Um avião com dez pessoas a bordo caiu esta quarta-feira, na região de Tver, na Rússia, no trajeto Moscovo-São Petersburgo, sem deixar sobreviventes. A Rosaviatsia, a Agência Federal de Transportes Aéreos da Rússia, confirmou que o líder do grupo Wagner Evgeny Prigozhin estava a bordo da aeronave.
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"Havia dez pessoas a bordo, incluindo três tripulantes. Segundo as primeiras informações, todas as pessoas morreram", afirmou o Ministério russo de Situações de Emergência no Telegram.
De acordo com a BBC, o líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, constava na lista de passageiros e morreu no acidente. Estava também entre os passageiros Dmitry Utkin, um dos fundadores do grupo Wagner e ex-oficial das forças especiais russas.
"Foi aberta uma investigação à queda da aeronave Embraer, que ocorreu em Tver", revelou a agência Reuters .
A causa do acidente ainda não está esclarecida, mas, segundo noticia o jornal britânico "The Guardian", canais de notícias ligados ao grupo Wagner anunciaram que o avião privado foi abatido pela defesa aérea russa.
Outro grupo ligado aos mercenários afirmou no Telegram que Prigozhin morreu. "O líder do grupo Wagner, Herói da Rússia, um verdadeiro patriota - Evgeny Viktorovich Prigozhin morreu em resultado das ações de traidores da Rússia. Mas mesmo no Inferno ele será o melhor. Glória à Rússia!", pode ler-se na mensagem.
A aeronave estava sob sanção dos EUA desde 2019, na sequência da guerra com a Ucrânia. Yevgeny Prigozhin usou-a logo após o motim de junho, quando se deslocou para a Bielorrússia.
Nas redes sociais circulam fotos e vídeos do momento da queda do avião. Segundo a agência estatal russa RIA, foram encontrados oito corpos no local.
Tentativa de rebelião
Os mercenários do Grupo Wagner, liderados por Yevgeni Prigozhin, realizaram uma tentativa de rebelião no final de junho, altura em que uma coluna militar se aproximou de Moscovo com o objetivo de depor as chefias militares. No entanto, o plano não foi concretizado, na sequência de uma mediação feita pelo presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.
Para evitar ser julgada por acusações criminais, a organização paramilitar concordou em desarmar e entregar o material militar às Forças Armadas Russas. No acordo ficou estabelecido que o grupo e o líder iriam viver para a Bielorrússia.
Morte "não seria surpreendente"
Em reação à notícia do acidente, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Adrienne Watson, afirmou, citada pela BBC, que a morte de Prigozhin "não seria surpreendente", tendo em conta o seu historial com Vladimir Putin.
Declarações que coincidem com as proferidas pelo chefe de Estado americano, Joe Biden. "Não sei ao certo o que aconteceu, mas não estou surpreendido", declarou. "Não acontece muita coisa na Rússia cuja responsabilidade não seja de Putin, mas não sei o suficiente", acrescentou.