Condições do mar impedem buscas no interior de barco naufragado ao largo da Marinha Grande
As buscas pelos três pescadores desaparecidos na sequência do naufrágio esta madrugada ao largo das praias da Marinha Grande prosseguem por ar, terra e mar, mas sem condições para os mergulhadores entrarem na embarcação, informou a Autoridade Marítima.
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O porta-voz da Autoridade Marítima Nacional e da Marinha, José Sousa Luís, afirmou que nas buscas pelos três pescadores desaparecidos foi empenhada uma equipa do grupo de mergulho forense da Polícia Marítima, "no sentido de fazer uma inspeção" para tentar verificar se no interior do barco "se encontrava alguém ou se se encontrava alguém preso nas redes".
De acordo com o porta-voz, "as condições do mar" não permitiram a entrada da equipa na embarcação que não se encontra afundada, mas sim "a flutuar, virada e com redes à volta", tendo a equipa de mergulhadores verificado que "não se encontra ninguém preso nas redes".
As buscas pelos três pescadores da embarcação de pesca "Virgem Dolorosa", que adornou de madrugada ao largo das praias de São Pedro de Moel e de Vieira de Leiria, estão a decorrer entre estas duas praias e mobilizam, no mar, a embarcação da estação salva-vidas da Nazaré, a que se irá juntar o navio da Marinha Portuguesa NRP Setúbal.
Em terra estão empenhadas duas viaturas AmaroK do projeto "SeaWatch" e uma do comando local da Nazaré da Polícia Marítima.
No ar, as buscas contam com um helicóptero da Força Aérea e um drone da Polícia Marítima da Nazaré.
Ondulação não era suficiente para embarcação ter naufragado
O porta-voz da Autoridade Marítima Nacional considerou que a ondulação não era suficiente para uma embarcação ter naufragado ao largo de praias de Leiria e confirmou a abertura de um inquérito de sinistro marítimo.
"À partida, esta ondulação que estamos aqui a sentir não é suficiente para a embarcação ter naufragado. Não estão condições oceanográficas muito adversas", referiu José Sousa Luís.
Em declarações aos jornalistas, José Sousa Luís confirmou que já foi aberto um inquérito de sinistro marítimo, que servirá para averiguar as causas do naufrágio de uma embarcação onde "não existia excesso de pessoas a bordo".
Três de 17 pessoas que seguiam na embarcação que naufragou ao largo de praias de Leiria continuam desaparecidas, estando confirmados três mortos e o resgate de 11 elementos com vida. O alerta para o adornamento da embarcação de pesca "Virgem Dolorosa" foi dado às 4.33 horas para o comando local da Polícia Marítima da Nazaré.
Embarcação tinha seguros em dia
A seguradora Mútua dos Pescadores garantiu hoje que a embarcação tem todos os seguros obrigatórios em dia, prometendo que a cooperativa "não faltará" ao armador e tripulação.
"Os seguros estavam devidamente contratualizados com a cooperativa, tanto os seguros de navegação, como os seguros da tripulação", afirmou o presidente da seguradora Mútua dos Pescadores, João Delgado.
A embarcação de pesca "Virgem Dolorosa", que adornou de madrugada ao largo das praias de São Pedro de Moel e de Vieira de Leiria, tinha "os seguros obrigatórios por lei devidamente tratados", reforçou.
Em declarações aos jornalistas, na Praia do Samouco, onde decorrem as buscas por três pescadores desaparecidos, João Delgado adiantou ainda não ter "qualquer informação" relativamente às causas do naufrágio da embarcação, "que está ainda no domínio da responsabilidade do armador", ao qual cabe a retirada do local onde se encontra, virada ao contrário.
"Só depois de feita a peritagem é que poderá, eventualmente passar para o domínio da responsabilidade da seguradora [a Mútua dos Pescadores]", explicou, acrescentando que a retirada do barco deverá ser feita com recurso a "uma equipa de resgate preparada" para a situação.