Conserveira mudou produção de Leça da Palmeira para Lavra, também em Matosinhos, há quase dez anos. Vizinhos pedem reabilitação do velho edifício, que continua devoluto.
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O “C”, de “conservas”, há muito que caiu por terra, e o “E” já retorcido antecipa sorte idêntica, devendo deixar para sempre a parede rosa já desbotada pelo tempo e que tem servido de rascunho a grafiteiros. Só o “nome Ramirez” permanece intocado na fachada gasta da conserveira que em 2015 saiu de Leça da Palmeira para se instalar num novo complexo em Lavra, também em Matosinhos.
Para trás ficaram, entregues ao abandono e ao vandalismo, as instalações que se espraiam entre as ruas Óscar da Silva - em tempos povoada por fábricas - e D. Marcos da Cruz, onde desaguam as traseiras da velha unidade. O enorme edifício chegaria a ser posto à venda pela empresa, mas nenhum negócio foi concretizado. No final de 2019, e já sem as placas de uma imobiliária em que se lia “vende-se”, o imóvel seria palco de uma festa de música eletrónica. Entretanto, a degradação agudizou-se e houve até quem se infiltrasse no interior. Contactada pelo JN, a empresa não quis falar.