A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) considera a retirada de um cartaz, em Oeiras, alusivo às vítimas de abuso sexual, um ato de censura, que revela a "subserviência do seu executivo à Igreja Católica".
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A reação surge em resposta ao comunicado da autarquia, que alegou a falta de licenciamento da estrutura para a retirada da mensagem.
"A estrutura dos outdoors já lá se encontrava há muito tempo e lá continua. Portanto, o problema nunca foi a estrutura ou a sua legalidade, mas a mensagem contida no cartaz", alega a associação em comunicado, enviado esta quinta-feira de manhã.
A estrutura critica o que chama de benefício dado à Igreja Católica no país e justifica que "o cartaz servia para dar visibilidade a um crime que tem sido consistentemente ocultado da sociedade ao longo do tempo". "O que a autarquia fez foi contribuir para a contínua ocultação dos abusos sexuals de menores pela Igreja Católica, que são um problema social internacional. O intulto, subentende-se, é o de não afrontar a organização religiosa, e fé-lo através da censura de uma iniciativa da sociedade civil", acrescentam na nota.