O incêndio que deflagrou, esta sexta-feira à tarde, entre as povoações do Carrascal e Fernão Calvo, em Castelo Branco, alastrou-se ao concelho vizinho de Proença-a-Nova, devido à intensidade do vento. Uma casa habitada ardeu. Fogo está a ser combatido por por cerca de 554 bombeiros.
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Por volta das 20.30 horas, Luís Andrade, presidente da Junta de Freguesia de Santo André das Tojeiras, andava a ajudar a apagar os fogos. “Isto está complicado. Não tenho noção da área afetada, mas arderam os quintais até à porta das casas, nas localidades de Fernão Calvo, Vale de Água, Vale Chiqueira, Montegordo e Cabeça Gorda”, relata ao JN. A GNR enviou mais 22 militares de Viseu para o local, para se juntarem aos 42 já no terreno. Cerca de 554 bombeiros estão a combater as chamas, que estão a consumir uma zona de floresta.
“O vento descontrolado propagou as chamas e há quintais com muitas oliveiras a arder, tal como pedaços de alguns telhados”, conta Luís Andrade. “Todos têm tanques e motores, mas somos poucos”, lamenta. De Castelo Branco, as chamas propagaram-se para uma zona florestal de Proença-a-Nova. João Lobo, presidente da autarquia, diz que, apesar de terem sido reforçados os meios durante a tarde, o vento continuava a não dar tréguas. “Não está fácil”, desaba.
O JN sabe que no concelho de Proença-a-Nova arderam duas casas devolutas e uma casa habitada, na localidade de Lameira (Proença-a-Nova).
O presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, adiantou à Lusa, pelas 0.15 horas de sábado, que a frente ativa do fogo continuava com "muita força" e a causar dificuldades no terreno.
"A frente de fogo é muito grande e o terreno é de difícil acesso, o que dificulta bastante o combate. Vai ser uma noite longa", frisou, descartando a ocorrência de feridos ou danos maiores em infraestruturas.
Leopoldo Rodrigues referiu ainda que estão no terreno corporações de praticamente todo o país, esperando que o combate seja favorável durante a noite, apesar do vento e das condições do terreno.
A expectativa do autarca era que, com o cair da noite, a situação melhorasse, mas o fogo ainda não está controlado. “Já passou perto da Casal da Ribeira e Cerejeira”, refere. Entretanto, o JN apurou que foi evacuado o parque de caravanas de Chão do Galego e cortado o acesso à aldeia de Chão do Galego. O fogo está ainda a progredir de Catraia Cimeira para a Serra das Talhadas, onde se situa o miradouro de Siza Vieira.
Durante a tarde, o avião envolvido no combate ao incêndio em Santo André das Tojeiras foi obrigado a amarar na barragem da Pracana, mas, segundo apurou a Lusa junto da Proteção Civil, o piloto saiu ileso, pelo que os danos foram apenas materiais.