A depressão Martinho começou a fazer-se sentir em Portugal continental na quarta-feira à noite. A chuva e o vento intensos provocaram vários estragos durante a madrugada.
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A Proteção Civil contabiliza 7809 ocorrências em Portugal continental, entre as 00.00 horas de quarta-feira e as 16 horas desta quinta-feira, devido à passagem da depressão Martinho, em que a região mais afetada é a de Lisboa e Vale do Tejo.
A maioria das ocorrências registadas está relacionada com a queda de árvores, com um total de 4240 situações, o que corresponde a 54% do total, indicou à agência Lusa o oficial de operações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) Pedro Araújo.
No mesmo período, a Proteção Civil registou cerca de 1900 ocorrências por quedas de estruturas e 1480 associadas à limpeza de vias.
Veja aqui quais foram as ocorrências.
A Proteção Civil contabiliza 8600 ocorrências em Portugal continental, entre a meia-noite de quarta-feira e as 22 de hoje, devido à passagem da depressão Martinho, em que a região mais afetada é a de Lisboa e Vale do Tejo. Segundo uma fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), a tipologia de ocorrências com maior incidência foi a queda de árvores, a totalizar 4751 ocorrências, seguido de queda de estruturas, 2251 e limpezas de via com 1389.
Das 8600 ocorrências, as áreas mais afetadas foram as regiões de Lisboa e Vale do Tejo, com 5250 e a região Centro com um total de 1722.
O concelho de Vila Franca de Xira registou 185 ocorrências relacionadas com a depressão Martinho até às 18 horas, a maioria queda de árvores e de estruturas, havendo ainda cinco escolas afetadas que tiveram de fechar.
Num comunicado hoje divulgado, a Câmara de Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, indicou que tiveram de encerrar na sequência de danos causados pelo mau tempo as escolas EB1 São Sebastião e na EB1 Vala do Carregado, ambas do agrupamento da Castanheira do Ribatejo, na EB1 Bairro do Paraíso, de Vila Franca de Xira, na EB 1 nº 1 de Alhandra e na EB1 Alpriate, em Vialonga.
Afirmando que as aulas vão continuar suspensas na sexta-feira, a autarquia disse que "está a trabalhar para garantir condições que permitam retomar as aulas nestas escolas com a maior brevidade possível".
A Câmara Municipal de Almada ativou o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil (PMEPC), devido aos danos decorrentes da depressão Martinho que assolou o território durante a madrugada de hoje. Em comunicado, a autarquia do distrito de Setúbal explica que estão identificados danos em edifícios, infraestruturas, património, espaço público e meio ambiente.
A presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros (PS), decidiu assinar o despacho de ativação do Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil face “à necessidade de acompanhar em permanência a situação e adotar medidas de resposta adequadas e urgentes face às ocorrências registadas e ao que ainda possa acontecer nas próximas horas ou dias”. Esta decisão, explica a autarquia em comunicado, visa garantir a reposição das condições de normalidade.
Decorrente desta decisão, tomada em colaboração com a Proteção Civil Municipal de Almada, os Serviços Municipais e todos os trabalhadores municipais estão mobilizados, sem qualquer reserva, para todas as ações que sejam consideradas necessárias, em articulação com a Sala de Situação Municipal.
No concelho de Almada foram registadas mais de 300 ocorrências e 10 escolas foram encerradas devido à queda de árvores.
O Tribunal de Sintra vai estar encerrado na sexta-feira, após a queda de novas placas da cobertura e uma porta arrancada pelo vento, na madrugada de hoje, determinou a Direção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ).
Um despacho da diretora-geral da Administração da Justiça, Filipa Lemos Caldas, determinou “o encerramento imediato dos serviços dos tribunais instalados no Palácio de Justiça de Sintra, a fim de prevenir qualquer risco para a segurança de todos os utilizadores”, até ao final de sexta-feira, reabrindo na segunda-feira.
No despacho, assinado após as 15 horas, refere-se que, apesar da “intervenção da Proteção Civil” na quarta-feira, registou-se hoje a queda de outros elementos da cobertura do edifício, situado num dos acessos à vila de Sintra, subsistindo preocupação com a integridade física dos utilizadores do Palácio de Justiça. Filipa Lemos Caldas explicou que serão removidos elementos do edifício entre hoje e sexta-feira e só após essa intervenção “se poderá concluir em definitivo pela inexistência de perigo para pessoas e bens”.
O encerramento, acrescentou a diretora-geral, foi determinado após ouvir os juízes presidentes do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste e dos Tribunais Administrativos e Fiscais da Zona Sul.
Segundo uma fonte do tribunal, que pediu para não ser identificada, a queda de elementos da estrutura “não é nova” e há “cerca de dois meses” atingiram mesmo viaturas estacionadas no parque junto ao edifício, incluindo de funcionários judiciais.
O vento e a chuva sentidos durante a noite de quarta-feira e o dia de hoje provocaram a queda do telhado e de um portão de uma casa na Torreira, no Município da Murtosa.
A Câmara Municipal do Seixal, no distrito de Setúbal, ativou hoje o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil na sequência do mau tempo "que afetou com gravidade o património, infraestruturas e meio ambiente do município".
Segundo a Câmara do Seixal, existe a necessidade de serem "empreendidas medidas imediatas de recuperação e requalificação dos edifícios e equipamentos públicos afetados, garantindo a imperiosidade de devolver a normalidade à vida quotidiana da população".
Em comunicado, a autarquia explica que o presidente da câmara convocou também a Comissão Municipal de Proteção Civil para uma reunião.
Embora não indique o número de ocorrências verificadas no concelho, a autarquia do Seixal refere que a queda de árvores provocou danos nas linhas de abastecimento de água e de eletricidade e duas escolas sofreram danos nas coberturas pelo que atualmente encontram-se encerradas.
Parte do concelho de Sobral de Monte Agraço está desde hoje de madrugada sem água devido à falta de eletricidade nos sistemas de bombagem, na sequência do mau tempo, disse hoje o presidente da câmara. “Estamos desde a madrugada sem água em parte do concelho e se os problemas elétricos não forem resolvidos poderemos vir a ficar em todo o concelho”, afirmou José Alberto Quintino à agência Lusa.
Num comunicado à população, o município do distrito de Lisboa informou que “o corte de energia impede a bombagem de água para o Reservatório do Montijo, razão pela qual se têm vindo a registar cortes no abastecimento de água em várias localidades do concelho, nomeadamente Calçada, Chãos, Fetais, Freiria, Martim Afonso, Pedrógãos, Pobrais, Tojais, Via Galega e Zona Industrial - Casal da Espinheira”.
No concelho, entre outros estragos, registaram-se danos provocados pela depressão Martinho no pavilhão municipal, a carecer de uma “intervenção urgente”, e em quatro viaturas.
Em Arruda dos Vinhos, no mesmo distrito, a falta de eletricidade está a criar problemas num reservatório de água e as localidades de A-do-Baço e Camondes permanecem sem água, afirmou à Lusa o presidente da câmara, Carlos Alves.
As regiões da Lezíria do Tejo e do Médio Tejo, maioritariamente no distrito de Santarém, registaram esta quinta-feira 359 ocorrências causadas pela depressão Martinho e duas pessoas desalojadas, informou fonte da Proteção Civil à agência Lusa. A tempestade causou maioritariamente quedas de árvores, deslizamentos de terra e danos em infraestruturas.
Segundo a fonte, duas pessoas ficaram desalojadas em Azambuja depois de uma árvore de grande porte ter caído sobre a sua habitação, tendo sido alojadas pelo serviço municipal de proteção civil.
A principal produção nacional de morangos está em risco em Torres Vedras, depois de as estufas terem ficado danificadas pelo mau tempo desta quinta-feira de madrugada, disseram à agência Lusa representantes dos produtores.
“Ainda estamos a fazer o levantamento da dimensão dos prejuízos nas estufas para enviar para a Direção Regional de Agricultura de Lisboa e Vale do Tejo [DRALVT], mas a zona pior é a da produção de morangos do Ameal, que é a principal mancha de produção nacional de morangos a nível nacional”, afirmou Carla Miranda, técnica na única organização de produtores de morangos do concelho.
Os oito produtores do agrupamento “ficaram todos com prejuízos” e com 70 hectares de estufas danificadas.
A circulação ferroviária na Linha de Cascais foi retomada entre Algés (Oeiras) e Cascais, pelas 17.30 horas, efetuando-se agora em todos os troços, após interrupção total devido a danos significativos numa catenária, segundo a Infraestruturas de Portugal (IP).
Depois de ter ficado totalmente interrompida desde cerca das 2 horas, a circulação nesta linha, no distrito de Lisboa, foi restabelecida parcialmente, cerca das 12.50, entre o Cais do Sodré (Lisboa) e Algés, nos dois sentidos, enquanto decorriam os trabalhos de manutenção da infraestrutura no restante percurso.
A rajada de vento mais intensa nas últimas horas em Portugal registou-se às 1.30 horas de hoje no Cabo da Roca e atingiu 169,2 quilómetros por hora, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Várias escolas do concelho de Torres Vedras estiveram hoje encerradas por falta de eletricidade devido ao mau tempo, disse a presidente da câmara municipal em conferência de imprensa.
“Escolas na Freiria, São Domingos de Carmões, Dois Portos, Chãos (Freiria) e Cabeça Gorda não tinham eletricidade e não abriram”, afirmou aos jornalistas Laura Rodrigues. “A E-Redes está a fazer um esforço para reparar as avarias e repor o fornecimento”, adiantou.
Entretanto, um casal de idosos ficou desalojado na freguesia de A-dos-Cunhados, devido ao destelhamento da habitação e foi realojado por familiares, foi divulgado na conferência de imprensa.
A cidade de Lisboa contabilizou 920 ocorrências, entre as 21 horas de quarta-feira e as 16 horas de hoje, devido à passagem da depressão Martinho, sendo que a maioria está associada a queda de árvores, com 433 situações.
Num novo balanço sobre os efeitos das condições meteorológicas adversas na capital, a Câmara de Lisboa informou que, pelas 16 horas, se encontravam ativas 358 das 920 ocorrências registadas, sublinhando que as restantes 562 ocorrências estavam já fechadas.
Segundo os dados enviados à agência Lusa, a maioria das ocorrências está relacionada com queda de árvores (433), queda de estruturas (285) e queda de revestimentos (169).
A Câmara de Lisboa tem ainda registo de inundações (18), acidentes rodoviários (oito) e apoio à população (sete).
O total de 920 ocorrências na cidade de Lisboa, entre as 21 horas de quarta-feira e as 16 horas de hoje, corresponde à soma dos dados registados pelo Serviço Municipal de Proteção Civil, pelo Regimento de Sapadores Bombeiros e pela Polícia Municipal.
Relativamente à distribuição destas ocorrências pelas 24 freguesias lisboetas, a maioria foi em Alvalade (75), Olivais (72), Marvila (60), Benfica (59), Penha de França (59), São Domingos de Benfica (50), Santa Maria Maior (47), Lumiar (46), Belém (44) e Arroios (40).
As restantes freguesias também registaram situações, nomeadamente a Ajuda (31), Areeiro (31), Avenidas Novas (31), Campo de Ourique (29), Campolide (27), São Vicente (27), Estrela (26), Santo António (26), Alcântara (25), Beato (25), Carnide (23), Misericórdia (20), Parque das Nações (19) e Santa Clara (18), segundo os dados disponibilizados pela autarquia.
A propósito deste balanço, a Lusa questionou a câmara sobre as ruas da cidade em que a circulação se encontra condicionada ou encerrada, assim como os problemas na circulação de alguns elétricos, aguardando ainda uma resposta.
Por força do agravamento das condições meteorológicas, a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Rosário Farmhouse (PS), decidiu hoje cancelar a reunião descentralizada prevista para esta tarde, às 18.30 horas, em Santa Clara, atendendo ao “papel determinante” que os 24 presidentes de junta de freguesia têm na resposta aos danos causados pelo mau tempo. “É avisado dispensá-los deste compromisso não crítico cancelando a reunião, permitindo a todos os agentes de proteção civil que se concentrem na resposta aos danos causados pela tempestade”, declarou Rosário Farmhouse.
Essa decisão foi tomada após receber uma nota do Serviço Municipal de Proteção Civil a recomendar “que se evitem compromissos que não tenham caráter inadiável”, considerando o episódio meteorológico registado entre quarta-feira e hoje, cujos efeitos ainda se fazem sentir, e o facto de a cidade estar em aviso amarelo (o menos grave de uma escala de três) de precipitação, “que poderá trazer um pico de chuva e vento entre as 18 horas e as 21 horas”.
O Castelo de São Jorge, em Lisboa, e a Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, são alguns monumentos e museus encerrados hoje devido a danos ou quedas de árvores provocados pela tempestade, anunciam as instituições nas redes sociais.
O Castelo de São Jorge encontra-se temporariamente encerrado por motivos de segurança devido aos danos causados pela tempestade esta madrugada, indica uma publicação do monumento na sua página na rede social Facebook. "A nossa equipa está a fazer os possíveis para avaliar os danos e fazer a limpeza dos ramos caídos de modo a garantir que os visitantes possam circular em segurança. Agradecemos a compreensão", acrescenta a nota pública.
Em Cascais, o Museu Casa das Histórias Paula Rego decidiu também encerrar hoje devido ao temporal, que provocou queda de árvores no jardim, em redor do edifício. "Felizmente ninguém ficou ferido e o edifício não foi danificado. O museu vai estar encerrado hoje enquanto decorrem as operações de limpeza", indica uma comunicação na rede social Instagram.
Da mesma forma, o Museu Nacional de História Natural e da Ciência revelou no Facebook que encerrou hoje os jardins devido a "alguns danos causados pela passagem da tempestade Martinho", estando a decorrer trabalhos de remoção e limpeza.
O museu acrescenta ainda que o Jardim Botânico de Lisboa e o Jardim Botânico Tropical também estarão encerrados na sexta-feira: "Neste sentido, o programa do Dia Internacional das Florestas está cancelado assim como, todas as atividades programadas para estes dias", avisa.
Ainda em Lisboa, o Parque Botânico do Monteiro-Mor, adjacente ao Museu Nacional do Traje, está hoje encerrado devido à queda de árvores provocada pelo mau tempo, indicou à agência Lusa a Museus e Monumentos de Portugal (MMP).
O mau tempo que se fez sentir esta noite, à passagem da depressão Martinho, fez soltar uma barcaça no cais da Matinha, em Lisboa, que derramou combustível, situação já controlada pelas autoridades, segundo fonte da Polícia Marítima.
Em declarações à Lusa, o capitão do Porto de Lisboa e comandante da Polícia Marítima de Lisboa, Paulo Vicente, explicou que a embarcação se soltou, “fruto das más condições” meteorológicas, e ficou “parcialmente submersa”.
As autoridades deram conta disso durante a madrugada e mobilizaram para o local meios técnicos de combate à poluição da Capitania e da Administração do Porto de Lisboa, adiantou, referindo que houve outros episódios envolvendo embarcações provocados pelo mau tempo, mas “todos controlados”.
Já a situação da embarcação que tombou resultou na libertação de “algum combustível”, nomeadamente gasóleo e hidrocarboneto, confirmou Paulo Vicente, realçando que o derrame “foi combatido e controlado”.
O capitão explicou ainda que, enquanto o gasóleo faz uma mancha mas evapora logo, o hidrocarboneto fica.
Segundo Paulo Vicente, o derrame “foi em quantidade reduzida e permitiu a atuação com matéria absorvente, que controlou a situação”. “O derrame está contido, mas estamos a monitorizar”, referiu, acrescentando que a empresa responsável (ETE) está agora a “fazer um plano de reflutuação para normalizar” a embarcação, uma barcaça com uma grua que é utilizada no carregamento dos navios no Mar da Palha.
O Clube de Vela da Costa Nova (CVCN), no concelho de Ílhavo, foi “duramente atingido pelo mau tempo” que se fez sentir na região na madrugada desta quinta-feira, tendo a entrada do Porto de Abrigo ficado “obstruída por uma secção do quebra-mar que se partiu e soltou das suas amarrações”.
O aluimento do telheiro de um supermercado em Lagos e quedas de árvores e de outras estruturas, como painéis publicitários, por toda a região foram as marcas deixadas pelo mau tempo no Algarve durante a noite de quarta-feira e a madrugada desta quinta-feira.
O Comando Regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve contabilizou 166 ocorrências, que afetou quase todo os concelhos da região, embora sem registo de vítimas.
Uma mulher que ficou na quarta-feira ferida após ter sido atingida por uma árvore na Lagoa Azul, em Sintra, distrito de Lisboa, encontra-se internada com “prognóstico muito reservado”, informaram à Lusa fontes da autarquia e dos bombeiros.
Cerca de 18 mil clientes fornecidos pela E-Redes - Distribuição de Eletricidade continuavam às 14:00 sem energia devido aos efeitos do mau tempo, sobretudo nos distritos de Leiria e Coimbra, revelou hoje a empresa.
Segundo a distribuidora elétrica, a situação pior ocorreu pela 1 horas, quando 185 mil clientes ficaram sem luz devido aos estragos na rede elétrica, mas o número de instalações afetadas tem vindo progressivamente a ser reduzido e, pelas 14 horas, eram 18 mil os clientes que continuavam sem energia.
Os distritos de Leiria e de Coimbra eram os mais afetados nessa altura.
A E-Redes está a utilizar cerca 40 geradores para “minimizar o impacto imediato associado a avarias com reparações mais demoradas”.
Várias zonas do distrito de Viana do Castelo, no Alto Minho, foram afetadas por um total de 48 incêndios rurais na noite passada, “algo que não é habitual para esta altura do ano”, reconheceu hoje a Proteção Civil.
O último fogo a ser resolvido foi o de Sabadim, no concelho de Arcos de Valdevez, já durante esta manhã, indicou Alexandre Penha, adjunto de operações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em declarações aos jornalistas, no mais recente balanço das ocorrências registadas devido à passagem de depressão Martinho, com ventos muito fortes.
Esse último incêndio a ser extinto era “o que causava mais preocupações” e “forçou ao movimento de grupos de reforço de áreas mais distantes” para combater as chamas, detalhou o adjunto operacional, na sede da ANEPC, no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa.
A zona de Arcos de Valdevez foi a mais afetada, mas registaram-se também nos concelhos de Paredes de Coura e Ponte da Barca.
Questionado sobre uma possível origem criminosa dos fogos, Alexandre Penha respondeu apenas com a constatação de “má utilização de fogo”, mas remeteu a averiguação das causas para as entidades competentes.
O comandante dos bombeiros de Arcos de Valdevez, Filipe Guimarães, denunciou, em declarações à SIC Notícias, situações de fogo posto.
Segundo o Comando Sub-Regional do Alto Minho, nenhuma habitação chegou a ser afetada pelos vários incêndios, apesar de terem estado em risco, e não há registo de vítimas.
O comandante dos bombeiros de Arcos de Valdevez referiu que duas freguesias chegaram a ser ameaçadas pelas chamas e que estiveram a ser ponderadas evacuações.
Entre as ocorrências mais graves causadas pelo mau tempo, estão a queda de uma árvore na Avenida Francisco Sá Carneiro, na Quarteira, que obrigou ao corte de um troço da estrada e ao desvio do trânsito. Em Lagos, o telheiro do parque de estacionamento de um supermercado aluiu e atingiu algumas viaturas. Em Portimão, uma grua junto a um edifício esteve em risco de queda, tendo tombado parcialmente. Não causou danos significativos. Na Albufeira,\ na zona de Santa Eulália, várias viaturas ficaram danificadas devido à queda de telheiros. A árvore obstruiu duas vias, no sentido Quarteira/Faro, e atingiu um carro.
Uma janela do altar da Igreja da Misericórdia de Aveiro, classificada como Monumento de Interesse Nacional, caiu devido ao vento forte que se fez sentir hoje de madrugada, provocando estragos que podem ultrapassar os 10 mil euros. “Não houve prejuízos de maior, mas como é um edifício histórico classificado obriga-nos a trabalho de recuperação. A igreja vai ter de estar fechada e as visitas ficam canceladas”, disse o vice-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro, Francisco Ferreira.
Em declarações à agência Lusa, Francisco Ferreira estimou que os estragos na janela de ferro e vidro que remonta a 1609 sejam superiores a 10 mil euros. “É um valor alto para a Misericórdia porque temos sempre muita dificuldade em despender dinheiro que não seja nos equipamentos sociais ou nos infantários, que são o nosso foco. O património é algo que herdamos e queremos preservar, mas fica-nos sempre complicado porque não rende o suficiente”, explicou.
Preocupados com a urgência de colmatar os danos causados pelos ventos fortes desta madrugada em várias habitações do bairro social de Miragaia, na Lourinhã, os 13 desalojados recordam uma noite “sem memória” que passaram.
“Com 76 anos, não me lembro de nada assim, nem mesmo no mau tempo de 2009. Nessa altura, foi uma hora de ventos fortes e desta vez foi a noite toda”, contou à agência Lusa Jerónimo Sebastião, morador do número 11 do Bairro da Eira. “Foi um caos, parece que andava aqui o diabo”, continuou.
Este morador foi uma das 13 pessoas, entre cinco famílias, que ficaram com danos nas suas habitações e tiveram de ser realojadas, ele em casa de familiares e os restantes 12 na Pousada da Juventude da Praia da Areia Branca.
Leia a reportagem de Flávia Calçada, da agência Lusa, aqui
A passagem da depressão Martinho está a causar constrangimentos nos portos de Lisboa, Setúbal, Sines e Leixões, anunciou esta quinta-feira o Ministério das Infraestruturas e Habitação (MIH).
Numa nota enviada às 12.46 horas, o MIH destacou que no Porto de Lisboa "os navios de cruzeiro aguardam entrada e outros não conseguiram entrar devido à ondulação de quatro metros na barra do porto". “Há também navios de carga em espera por melhoria das condições meteorológicas”, acrescentou.
No Porto de Setúbal também “não estão previstas entradas e saídas da barra enquanto não melhorarem as condições meteorológicas”.
No Porto de Sines (distrito de Setúbal) está limitada a entrada de navios em dois dos terminais.
Em Leixões (concelho de Matosinhos, distrito do Porto), a depressão danificou infraestruturas no porto, “mas sem implicação no terminal ou no funcionamento da portaria”, destacou o MIH.
Pelas 11 horas, a forte ondulação mantinha fechadas 17 barras marítimas, a maioria no norte e no sul de Portugal continental, e quatro estão condicionadas, segundo o site da Marinha, que adianta estarem abertas 26 barras.
Estão fechadas as barras de Caminha, Douro, Esposende, Vila Praia de Âncora, Póvoa de Varzim e Vila do Conde, na região Norte, bem como as de Portinho da Ericeira e São Martinho do Porto. Na região Sul, estão fechadas as barras de Albufeira, Alvor, Vila Real de Santo António, Faro, Lagos, Olhão, Quarteira, Tavira e Vila Moura.
Os trabalhadores das juntas de freguesia de Benfica e São Domingos de Benfica, em Lisboa, estiveram envolvidos, nas últimas horas, na limpeza dos estragos provocados pela depressão Martinho, sobretudo árvores e ramos caídos.
Cerca das 9 horas, os sons que mais se ouviam nas duas freguesias lisboetas eram as sirenes dos carros de bombeiros, motosserras ou sopradores de folhas, além do trânsito normal, com algumas apitadelas por falta de semáforos em algumas zonas.
A Lusa andou pelas ruas das duas freguesias e constatou que a tempestade Martinho fez a poda das árvores à sua passagem: pelos passeios e nas estradas eram bem visíveis os emaranhados de ramos e raminhos e folhas.
Os fortes ventos desta madrugada arrancaram a cobertura da nave das piscinas municipais de Figueira de Castelo Rodrigo, que estão encerradas por tempo indeterminado.
"A cobertura ficou completamente danificada e voou para a avenida com a força do vento. Felizmente, não passava ninguém àquela hora e não se registaram mais danos", disse o presidente do município, Carlos Condesso, à agência Lusa.
"Apenas foi afetada a cobertura da nave, não houve danos na zona dos balneários, receção e gabinetes", adiantou Carlos Condesso.
Quatro carros ficaram hoje destruídos na sequência da queda de uma árvore e de um muro pertencente à Tapada das Necessidades, em Lisboa, devido à chuva e ao vento forte.
O incidente ocorreu na Rua do Borja, freguesia da Estrela, e afetou, além de quatro viaturas, uma habitação devoluta, segundo constatou a agência Lusa no local.
Uma das moradoras na Rua da Borja, mesmo ao lado da habitação sobre a qual caiu a árvore, contou à Lusa que apenas se apercebeu do barulho e que não imaginou o que tivesse acontecido.
“Eu estava na cama e ouvi um barulho muito grande e até pensei que tivessem sido as janelas. Não me apercebi da árvore a cair. Só quando fui lá em cima é que vi a árvore e fui à rua para ver se não tinha caído em cima do meu carro. Felizmente não”, relatou Virgínia Cardoso.
Residente neste local há 55 anos, a moradora assegurou que esta foi a primeira vez que aconteceu uma situação com esta dimensão, mas que, infelizmente, “já era previsível há algum tempo”.
“Eu já tinha dito que qualquer dia esta árvore ia cair. Ela estava mesmo a indicar que ia cair. Já estava previsto, mas ninguém quer saber”, criticou.
A queda de várias árvores, causada pelo vento forte registado na madrugada de hoje, devido à depressão Martinho, provocou estragos avultados em dois campos de futebol no concelho de Beja, além de ter danificado mais de duas dezenas de viaturas.
Numa nota publicada na sua página oficial na rede social Facebook, a Câmara de Beja revelou que o Complexo Desportivo Fernando Mamede “sofreu danos consideráveis ao nível da vedação, banco de suplentes, estrutura de lançamentos, postes de salto à vara, e redes de sustentação do recinto, bem como a pista de aeromodelismo”.
Já na freguesia de Salvada, no Campo de Jogos Terras de Pão, a queda de árvores destruiu grande parte da vedação do recinto desportivo, assim como uma baliza, confirmou à agência Lusa o presidente do clube local. “Existe muita destruição, pois as árvores que circundam o campo de jogos acabaram por ceder com a força do vento e destruíram grande parte da vedação à volta do campo, incluindo uma das balizas, que está totalmente destruída”, disse o presidente do Clube Desportivo e Recreativo Salvadense, Manuel Carvalho.
Questionado pela Lusa sobre o valor do prejuízo, o dirigente alentejano disse não ser possível, “de momento, quantificar isso”. “Mas é sempre muito para quem não tem praticamente nada”, frisou, reconhecendo ser “desolador” ver o trabalho do clube “totalmente destruído”.
Manuel Carvalho disse ainda que “já foi agilizada” com a Junta de Freguesia de Salvada e Quintos e o município de Beja a remoção dos destroços, estando o clube igualmente “em contacto com a Associação de Futebol de Beja”.
Fotos: Câmara Municipal de Sesimbra
A Câmara Municipal de Sesimbra admitiu a possibilidade de haver cortes no abastecimento de água em algumas zonas do concelho, devido a uma falha de energia provocada pelo mau tempo na Central de Água da Apostiça.
Segundo informou o município na página oficial na rede social Facebook, o mau tempo provocou uma falha de energia que impede o abastecimento do depósito de água do Casalão e poderá originar cortes de água na Vila de Sesimbra e em algumas zonas da freguesia do Castelo.
Tal como aconteceu um pouco por toda a Península de Setúbal, o mau tempo que se fez sentir na última noite também provocou várias quedas de árvores e estruturas, que estão a condicionar a circulação rodoviárias em algumas zonas do concelho.
A Câmara de Sesimbra garante, no entanto, que “os serviços municipais estão no terreno com várias equipas e meios mecânicos desde as primeiras horas da manhã a tentar dar resposta a todas estas ocorrências, para desobstruir as vias o mais depressa possível”.
A autarquia sesimbrense adianta ainda que o Parque Augusto Pólvora e o Castelo de Sesimbra vão estar encerrados devido à queda de árvores.
Dezenas de quedas de árvores, estradas cortadas, uma aeronave virada e a suspensão da circulação na linha férrea de Cascais são algumas situações registadas hoje devido aos efeitos da depressão Martinho, que não causou vítimas, disse fonte do município.
Em declarações à agência Lusa, o adjunto do vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais disse que foram registadas dezenas de ocorrências relacionadas com quedas de árvore no concelho, que levaram ao corte de estradas. “Tivemos durante a noite várias ocorrências de diferentes meios. Tivemos algumas questões pontuais com algumas embarcações na Baía de Cascais (…). Tivemos uma situação na linha de Cascais com umas placas e materiais que voaram da zona do Tamariz para a linha, que obrigou ao corte”, contou Nuno Piteira Lopes.
A circulação ferroviária na Linha de Cascais mantinha-se às 11.30 horas suspensa entre Caxias e Paço de Arcos, depois de ter sido cortada cerca das 2 horas devido à queda de uma árvore em cima da catenária, segundo informação da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC.)
“Tivemos também uma situação no aeródromo de Cascais, com uma aeronave que virou com a força do vento e, depois, tivemos muitas ocorrências com dezenas de árvores que não resistiram à força do vento. Umas que tombaram para a via pública, outras que tombaram em propriedades privadas, outra em parques municipais”, disse.
De acordo com Nuno Piteira Lopes, por causa da queda de árvores, os parques municipais encontram-se encerrados por questões de segurança. “Estão a ser avaliadas todas as situações fitossanitárias dessas árvores nos parques, para ver se existem condições para reabrir. Neste momento, estamos a dar prioridade a tudo o que são cortes de via”, explicou.
No que diz respeito às embarcações na Baía de Cascais, Nuno Piteira Lopes disse que as embarcações não resistiram à força do vento e da maré, tendo uma delas ficado submersa e outra sido arrastada para a praia. “As equipas da Marinha estão a trabalhar para recuperar as embarcações”, contou.
Nuno Piteira Lopes disse ainda que a prioridade da autarquia é resolver os mais rapidamente possível todas as situações, estimando-se que isso aconteça até ao início da tarde de hoje.
Um maquinista da CP ficou ferido, esta quinta-feira, quando o comboio que dirigia embateu numa árvore caída na linha, na subida de Paço de Arcos, Linha de Cascais, revela o Ministério das Infraestruturas.
O mau tempo registado entre quarta-feira e hoje de manhã no continente português deu origem a 5800 ocorrências e 15 desalojados, de acordo com o mais recente balanço da Proteção Civil, que reconhece tratar-se de um número "acima da média".
O vento provocou 83 quedas de árvores e 41 estruturas no distrito de Aveiro entre as zero e as 7.45 horas desta quinta-feira, apurou o JN junto do Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil da Região de Aveiro. Os dados são provisórios e deverão aumentar à medida que forem feitos os registo de ocorrência, não havendo indicação de feridos, adiantou a mesma fonte.
Entre as quedas de estruturas estão telhas, chapas e outros materiais de construção civil, muros, painéis de publicidade, sinais de trânsito e vidros, como aquele de um apartamento na Rua Cristóvão Pinho Queimado (na foto), no centro de Aveiro, que foi destruído pelas rajadas de vento.
O Parque Botânico do Monteiro-Mor, adjacente ao Museu Nacional do Traje, em Lisboa, está encerrado devido à queda de árvores provocada pelo mau tempo, indicou à agência Lusa a Museus e Monumentos de Portugal (MMP).
Contactada pela Lusa sobre os efeitos da depressão Martinho, a mesma fonte afirmou que, "de resto, todos os museus e monumentos do universo MMP estão abertos ao público". "Houve situações pontuais, mas que não comprometeram o funcionamento ou abertura" dos museus e monumentos tutelados, acrescentou a MMP sobre as ocorrências.
A circulação ferroviária na Linha de Cascais continuava interrompida às 12 horas devido a danos significativos numa catenária, enquanto a Linha do Norte estava condicionada entre Bobadela e Alverca, segundo um balanço da Infraestruturas de Portugal (IP).
Numa nota, a IP revelou ainda que a circulação foi já restabelecida na Linha do Sul entre Pinheiro e Vale do Guizo, em Alcácer do Sal (distrito de Setúbal).
Segundo a IP, a interrupção da Linha de Cascais, no distrito de Lisboa, “deverá manter-se por um período mais prolongado, sendo que o restabelecimento da circulação será feito de forma faseada”.
A Linha do Norte estava condicionada entre Bobadela (Loures, distrito de Lisboa) e Alverca (Vila Franca de Xira, no mesmo distrito), onde a circulação estava apenas a efetuar-se por duas (das quatro) vias.
Estes incidentes resultaram das condições meteorológicas adversas que se fizeram sentir durante a última madrugada devido à depressão Martinho e que provocaram várias situações de condicionamentos nas redes rodoviária e ferroviária, explicou a IP.
“As fortes rajadas de vento e chuva persistente tiveram como consequência a ocorrência de centenas de queda de árvores e ramos e também várias estruturas, nomeadamente painéis publicitários, que afetaram as condições de mobilidade e segurança, obrigando ao corte da circulação em diversas estradas e vias-férreas”, acrescentou.
A freguesia de Samuel, no noroeste do município de Soure, distrito de Coimbra, está sem água e luz devido ao temporal desta madrugada, mas a situação está a ser resolvida com operacionais no local, disse fonte da autarquia.
Em declarações à agência Lusa pelas 10.30 horas de hoje, Teresa Pedrosa, vice-presidente do município, explicou que o vento forte provocou quedas de árvores naquela freguesia, onde também reside, o que levou aos cortes de energia e abastecimento de água.
A meio da manhã de hoje, indicou a autarca, equipas da E-Redes já tinham identificado o local da queda de árvores e estão a trabalhar para repor a energia na freguesia, o que deverá suceder nas próximas horas. “Só agora é que estão a restabelecer a ligação e só depois é que as bombagens vão voltar a funcionar”, indicou.
O trânsito na Rua de Fernandes Tomás, no Porto, foi reaberto depois de o isolamento lateral de um prédio se ter soltado com o vento, durante esta madrugada.
Dezenas de utentes de um parque de campismo no Pinhal Novo, no concelho de Palmela, foram obrigadas a sair das residências durante a noite e a concentrar-se num café, devido ao risco de queda de árvores. Joana Martins, utente do parque de campismo Vasco da Gama há cerca de quatro anos, explicou à agência Lusa que o vento forte começou a fazer-se sentir cerca das 22 horas de quarta-feira, prolongando-se até às 3 horas de hoje.
Durante esse período, houve várias quedas de árvores que destruíram algumas residências e os utentes “foram convidados pela Proteção Civil a concentrarem-se num café no interior do parque”, onde passaram a noite. Segundo Joana Martins, a maioria das pessoas tem residências temporárias, mas algumas residem permanentemente no parque de campismo.
A agência Lusa contactou o responsável do espaço, que se recusou a prestar declarações.
Várias árvores levantadas na parte exterior do museu Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais.
Duas árvores de grande porte caíram durante a noite na Praceta de Damão, Mem Martins, Sintra.
O vento intenso na noite de quarta-feira causou dezenas de milhares de euros em estragos no Estádio de Santo António, da Associação Desportiva Nogueirense, no concelho de Oliveira do Hospital.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Desportiva Nogueirense (ADN), Márcio Henriques, explicou que as fortes rajadas que se fizeram sentir por volta das 20.30 horas de quarta-feira fizeram “levantar completamente a cobertura central da bancada" do Estádio de Santo António. “Partiu tudo o que era estrutura. E, dentro do estádio, do próprio complexo, também temos uma série de danos. Ainda não temos a noção do valor real do prejuízo, mas serão dezenas de milhares de euros”, lamentou.
De acordo com Márcio Henriques, no momento que a cobertura central da bancada levantou decorria o treino da equipa sénior de futebol. “Tinha começado há cerca de vinte minutos quando tudo aconteceu. Felizmente, ninguém se magoou”, acrescentou.
A última noite foi agitada na região do Alto Minho, com registo de 16 incêndios, com fogo a rondar casas e dois bombeiros ficaram feridos durante combate às chamas.
O trânsito na Rua de Fernandes Tomás, no Porto, está cortado depois de o isolamento lateral de um prédio se ter soltado com o vento, durante esta madrugada. A esta hora, estão no terreno os Bombeiros Sapadores do Porto a retirar as restantes chapas e a garantir a segurança da área.
Quedas de árvores e telhas arrancadas pelo vento foram alguns dos estragos causados pelo mau tempo durante a noite, no concelho de Famalicão. Na freguesia de Requião, as telhas de uma casa foram arrancadas pelas fortes rajadas e, em Meães, parte da cobertura das bancadas de um campo de futebol foi parar ao telhado de uma habitação. Segundo as informações que o JN conseguiu recolher, ninguém ficou ferido.
A queda de um muro de tijolos na Rua das Vagens, em Mem Martins, no concelho de Sintra, provocou danos num automóvel que estava estacionado no local.
O Serviço Municipal de Proteção Civil de Lisboa comunicou que a passagem da depressão Martinho na capital provocou 534 ocorrências desde as 21 horas de 19 de março até às 7 horas de hoje, acrescentando que foram registados alguns feridos, entre polícias, bombeiros e civis, nas operações de socorro.
"O fenómeno mais gravoso foi o vento durante a madrugada que gerou 220 ocorrências de queda de árvore, 151 de queda de estrutura (painéis publicitários, sinalização vertical), e 81 de queda de revestimento (coberturas, elementos da fachada). Houve apenas 16 ocorrências relacionadas com inundações", indica a Proteção Civil.
Pelas 9 horas, 19 ruas da cidade estavam interditas à circulação:
Infante D. Henrique, sentido sul-norte, antes do viaduto de Santa Apolónia
Av. de Brasília
Estrada da Pimenteira
R. Fernando Palha
R. Zófimo Pedroso
Estrada do Alvito
R. Virgínia Terra
Rua D do Aeroporto
Av. da Peregrinação
Av. Tenente Martins
R. Tomás Ribeiro
R. Cidade de Cádiz
Largo do Picadeiro do Chiado.
R. Tito de Morais
R. Sargento Armando Monteiro Ferreira
R. Formosinho Sanches
Rua do Borja
Rua Marques da Silva
Travessa dos Mastros
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, avançou, num balanço aos jornalistas, esta quinta-feira de manhã, que seis pessoas ficaram feridas nas ocorrências do mau tempo desta noite. O autarca adiantou ainda que a maioria das situações disse respeito a quedas de árvores, estruturas e inundações, e acrescentando que 22 estradas estão cortadas à circulação.
"O problema foi o vento", apontou Carlos Moedas, acompanhado pela Proteção Civil e pelas forças de segurança, adiantando que as autoridades preveem a ocorrência de chuva para o resto do dia, mas afastando a possibilidade de cheias.
Um eucalipto de grande porte caiu e ainda destruiu uma árvore na queda, no Parque do Carriçal, na Senhora da Hora, Matosinhos.
Cerca de 30 campas e jazigos ficaram danificados, devido à queda de um muro do estádio do Lusitânia de Lourosa, em Santa Maria da Feira. Os ventos fortes estarão na origem da derrocada do muro.
A manhã desta quinta-feira revelou um cenário dantesco no cemitério de Lourosa. O muro do estádio do Lusitânia ruiu sobre o muro de separação do cemitério, destruindo campas e jazigos, causando um prejuízo "muito elevado", de acordo com o presidente da junta de freguesia, Armando Teixeira, em declarações ao JN.
O autarca afirmou que os ventos fortes terão afetado a estrutura dos outdoors publicitários, que, por sua vez, terão causado a queda do muro. Armando Teixeira acrescentou que os meios da junta de freguesia, da Proteção Civil e da Câmara Municipal estão no local, trabalhando para minimizar os efeitos deste incidente. "Trata-se de uma situação muito sensível, que estamos a tratar com todo o cuidado", afirmou o presidente.
Uma árvore caída esteve a impedir a passagem de carros junto a um dos edifícios no Bairro Residencial da Força Aérea, em Beja.
Os fortes ventos que se fizeram sentir de madrugada arrancaram a cobertura de um edifício em Galegos S. Martinho, freguesia do concelho de Barcelos, e obrigou ao corte da Estrada Nacional 205, que faz ligação a Prado. Aconteceu por volta das 3 horas e ao local acorreram os Bombeiros Voluntários de Barcelos, que procederam à remoção dos destroços. Não houve registo de feridos.
A GNR procedeu ao corte da via e registou a ocorrência.
A passagem da depressão Martinho provocou a queda de árvores em Monsanto, em Lisboa.
O vento forte que se fez sentir a sul fez virar as aeronaves que estavam estacionadas no Aeródromo Municipal de Cascais, em Tires.
Na mesma freguesia, a queda de uma árvore cortou a estrada que dá acesso à Escola Secundária e ao IC19, gerando filas de trânsito nas imediações.
Na zona de S. Carlos, também em Mem Martins, o vento muito forte que se fez sentir durante a noite provocou estragos no toldo do supermercado Minipreço, que ficou rasgado.
Mais de 4200 ocorrências relacionadas com o mau tempo foram registadas em Portugal continental entre as 0 de dia 19 (quarta-feira) e as 7 horas de hoje, a maioria quedas de árvores e estruturas na Grande Lisboa, segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Do total de ocorrências, 2314 são quedas de árvores, 1169 são quedas de estruturas, 643 limpezas de via, 45 movimentos de massa e 38 são relativas a inundações, disse à agência Lusa José Miranda, da ANEPC. De acordo com o responsável, as regiões mais afetadas foram a Sub-Região da Grande Lisboa com 1452 ocorrências, a Península de Setúbal com 456 e a Sub-Região do Oeste com 329.
Foram mobilizados 14.560 operacionais, com o apoio de 4901 meios terrestres.
A circulação do comboio da Ponte 25 da Abril, que estave suspensa entre a estação de Coina e Roma-Areeiro, foi retomada pelas 7.25 horas, mas com "atrasos significativos, informou a Fertagus. Numa nota publicada nas redes sociais, a empresa responsável pela travessia ferroviária do Tejo diz que a circulação estava suspensa devido às condições meteorológicos e a problemas com uma catenária e, às 6 horas, apenas estava a ser feita entre as estações de Coina e Setúbal, mas com constrangimentos.
O comboio da Fertagus, que liga os distritos de Lisboa e Setúbal, serve atualmente 14 estações numa extensão de linha com cerca de 54 quilómetros e começa a operar diariamente às 5.35.
O mau tempo provocou a queda de uma árvore no recreio da Escola EB 2,3 de Alpendorada, no Marco de Canaveses.
Os Bombeiros Voluntários de Camarate, no município de Loures, comunicaram, nas redes sociais, que responderam a várias ocorrências, principalmente quedas de árvores estruturas, inundações e desobstrução de vias.
A rede elétrica de 82 mil clientes da E-Redes estava, às 7.30 horas de hoje, com grandes constrangimentos. Os distritos de Leiria, Coimbra e Viana do Castelo são os mais afetados, informou a empresa do grupo EDP.
“Cerca das 22 horas, os efeitos da tempestade Martinho começaram a causar grandes constrangimentos na rede elétrica, sobretudo na zona centro sul, progredindo progressivamente para norte, ao longo da madrugada de dia 20 [hoje]”, referiu a E-Redes, em resposta à agência Lusa, esta manhã. A situação mais gravosa ocorreu pela 1 hora, quando 185 mil clientes ficaram com perturbações no fornecimento de energia.
A empresa, que indicou estarem mobilizados no terreno 800 operacionais, ativou na quarta-feira o seu Plano Operacional de Atuação em Crise, estando todo o dispositivo operacional dedicado ao estado de alerta em vigor, em estreita articulação com a proteção civil e demais autoridades.
A CP - Comboios de Portugal informou, esta manhã, quais são os condicionamentos de circulação de trânsito, pedindo desculpa pelos incómodos causados:
Linha de Cascais – circulação suspensa e sem previsão de retoma;
Linha do Sado – circulação ferroviária faz-se entre Praias do Sado e Pinhal Novo;
Linha do Douro – circulação suspensa entre Régua e Marco de Canaveses;
Linha do Vouga - circulação suspensa entre Águeda e Eirol, devido à queda de uma árvore;
Linha da Beira Alta - circulação suspensa entre Guarda e Celorico;
Ramal de Tomar – circulação ferroviária faz-se a partir do Entroncamento;
Linha do Oeste – circulação condicionada devido a queda de arvores e chapas entre Caldas da Rainha e Leiria;
Linha do Norte - circulação condicionada entre Bobadela e Alverca.
A circulação do comboio da Ponte 25 da Abril está suspensa entre a estação de Coina e Roma-Areeiro, nos dois sentidos, devido aos efeitos do mau tempo numa catenária, avançou a Fertagus à agência Lusa. Às 6 horas, a circulação estava apenas a ser feita entre as estações de Coina e Setúbal, mas com constrangimentos. A resolução do problema poderá demorar algumas horas,
O comboio da Fertagus, que liga os distritos de Lisboa e Setúbal, serve atualmente 14 estações numa extensão de linha com cerca de 54 quilómetros e começa a operar diariamente às 5.35 horas.
Queda de árvore corta Estrada Nacional 10, na Póvoa de Santa Iria, em Vila Franca de Xira.
Em Camarate, no concelho de Loures, a queda de uma árvore na Praceta da Liberdade, Quinta do Galeão, provocou danos materiais num carro que se encontrava estacionado no local.
Treze pessoas ficaram desalojadas na sequência de danos provocados pelos ventos fortes na habitação em que residem em Miragaia, concelho da Lourinhã. Pelas 2 horas, os ventos fortes “provocaram danos na habitação, o telhado foi arrancado e 13 pessoas ficaram desalojadas, tendo sido realojadas pela Proteção Civil na Pousada da Juventude da Praia da Areia Branca", disse fonte do Sub-Comando de Emergência e Proteção Civil do Oeste à agência Lusa.
No local, estiveram oito operacionais e cinco veículos dos bombeiros, câmara municipal e GNR. A Proteção Civil vai hoje fazer uma avaliação dos danos na habitação.
A linha ferroviária de Cascais está suspensa devido aos efeitos do mau tempo, segundo o Comando Sub-Regional da Grande Lisboa, que registou desde quarta-feira à noite mais de 500 ocorrências, na maioria quedas de árvores, de estruturas, telhados e de postes de telecomunicações e eletricidade arrancados pelo vento.
“A Linha ferroviária de Cascais encontra-se interrompida entre Caxias e Paço de Arcos devido à queda de uma árvore que danificou a catenária que caiu em cima do comboio, causando ferimentos ligeiros no maquinista”, indicou a fonte, acrescentando que a circulação ferroviária vai continuar interrompida até estar resolvido o problema com a catenária.
A forte agitação marítima obrigou ao fecho de 18 barras marítimas, a maioria no norte e sul de Portugal continental, segundo a informação disponível no site da Marinha. Estão fechadas as barras de Caminha, Douro, Esposende, Vila Praia de Âncora, Póvoa do Varzim, Vila do Conde, Portinho da Ericeira, Peniche, São Martinho do Porto. Na região sul, estão fechadas as barras de Albufeira, Alvor, Vila real de Santo António, Faro, Lagos, Olhão, Quarteira, Tavira e Vila Moura. Estão abertas 25 barras e quatro estão condicionadas.
Bom dia! A tempestade que era esperada para a noite e madrugada passadas, e que deve dar tréguas durante a manhã na maior parte do território, provocou vários estragos por todo o país, entre quedas de árvores e postes e estradas cortadas. Siga aqui o acompanhamento ao minuto do mau tempo.
A Proteção Civil registou 994 ocorrências relacionadas com o mau tempo até às 0 horas de hoje em Portugal continental, destacando-se quedas de árvores e de estruturas, maioritariamente na região da Grande Lisboa, onde se registaram até então 294 ocorrências, seguida das regiões de Leiria e Coimbra, que somaram 104 ocorrências cada. A zona oeste do país também é uma das mais afetadas, com um total de 102 ocorrências, afetando sobretudo os concelhos de Torres Vedras, Sobral de Monte Agraço, Cadaval e Lourinhã. A partir das 0 horas, durante a madrugada, foram registadas centenas de outras ocorrências.