Tribunal volta a condenar a 16 anos de prisão mãe que matou filho com sete facadas

Diogo Cruz morreu após ser esfaqueado sete vezes pela mãe
Foto: DR
O Tribunal de Almada voltou a julgar Maria Odete Ramos, de 52 anos, pelo homicídio qualificado do filho, de 21, à facada em casa na Moita e manteve a condenação anterior, de 16 anos de prisão.
A defesa da arguida tinha conseguido, através de um recurso para a Tribunal da Relação, que fosse repetido o julgamento e feita uma perícia psiquiátrica à mulher, alegando que esta vivia um clima de terror.
O coletivo de juízes admitiu que a arguida fosse vítima de violência doméstica e que havia uma relação tóxica entre mãe e filho. Porém, entendeu que a mulher “não agiu em desespero e num quadro de homicídio privilegiado”. Este crime tem uma moldura penal inferior ao crime de homicídio qualificado o que poderia reduzir a pena aplicada em janeiro pelo mesmo tribunal.
A advogada de Maria Odete, Mafalda Lourenço, vai recorrer por acreditar existir “um flagrante erro de apreciação do relatório por parte do tribunal que teve um desconhecimento absoluto do que é uma perícia psiquiátrica”. A defesa entende ser “um caso típico de homicídio privilegiado porque Maria Odete ou matava ou morria às mãos do filho”, diz.
A perícia apontou que na noite do crime, teve um evento apelidado de “fight ou flight”, o que leva o autor a lutar ou fugir num quadro de “compreensiva emoção violenta”.
O crime aconteceu no dia 29 de dezembro de 2022, no Vale da Amoreira, na Moita. Maria Odete, 52 anos, chegou a casa, pelas 23 horas e ficou enraivecida por ver esta desarrumada, sem que o filho, desempregado, a limpasse. A arguida começou a partir pratos na cozinha e junto ao quarto do filho, onde este se estava com a namorada. Confrontada por Diogo Cruz, 21 anos, a arguida disse que já estava farta de o aturar e que tinha que sair de casa.
Diogo ameaçou chamar a polícia e a mãe foi à cozinha buscar uma faca. Atacou o filho com sete facadas no tronco e quando este já estava inanimado arrastou-o pelas pernas para o corredor. Perante os gritos, vizinhos acorreram à casa e a PSP deteve a suspeita.

