. Gaza nunca voltará a ser o que era", prometeu Gallant.
"Não podem ser assassinadas crianças israelitas no campo e permitir que o Hamas continue a existir. Levantei todas as restrições: quem combater contra nós será morto, e usando todos os meios", insistiu o ministro.
Teresa Guimarães, médica portuguesa que se encontrava a trabalhar no Sheba Medical Center, em Israel, é uma das 80 pessoas que, esta segunda-feira, seguiu na aeronave C-130 da Força Aérea Portuguesa, encontrando-se agora em Larnaca, no Chipre. Ao JN, explicou que os "últimos dias foram muito confusos e intensos" e só agora, que está num lugar seguro, é que consegue perspetivar os momentos de angústia vividos antes de ser integrada no processo de repatriamento em curso.
"Estamos exaustos e só agora temos noção do perigo que vivemos", recorda a médica, que está albergada numa base militar em Larnaca, onde todo o grupo "está a ser muito bem tratado" e tem acesso a um quarto com beliches e refeições.
"Aguardamos agora o voo da TAP que nos vai levar até Lisboa, mas acredito que já não vamos conseguir sair daqui hoje. Uma senhora da Embaixada explicou-nos que o avião militar está a ser usado para ir buscar mais portugueses a Televive e só quando todos chegarem aqui, e conseguirem encher o avião da TAP, é que voltamos a Portugal. Não temos, para já, qualquer perspetiva", revelou.
Teresa referiu que, em Televive, tal como outras cidades israelitas em torno da capital, "estão em alerta máximo devido aos mísseis lançados" pelo Hamas e, como tal, é difícil apontar quando é que o grupo vai poder regressar. "As pessoas que ficaram estão em pânico porque as sirenes não param de tocar", assinalou, acrescentando que horas antes de ingressar no voo da Força Aérea esteve no hospital onde estava a trabalhar e deparou-se "com muitas famílias a dormir em colchões" dentro do edifício.
Fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros explicou ao JN que o voo da Força Aérea, que vai buscar os restantes portugueses em lista de espera (cerca de mais 80), está dependente da permissão das autoridades israelitas, deixando o regresso sujeito a condições de grande imprevisibilidade.
O número de mortos israelitas na sequência da ofensiva surpresa do grupo islâmico palestiniano Hamas, iniciada no passado fim de semana, ultrapassou os 1000, indicou um oficial militar israelita esta terça-feira.
O general-brigadeiro Dan Goldfus anunciou o número atualizado de vítimas mortais do ataque durante um encontro com jornalistas.
O oficial israelita falava num momento em que Israel deu início a uma intensa ofensiva de ataques aéreos em Gaza, que já causou 830 mortos do outro lado e provocou uma destruição generalizada.
"Vamos partir para a ofensiva e atacar o grupo terrorista Hamas e qualquer outro grupo que esteja em Gaza", assegurou Goldfus, acrescentando que Israel está determinada em "mudar a realidade dentro de Gaza", para evitar a repetição de um ataque como o do passado fim de semana.
Aviões de guerra israelitas atacaram, esta terça-feira, bairro por bairro na Faixa de Gaza, reduzindo prédios a escombros e fazendo com que as pessoas procurassem todos os meios para encontrar segurança no pequeno e isolado território, enquanto Israel prometia uma retaliação ao ataque surpresa do fim de semana do Hamas.
As organizações humanitárias apelaram à criação de corredores humanitários para levar ajuda a Gaza, alertando que os hospitais locais, sobrelotados com feridos, estão a ficar sem meios e recursos.
Israel interrompeu todo o acesso de alimentos, combustível e medicamentos a Gaza, e o único acesso, a partir do Egito, foi encerrado esta terça-feira, depois de ataques aéreos terem atingido alvos perto da passagem da fronteira.
Sob controlo do Hamas, Gaza é um território com 41 quilómetros de comprimento e 10 quilómetros de largura, situado entre Israel, o Egito e o Mar Mediterrâneo.
O enclave tem cerca de 2,3 milhões de habitantes e está sob um bloqueio israelita desde 2007.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, assegurou que os ataques dos últimos dias a alvos do Hamas, na Faixa de Gaza, foram apenas o início da retaliação militar. À promessa junta-se um conjunto de indícios que aponta a possibilidade de uma ofensiva terrestre poder ser lançada em breve. Leia mais AQUI
O balanço da ofensiva do Hamas e contraofensiva de Israel na Faixa de Gaza é de quase 1500 mortos: 800 do lado de Israel e 687 em Gaza.
Entre as vítimas mortais há várias nacionalidades, nomeadamente, 11 cidadãos norte-americanos, 18 tailandeses, 10 nepaleses, sete argentinos, dois ucranianos e dois franceses.
"A direção palestiniana, encabeçada pelo presidente [da Autoridade Nacional Palestiniana - ANP, Mahmood Abbas, também conhecido por] Abu Mazen, esteve e continua a estar em contactos intensos com todos os líderes mundiais para pôr imediatamente termo a esta guerra devastadora", afirmou o secretário do Comité Executivo da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Hussein al-Sheikh.
Segundo al-Sheikh, o objetivo dos contactos é o de "parar a cascata de derramamento de sangue, a destruição de cortar a respiração e as deslocações forçadas".
"A liderança [palestiniana] apela à entrega de alimentos de emergência e de material médico à Faixa de Gaza", prosseguiu o secretário do Comité Executivo da OLP na conta pessoal na rede social X (antigo Twitter).
Até ao momento, Israel confirmou mais de 900 mortos e 2700 feridos desde o início da ofensiva do Hamas, lançada no sábado e apoiada pela Jihad Islâmica.
Do lado oposto, as autoridades sanitárias palestinianas confirmaram 765 mortes e cerca de 4000 feridos em consequência dos bombardeamentos e ataques israelitas na Faixa de Gaza
A ofensiva lançada pelo grupo palestiniano Hamas contra Israel provocou uma onda de solidariedade no mundo árabe, sobretudo nas redes sociais, onde foi criada a "hashtag" "dilúvio de al-Aqsa" para saudar o ataque sem precedentes a Israel.
Logo nos primeiros momentos da ofensiva, muitos cidadãos de Beirute saíram para as ruas para distribuir bolos e dançarem. As mesquitas têm transmitido orações e palavras de apoio à "resistência palestiniana".
Em Damasco, na Síria, a ópera nacional está, desde sábado, iluminada com as cores palestinianas e várias filas de carros cruzam a cidade, agitando bandeiras palestinianas e sírias e fazendo ouvir em altifalantes canções de louvor à "resistência".
No Egito, vários apresentadores de programas pró-regime, geralmente muito hostis ao Hamas, elogiaram "a resistência de um povo oprimido" e saudaram o "golpe dado à teoria da invencibilidade israelita". Durante um jogo da equipa de futebol al-Ahly, no Cairo, os adeptos gritaram "com a nossa alma, com o nosso sangue, sacrificamo-nos por ti, Palestina".
Na Tunísia, está prevista para quinta-feira uma grande manifestação "de apoio à resistência palestiniana" e, na segunda-feira, os estudantes saudaram a bandeira palestiniana nas escolas por iniciativa do Ministério da Educação.
Também em Bagdade, no Iraque, vários grupos pró-iranianos organizaram manifestações de apoio, agitando bandeiras palestinianas.
Milhares de crianças estão a ser afetadas pela escalada das hostilidades na Faixa de Gaza e necessitam desesperadamente de assistência humanitária e proteção, alertou o porta-voz da UNICEF, James Elder.
De acordo com um comunicado da organização, centenas de crianças israelitas e palestinianas foram mortas e muitas ficaram feridas nas últimas 72 horas, na sequência do conflito, iniciado no sábado.
"A onda de violência contínua relacionada com o conflito continua a ter um terrível impacto nas vidas das crianças e das suas famílias em Israel e no Estado da Palestina. Nada justifica a morte, a mutilação ou o rapto de crianças. Qualquer atraso em pôr fim ao conflito inevitavelmente resultará em consequências mais devastadoras para as crianças", referiu James Elder, citado na nota informativa.
Familiares com os corpos de crianças palestinianas mortas em Rafah durante ataques israelitas.
O número de pedidos de portugueses para abandonar Israel tem "vindo a aumentar", revelou a ministra da Defesa Nacional, assegurando que a operação de repatriamento em curso está a decorrer da "melhor maneira".
"[Há uma] grande articulação para que toda a operação corra da melhor maneira. Isso está a acontecer. O objetivo é este: trazer todos aqueles que manifestem vontade de regressar nesta altura", afirmou Helena Carreiras aos jornalistas.
A ministra, que falava em Ponta Delgada à margem da assinatura de um protocolo com o Governo dos Açores para a implementação do Referencial de Educação para a Segurança, a Defesa e Paz, não detalhou o número de portugueses a expatriar, revelando que a lista "tem vindo a aumentar".
"A lista tem vindo a aumentar e vamos estar atentos a todos os pedidos", garantiu.
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O presidente do Comité das Regiões Europeu, Vasco Cordeiro, condenou, esta terça-feira, em sessão plenária, "os ataques terroristas do Hamas contra civis israelitas desarmados". "Nada pode justificar o terrorismo. Nada pode justificar a morte indiscriminada de cidadãos", asseverou, no edifício Charlemagne, em Bruxelas.
Vasco Cordeiro fala num número "impensável" de vítimas e convidou os membros do Comité para um minuto de silêncio, manifestando "o seu pesar a todas as famílias afetadas por esta tragédia".
Eden Nimri, nadadora internacional por Israel, morreu enquanto combatia militantes do Hamas em Nahal Oz, aldeia que fica perto da Faixa de Gaza.
A jovem de 22 anos era tenente das Forças de Defesa de Israel e comandante de uma unidade de drones que operava na zona onde acabou por falecer, perto da Faixa de Gaza, avança o jornal "Marca".
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Gaza acordou esta terça-feira debaixo de escombros após uma noite de ataques aéreos israelitas ao enclave. Imagens divulgadas mostram as marcas da destruíção depois da ameaça do Hamas a Israel. Palestinianos ameçam executar um israelita por cada casa bombardeada.
Um grupo de 80 cidadãos que sinalizaram às autoridades portuguesas que queriam voltar para Portugal já se encontra em Chipre, depois de transportados, na última noite, pelo C-130 da Força Aérea.
"Tendo em conta as permissões de sobrevoo das autoridades israelitas, o próximo voo do C-130 poderá realizar-se esta noite, transportando novo grupo de portugueses para a cidade cipriota", revela um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros. De Larnaca sairá, na noite de hoje, um voo da TAP, fretado pelo Estado português, com destino a Portugal, prevendo-se que chegue a Lisboa amanhã.
Considerando as complexas condições de operação em território israelita, os planos de voo podem sofrer alterações, explica ainda o Governo português.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, condenou hoje o grupo islamita palestiniano Hamas por ameaçar executar reféns civis em resposta aos ataques israelitas na Faixa de Gaza. "A chantagem exercida pelo Hamas é insuportável e não podemos deixar de a condenar", afirmou Macron em Hamburgo, no norte da Alemanha, citado pela agência francesa AFP.
O Hamas lançou no sábado ataques sem precedentes contra Israel a partir da Faixa de Gaza que causaram mais de 900 mortos.
Durante a incursão em território israelita, o Hamas fez mais de uma centena de reféns, civis e militares, que levou para a Faixa de Gaza.
Durante uma conferência de imprensa conjunta com o chanceler alemão, Olaf Scholz, o chefe de Estado francês condenou também "todos os países que acolheram os horrores perpetrados pelo Hamas, tal como o Irão".
Macron admitiu como provável que o Irão tenha ajudado o Hamas na operação, mas reconheceu não ter "pistas formais" sobre o possível envolvimento de Teerão.
As brigadas Al Qasam, o braço armado do Hamas, ameaçaram na segunda-feira executar publicamente reféns civis israelitas se Israel continuar a bombardear a Faixa de Gaza sem aviso prévio aos residentes.
"Qualquer ataque a casas inocentes em Gaza, sem aviso prévio e alerta, será respondido com a execução pública de um refém", disse o porta-voz das brigadas, Abu Obeida.
"A execução será de reféns civis, não militares, e será transmitida 'online'", acrescentou num comunicado.
Os palestinianos de Gaza denunciaram que Israel deixou de avisar os residentes dos edifícios que vão ser bombardeados para que possam fugir.
O coordenador-geral da organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF), Matthias Cannes, descreveu a situação em Israel e Faixa de Gaza como horrível.
Matthias Cannes, cujas declarações foram gravadas pela organização de ajuda médica, explicou que os ataques em Gaza continuam a abalar o território, sublinhando que se conseguia mesmo ouvir o ruído dos bombardeamentos israelitas enquanto falava.
"Os nossos colegas palestinianos trabalham dia e noite para fazer face ao afluxo de feridos", afirmou, adiantando que muito do pessoal médico local está a trabalhar sob dupla pressão. Além do número crescente de vítimas para cuidar, "muitos dos nossos colegas palestinianos abandonaram as suas casas com medo de que sejam atingidas. Alguns deles relataram a destruição total dos locais onde moravam", contou o coordenador-geral da MSF.
A falta de segurança dos profissionais de saúde, dos hospitais e até de ambulâncias na região é, como sublinha a MSF em comunicado, "um dos maiores desafios que a equipa médica enfrenta atualmente" em Gaza.
"As ambulâncias não podem ser usadas agora, porque estão a ser atingidas por ataques aéreos", explicou o coordenador médico da MSF em Gaza, Darwin Diaz.
O número de deslocados na Faixa de Gaza pela guerra entre o movimento palestiniano Hamas e Israel aumentou para mais de 187 mil pessoas.
Em 24 horas, a ONU registou um aumento de mais de 64 mil deslocados na Faixa de Gaza, que tem estado sob bombardeamentos israelitas desde sábado, na sequência de ataques do Hamas em Israel.
Do total de deslocados, cerca de 137.500 estão abrigados em escolas administradas pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (conhecida pela sigla inglesa UNRWA).
Representantes da UNRWA disseram que as condições nas instalações da agência na Faixa de Gaza são extremamente precárias e o fornecimento de água potável é muito limitado.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu a abertura de um corredor humanitário até a Faixa de Gaza, que está bloqueada e sob bombardeamento das forças israelitas, após os ataques do Hamas no sábado em Israel.
"É necessário um corredor humanitário para fornecer suprimentos médicos essenciais às populações", disse o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, numa conferência de imprensa em Genebra. A organização está a trabalhar nesta situação com "parceiros".
Os hospitais não podem funcionar sem combustível, sem eletricidade. Os suprimentos que pretendemos transportar já estão num nível baixo, por isso precisamos que estes produtos cheguem" à Faixa de Gaza, insistiu.
Três jornalistas palestinianos foram mortos, esta terça-feira, após um ataque aéreo israelita contra um prédio residencial perto do porto de pesca da Cidade de Gaza.
Em comunicado, o sindicato local de jornalistas anunciou "o martírio de três jornalistas na Faixa de Gaza durante a agressão israelita em curso".
O diretor do gabinete de imprensa do Governo do Hamas, Salameh Maarouf, disse que as vítimas são: Said al-Taweel, Mohammed Sobboh e Hisham Nawajhah.
Ali Khamenei, a autoridade máxima do Irão, negou esta terça-feira que o seu país tenha estado por trás do ataque lançado no sábado pelo Hamas contra Israel, mas reforçou o apoio iraniano aos palestinianos.
"Apoiantes do regime sionista e outros têm espalhado rumores nos últimos dois, três dias, incluindo que o Irão estaria por trás desta ação. Estes rumores são falsos", disse Khamenei num discurso numa academia militar.
O porta-voz militar israleita, Richard Hecht, disse esta terça-feira que o parlamento e os ministérios civis de Gaza são alvos legítimos na ofensiva de Israel contra o grupo islâmico Hamas. "Se houver um homem armado a disparar foguetes de lá, ele transforma-se num alvo militar", afirmou, em conferência de imprensa.
Richard Hecht indicou que os militares atacaram centenas de alvos do Hamas durante a noite no bairro de City Rimal, em Gaza, que abriga muitos dos ministérios e edifícios governamentais do Hamas.
O porta-voz militar adiantou ainda que 1500 corpos de militantes do Hamas foram encontrados em território israelita e nenhum combatente entrou em Israel desde segunda-feira à noite.
O avião da Força Aérea Portuguesa envolvido na missão de repatriamento de portugueses a partir de Israel partiu de madrugada para Telavive, desde Chipre, e já regressou com portugueses a bordo. Será naquele país que a missão portuguesa terá base, para alcançar Telavive num curto espaço de tempo quando necessário.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho explicou, em declarações à RTP, que estes voos de repatriamento irão decorrer entre Telavive e Chipre (Larnaca), através da aeronave C-130 da FAP. Posteriormente, um voo da TAP, fretado pelo Estado português, trará estes cidadãos desde o Chipre até Lisboa.
Esta operação de repatriamento foi operacionalizada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) e pelo Ministério da Defesa Nacional, tinha explicado o MNE anteriormente em comunicado, onde apontava inicialmente para 150 portugueses preparados para saírem de Israel.
Sobre a existência de portugueses ou descendentes de portugueses entre as vítimas mortais ou reféns do Hamas, que lançou no sábado uma ofensiva sem precedentes contra Israel, o chefe da diplomacia portuguesa referiu que não tem nenhuma confirmação oficial.
"Circula informação que não sabemos confirmar. As autoridades israelitas não conseguem confirmar, de uma portuguesa nessas circunstâncias. Enquanto não tivermos essa informação, não podemos adiantar mais", frisou.
Cravinho garantiu ainda não ter informações de pessoas com dificuldades em contactarem a embaixada para acederem aos voos de repatriamento.
"A embaixada está encerrada por instruções do ministério por segurança. O contacto é através do Gabinete de Emergência Consular", adiantou ainda.
O MNE tinha informado anteriormente que "o atendimento no Gabinete de Emergência Consular foi reforçado", sublinhando que "os contactos devem apenas ser feitos para estes números - +351217929714 / +351961706472 (chamadas telefónicas regulares) ou através do e-mail gec@mne.pt".
O ministro referiu também que há registo de 3.000 portugueses em Israel, sendo que "a grande maioria vive lá, tem dupla nacionalidade e não tem manifestado interesse" em viajar para Portugal.
A Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) condenou, esta terça-feira, o ataque do Hamas a partir de Gaza, com centenas de sequestros, e pediu a Portugal que "mantenha e reforce o seu apoio ao Estado e ao povo de Israel".
Numa mensagem enviada à Lusa, o presidente da CIL, David Joffe Botelho, disse que "não há justificação para este nível de desumanidade e de crueldade" e que a organização "chora as vítimas dos desprezíveis ataques terroristas perpetrados em Israel e manifesta a sua total solidariedade para com as suas famílias neste momento de enorme sofrimento e pesar".
Ali Barakeh, membro da direção do Hamas no exílio em Beirute, disse à agência de notícias Associated Press (AP) que o ataque foi planeado por cerca de meia dúzia de comandantes de topo do Hamas em Gaza e que mesmo os aliados mais próximos do grupo não foram informados antecipadamente sobre o momento do ataque.
"Apenas um punhado de comandantes do Hamas sabia da hora zero", garantiu.
O responsável reconheceu que o Irão e o movimento xiita libanês Hezbollah ajudaram o Hamas no passado, mas desde a guerra de Gaza de 2014, o Hamas produz foguetes e treina combatentes, acrescentou.
Barakeh também negou que o ataque, a ser planeado há mais de um ano, tenha como objetivo destruir os esforços dos EUA para convencer a Arábia Saudita a normalizar os laços com Israel.
Em vez disso, disse que o ataque foi motivado por uma série de medidas tomadas pelo governo de extrema-direita de Israel no ano passado.
"Preparámo-nos bem para esta guerra e para enfrentar todos os cenários, mesmo o cenário de uma longa guerra", acrescentou. "Vamos acabar com a vida da entidade sionista se a agressão não parar em Gaza".
O coordenador geral da Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Gaza, Matthias Kannes, alertou que a situação naquela região "é horrível" porque "há um grande número de vítimas israelitas e palestinianas".
"Os nossos parceiros palestinianos estão a trabalhar dia e noite para fazer face ao afluxo de feridos. Após o atentado bombista de hoje [segunda-feira] no campo de refugiados de Al Jabalia, a nossa equipa tratou mais de 50 pessoas no hospital de Al Awda", apontou Kannes, citado num comunicado desta organização não-governamental (ONG). "Os ataques continuam na cidade de Gaza", disse, citando relatos das suas equipas no terreno.
"Hoje, mais do que nunca, depois dos acontecimentos horríveis e bárbaros que estão a ocorrer em Israel, o governo expressa a sua proximidade e solidariedade com a população de Israel e as comunidades judaicas italianas", manifestou a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, através de um comunicado no 41º aniversário do ataque terrorista à Grande Sinagoga de Roma.
"O terror nunca prevalecerá", acrescentou a primeira-ministra.
A sinagoga de Roma foi atacada por cinco terroristas palestinianos, a 9 de outubro de 1982.
O Conselho Judaico da África do Sul (SAJBD, na sigla em inglês) e a Federação Zionista da África do Sul manifestaram o seu apoio ao povo de Israel afirmando que a ofensiva palestiniana lembra o "Holocausto".
"O ataque bárbaro e não provocado do grupo terrorista Hamas contra civis israelitas inocentes inclui o massacre de adolescentes num festival de música, o rapto de crianças e mulheres idosas e o assassinato de bebés indefesos nas ruas. Isto é reminiscente do Holocausto. É pura maldade e não há zonas cinzentas", salientaram à imprensa as duas organizações.
"Como comunidade, estamos chocados e profundamente tristes porque o Dirco [Ministério das Relações Internacionais e Cooperação] não foi capaz de demonstrar a menor empatia pelo cruel assassinato da vida judaica", salientou.
Crianças da comunidade palestiniana que vive no Chile, com as mãos pintadas de vermelho, manifestaram-se na segunda-feira, em Santiago, contra as operações militares de Israel em Gaza.
Manifestantes agitam bandeiras palestinianas durante um protesto em Toronto, no Canadá.
Bandeiras de Israel e dos Estados Unidos lado a lado numa manifestação em Beverly Hills, Califórnia, nos Estados Unidos.
"Cerca de 1500 corpos de militantes do Hamas foram encontrados em Israel, nas imediações da Faixa de Gaza", declarou aos jornalistas o porta-voz militar Richard Hecht, acrescentando que as forças de segurança israelitas tinham "mais ou menos restaurado o controlo sobre a fronteira" com Gaza.
"Desde ontem à noite, sabemos que ninguém entrou... mas as infiltrações ainda podem acontecer", admitiu.
O exército tinha "quase concluído" a evacuação de todas as comunidades em torno da fronteira, acrescentou.
Manifestação de apoio a Israel junto ao consulado em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Os Estados Unidos "não têm intenção de enviar tropas" após o ataque do Hamas a Israel, que causou a morte a pelo menos 11 norte-americanos, realçou na segunda-feira um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.
Este alto oficial militar destacou, no entanto, que a ordem de enviar o grupo de ataque do porta-aviões USS Gerald Ford, o maior navio de guerra do mundo, para o Mediterrâneo Oriental mostra aos grupos armados apoiados pelo Irão, como o Hezbollah libanês, que não devem "duvidar do compromisso dos Estados Unidos em apoiar a defesa de Israel".