A partir desta sexta-feira, o metro já circula até Vila d'Este, em Gaia. Além da viagem inaugural, a manhã é de cerimónias, com ministros. O acrescento de mais de três quilómetros à Linha Amarela, desde Santo Ovídio, permitirá ligar Vila D'Este ao Hospital de São João. Haverá um reforço das frequências.
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O novo traçado tem as suas particularidades. Três estações marcam uma viagem de cerca de 6,37 minutos, que começa a fazer-se através do moderno e imponente viaduto de Santo Ovídio, que já se tornou icónico. A estrutura possui 420 metros de comprimento e uma base metálica de mais de 2700 toneladas, assente em seis pilares de betão armado.
Uma vez atravessado o viaduto, o metro entra no túnel que o conduz até à estação Manuel Leão, a única subterrânea, com 23 metros de profundidade. Manuel Leão conta com escadas rolantes e dois elevadores que facilitam o acesso dos passageiros, bem como um átrio amplo. No seu exterior foi criado um anfiteatro, que vai servir futuramente para espetáculos culturais e outros momentos de lazer.
A viagem pela Linha Amarela prossegue com nova paragem à superfície no Hospital Santos Silva, logo após o percurso de 800 metros em túnel. A estação localiza-se mesmo à frente do hospital. O cais apresenta uma largura de seis metros e a cobertura abrange a estação em toda a sua extensão.
Por fim, os veículos do metro passam por uma trincheira coberta até terminarem viagem à frente da urbanização de Vila d’Este. Nota ainda para a construção, bem perto desta zona, de um novo Parque de Material e Oficinas, com capacidade para 60 composições e que serve de complemento ao espaço existente em Guifões, Matosinhos.
Investimento de 206,4 milhões
A obra tem um custo total avaliado em 206,4 milhões de euros, incluindo o material circulante. Conta com financiamento público nacional, por via dos programas POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos) e Portugal 2020, e do Fundo Ambiental; a participação da União Europeia no cofinanciamento do projeto realiza-se no âmbito do Fundo de Coesão.
A Linha Amarela passa a beneficiar mais de 10 mil pessoas, valor que se materializa em 18 mil validações em dia útil. Ou seja, mais de 21,6 milhões de clientes por quilómetro no primeiro ano de cruzeiro e 4,5 milhões de validações anuais estimadas.
Passa a existir uma correspondência entre dois dos maiores hospitais da Área Metropolitana do Porto: São João e Santos Silva. O troço entre Santo Ovídio e Vila d'Este vai gerar uma redução da emissão de CO2 de quase 2,3 milhões de toneladas no primeiro ano completo de operação, por via da diminuição do tráfego automóvel nas ruas.
Mais passagens nas horas de ponta
O horário de funcionamento da Linha Amarela mantém-se dentro do habitual, ou seja, entre as 6 horas e a 1 hora da madrugada. Com a abertura do novo traçado, há novidades a assinalar em termos de frequências que, no geral, ficam reforçadas.
Entre o Hospital de São João e Santo Ovídio passam a existir passagens a cada quatro (menos um que os atuais cinco) minutos nos dois sentidos, de segunda a sexta, tanto no final da manhã como no final da tarde. No mesmo espaço horário, entre Santo Ovídio e Vila d’Este, a frequência é de cerca de oito minutos também em ambas as direções e em dias úteis.
Fora das horas de ponta, durante a semana, as frequências retomam os cinco minutos entre o Hospital de São João e Santo Ovídio; já entre esta estação e a urbanização de Vila d’Este, a circulação passa a fazer-se a cada 10 minutos.
Acrescente-se que a estação de Manuel Leão se insere na zona VNG1, já as estações do Hospital Santos Silva e de Vila d’Este correspondem à zona VNG2.