O Instituto Superior de Agronomia (ISA), em Lisboa, confirmou, esta sexta-feira, que não vai realizar a "Vacaca", um evento tradicional de acolhimento aos caloiros.
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O cancelamento surge um dia depois de o presidente do ISA, António Guerreiro de Brito, ter garantido à TSF que a "Vacada" ia ser realizada este ano, depois de ter sido cancelada em maio devido a protestos.
A "Vacada" é uma iniciativa organizada para acolher os novos alunos na qual vacas bravas são largadas num pequeno recinto do campus do ISA.
De acordo com a rádio, a Associação de Estudantes do ISA estava a tratar de todas as licenças necessárias com a Direção-Geral da Alimentação e Veterinária (DGAV).
No entanto, um dia depois, o ISA voltou atrás. "De acordo com parecer solicitado ao Exmo Sr. Provedor do Animal da Câmara Municipal de Lisboa, rececionado no final do dia de ontem (14 setembro de 2023), o Instituto Superior de Agronomia seguirá as recomendações elencadas pela autarquia e confirma a não realização do evento denominado "Vacada", proposto pela Associação de Estudantes desta instituição", lê-se no comunicado.
O instituto anunciou ainda que vai apresentar em breve um programa
de recuperação de raças bovinas autóctones portuguesas em risco de extinção.
Evento cancelado em maio
A "Vacada" já tinha sido cancelada no ano letivo passado, em maio, quando o Bloco de Esquerda enviou um requerimento urgente ao presidente da Câmara de Lisboa, no qual questionava Carlos Moedas sobre a realização do evento.
"Lisboa tem pugnado pela ética e pelo bem-estar animal, pelo que é necessário saber se a CML licenciou este evento do ISA e se os serviços municipais, nomeadamente a veterinária municipal, deu parecer positivo", referia o requerimento. "As vacadas são eventos onde vacas bravas são usadas para entretenimento. Esta prática atenta contra o bem-estar animal, visto que as vacas são provocadas, atingidas com objetos, agredidas, num local e condições de enorme stress para os animais".