Uma "Lua de Sangue", como é conhecido o eclipse lunar total, vai surgir no céu, na madrugada desta sexta-feira, e vai ser visível na Europa, Pacífico, América do Norte e do Sul e em algumas partes de África.
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De acordo com a NASA, a Lua começará a mover-se para a sombra às 3.57 horas de 14 de março em Portugal continental. O eclipse parcial começa pelas 5.09 horas e a totalidade começa às 6.26 horas e dura pouco mais de uma hora.
Ver a "Lua de Sangue" vai depender do céu limpo. Um ambiente escuro, longe de luzes brilhantes, proporciona também melhores condições de visualização. Além disso, não será necessário qualquer equipamento especial para observar o eclipse lunar, embora os binóculos ou um telescópio possam melhorar a visão.
Se não conseguir ver pessoalmente o fenómeno, pode sempre segui-lo no vídeo em direto transmitido pela NASA.
Porque é chamada "Lua de Sangue"?
À medida que a Lua orbita a Terra e a Terra orbita o Sol, os três corpos estão sempre no caminho um do outro, bloqueando periodicamente a visão de um para o outro. Os eclipses lunares dependem de um alinhamento diferente entre o Sol, a Lua e a Terra, ocorrendo quando a Terra está entre o Sol e a Lua, bloqueando a luz solar que é normalmente refletida na superfície lunar e projetando uma sombra no seu lugar. Os eclipses lunares podem ser parciais, com apenas parte da superfície da lua coberta, ou totais, com toda a face da lua escurecida.
Como a Lua não orbita a Terra num plano perfeitamente plano em torno do equador do planeta, mais sim inclinada num ângulo de 5,145 graus, por vezes, a Lua passará em frente da Terra um pouco acima ou abaixo da linha média do planeta, permitindo que um pouco de luz solar atinja uma parte da superfície lunar. Só quando os três corpos estão perfeitamente alinhados, como estarão esta semana, é que ocorrerá um eclipse lunar total.
Num eclipse lunar total, a Lua é banhada por alguma luz solar que passa pela Terra e pela sua atmosfera, tendo um efeito dramático na cor da lua. A luz solar contém todas as cores do espectro visível, mas, ao atingir a nossa atmosfera, os comprimentos de onda azuis de frequência mais elevada são dispersos, o que confere ao nosso céu a sua cor característica. Os comprimentos de onda vermelha e laranja passam diretamente. No caso de um eclipse lunar, isto significa que a Lua é banhada por um brilho avermelhado. Daí ser também chamada "Lua de Sangue".
Eclipse solar parcial em março e outro lunar total em setembro
Duas semanas depois, em 29 de março, parte do Mundo será presenteado com um eclipse solar parcial, que ocorre quando a Lua bloqueia a luz do Sol na Terra. Este eclipse será visível no leste do Canadá, em partes da Europa, no norte da Rússia e no noroeste de África.
Além disso, segundo dados facultados à agência Lusa por Rui Agostinho, astrónomo e professor jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, haverá este ano um segundo eclipse total da Lua em 7 de setembro, mas apenas será visível na sua plenitude no Algarve, e parcialmente nas regiões da Madeira, Lisboa e Porto.