Hacker de Gaia usa falha de segurança no ChatGPT para criar aplicação criminosa
Sem formação e com apenas 22 anos, um pirata informático de Gaia localizou falha de segurança e fez “ligação direta” ao sistema da gigante OpenAI para criar um modelo "sem filtro" usado para ensinar a cometer crimes.
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Conseguiu encontrar um defeito na arquitetura de segurança do sistema informático do gigante mundial “ChatGPT” e criou um modelo de inteligência artificial que permitia ser usado para cometer crimes.
Foi detido pela PJ e ontem levado ao juiz de instrução criminal do Porto, Pedro Miguel Vieira, que o libertou mas com a proibição de aceder a determinados sites e a obrigação de se apresentar semanalmente às autoridades.
Um “génio da informática” é assim que é descrito o “hacker” que detetou uma rara falha de segurança na plataforma de Inteligência Artificial (IA) da OpenAI, a empresa que Elon Musk quer adquirir por 100 mil milhões de euros.
Fez uma ligação direta ao “ChatGPT” e conseguiu criar uma espécie de cópia do site de IA, sem filtros ou limitações. Comercializou o modelo, a que chamou “WormGPT”, em fóruns de pirataria informática, entre março e agosto do ano passado. O JN sabe que em apenas 24 horas teve cerca de oito milhões de pesquisas.
Mas começou a ter problemas de consciência e arrependeu-se. Retirou o “WormGPT” da Internet.
Porém, durante meses, esteve disponível o modelo de IA que criava guiões destinados a enganar as pessoas, desenvolver vírus e outros programas informáticos maliciosos de forma quase instantânea. Permitir “desenvolver elaboradas fraudes financeiras, ciberataques, espionagem corporativa e até campanhas de desinformação direcionadas”.
“Houve uma utilização massiva da ferramenta para a prática de ilícitos criminais”, revelou Carlos Cabreiro da PJ.