
Pai não gostava dos vídeos que a filha publicava no TikTok
Foto: Ritchie B. Tongo / EPA
Um homem confessou ter matado a filha adolescente a tiro, na terça-feira, no Paquistão, por não gostar do conteúdo que a jovem publicava no TikTok. De acordo com o homicida, os vídeos eram "censuráveis".
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Anwar ul-Haq mudou-se com a família para o Paquistão depois de viver nos Estados Unidos durante 25 anos. A sua filha Hira, que terá 13 ou 14 anos, começou a gravar vídeos no TikTok quando ainda estava em solo norte-americano. No entanto, a polícia paquistanesa, citada pela BBC, conta que a família "tinha objeções ao seu vestuário, estilo de vida e convívio social".
Inicialmente, ul-Haq afirmou que um grupo de homens tinha disparado sobre a sua filha, mas acabou por confessar o assassinato da adolescente em Quetta, no sudoeste do país, na terça-feira. As autoridades estão agora a investigar o sucedido e não descartam a possibilidade de uma "morte de honra".
De acordo com a polícia paquistanesa, o cunhado de ul-Haq também foi preso por ser suspeito de ter ajudado o homicida confesso.
Comum no Paquistão, principalmente contra mulheres, a "morte de honra" acontece quando alguém é assassinado porque a família não concorda com o estilo de vida da vítima. Até 2016, o homicida não precisava de cumprir pena de prisão se fosse perdoado pela família. No entanto, a lei mudou e o crime é agora punível com pena de prisão perpétua.
De acordo com várias organizações de direitos humanos, já foram mortas dezenas de pessoas no Paquistão em homicídios "de honra", geralmente levados a cabo por familiares que dizem estar a agir em defesa da honra da sua família.

