A Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou hoje a deteção do primeiro caso de febre hemorrágica Crimeia-Congo (FHCC) em Portugal, tendo o doente, com 80 anos, nacionalidade portuguesa e residente em Bragança, acabado por morrer.
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De acordo com um comunicado da DGS, a vítima realizou “atividades agrícolas durante o período de incubação, teve início de sintomas em 11 de julho de 2024, tendo sido admitido no Hospital de Bragança por sintomatologia inespecífica e acabou por falecer”.
A FHCC é uma doença transmitida pela picada de carraças infetadas com o vírus, tendo sido desencadeadas “investigações entomológicas reforçadas para recolha de carraças no distrito de residência do caso, em articulação com as Autoridades de Saúde e o INSA”, adianta a DGS.
Como se transmite e quais os sintomas da febre hemorrágicas Crimeia-Congo
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a FHCC é endémica em África, nos Balcãs, no Médio Oriente e na Ásia, em países abaixo dos 50 graus de latitude norte, o limite geográfico da carraça que é o seu principal vetor.
Os hospedeiros do vírus incluem animais selvagens e domésticos, como gado bovino, ovino e caprino. Muitas aves são resistentes à infeção, mas as avestruzes são vulneráveis e podem apresentar uma elevada prevalência de infeção em zonas endémicas.
"Os animais são infetados pela picada de carraças infetadas e o vírus permanece na corrente sanguínea durante cerca de uma semana após a infeção, de modo a que quando outra carraça pica o animal, o ciclo carraça-animal-carraça é perpetuado", lê-se numa página da OMS explicativa da doença.