Papa volta a usar termo pejorativo sobre homossexuais: "Há um ambiente de paneleirice”
O Papa Francisco está a ser novamente notícia, em Itália e no mundo, por ter voltado a usar um termo depreciativo para se referir a pessoas homossexuais. Isto depois de, no mês passado, ter pedido desculpas publicamente pelo mesmo tipo de comentário.
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A agência de notícias italiana ANSA noticiou, na terça-feira, que, durante uma reunião com sacerdotes, o Papa Francisco disse que “há um ambiente de paneleirice no Vaticano”, defendendo que seria melhor travar a entrada de homossexuais nos seminários. De acordo com fontes presentes na reunião, além de ter usado o termo italiano “frociaggine” - que pode ser traduzido para "paneleirice" -, o pontífice máximo da Igreja Católica reiterou que é preferível não deixar entrar no seminário um jovem com manifestas tendências homossexuais. "São bons meninos", mas é melhor não entrarem, terá defendido.
Na nota oficial da assessoria de imprensa do Vaticano, emitida no final do encontro, pode ler-se que o Papa "falou sobre o perigo das ideologias na Igreja e voltou ao tema da admissão de pessoas com tendências homossexuais nos seminários, reiterando a necessidade de acolhê-los e acompanhá-los na Igreja e a indicação prudencial do Dicastério para o Clero quanto à sua entrada no seminário”.
No mês passado, o Vaticano pediu desculpas publicamente em nome de Francisco pelo uso de um termo depreciativo quando se referia a pessoas homossexuais: "Já há demasiadas bichas", terá dito, numa ocasião em que apelava a bispos italianos que não admitissem seminaristas gays. "O Papa nunca teve a intenção de ofender ou de se exprimir em termos homofóbicos e pede desculpa”, referia o comunicado divulgado pelo Vaticano em maio. “Como Francisco afirmou em várias ocasiões, na Igreja há lugar para todos. Para todos! Ninguém é inútil, ninguém é supérfluo, há lugar para todos", acrescentava.
Na primeira polémica, o jornal "Corriere della Sera" admitia a hipótese de Francisco - que, desde que assumiu o papado, em 2013, tem adotado uma abordagem pública mais acolhedora em relação à comunidade LGBT, rompendo com os discursos anteriores - não ter consciência de que a palavra italiana era ofensiva, uma vez que essa não é a sua língua nativa e que existe um termo semelhante em espanhol, que não tem uma conotação tão pejorativa.
Recentemente, o Papa tinha defendido que a homossexualidade faz parte da "condição humana".