O advogado do casal Madureira considerou, esta segunda-feira à tarde, que o testemunho do subintendente Dennis Cruz foi marcado por “manifesta animosidade” para com os arguidos, tendo-se referido aos arguidos, por três vezes, “pejorativamente”, como “pretorianos”.
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O advogado Gonçalo Cerejeira Namora pediu a gravação do depoimento do polícia que liderou a investigação da Operação Pretoriano para apresentar uma queixa por injúria.
Durante o depoimento de Dennis Cruz, que testemunhou através de videoconferência, Sandra Madureira já tinha dado sinais de desagrado e manifestado repugnância por ser referida como “pretoriano”, tendo mesmo de ser acalmada pelos seus advogados.
No final do testemunho do polícia, o advogado Gonçalo Cerejeira Namora requereu a extração de uma certidão “pela animosidade e o sentido pejorativo como se referiu aos arguido como pretorianos”.
A procuradora Graça Ferreira considerou aquele entendimento como “manifestamente excessivo”. “É certo que a instância levou-o a que inflamasse a forma como se expressou mas não creio que se possa retirar em alguma momento que a testemunha pretendesse visar a honra dos arguidos”, afirmou a procuradora do Ministério Público responsável pelo inquérito da Operação Pretoriano.
A juíza Ana Dias questionou o advogado sobre que crime estaria em causa. Este, além de ter afirmado que a testemunha é um polícia e “não se pode deixar inflamar”, respondeu que pretendia efetuar uma denúncia pelo crime de injúria. A juíza deferiu o requerimento e ordenou a extração, não de certidão por não se tratar de um crime público, mas, sim, da gravação do depoimento prestado pelo subintendente Dennis Cruz com vista à apresentação da denúncia por parte de Fernando e Sandra Madureira.