Organização Meteorológica Mundial alerta para novos máximos de temperatura, de subida do nível do mar, de degelo. António Guterres avisa: "Os líderes devem agir - agora".
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“As sirenes estão a tocar em todos os principais indicadores”. A saber. 2023 foi o ano mais quente de sempre, com a temperatura média do ar à superfície 1.45ºC acima da era pré-industrial. A temperatura dos oceanos está em máximos de 65 anos, quando se iniciou a observação. As concentrações de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso bateram recordes. Assim como o nível do mar. A que se juntam níveis de degelo nunca vistos. O alerta é de António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas. Os dados constam do mais recente relatório da Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês). Num “alerta vermelho para o mundo”, nas palavras de Celeste Saulo, secretária-geral da WMO.
Um alerta que se explica no facto de nunca termos estado tão próximos do limite mínimo de 1.5ºC inscrito no Acordo de Paris sobre alterações climáticas. Isto é, de “estabilizar” a subida da temperatura nos 1.5ºC até 2100. Focando, para já, na temperatura, os dados nesta terça-feira divulgados confirmam que 2023 foi o mais quente dos últimos 174 anos, quando se iniciaram os registos, impulsionado pelo fenómeno "El Niño". Com a temperatura média a fixar-se 1.45ºC (com uma margem de incerteza de +0.12ºC) acima da linha de base da era pré-industrial.