Enquanto líder do PSD em campanha para as legislativas, o atual primeiro-ministro disse publicamente, em 2023, que iria entregar à Justiça toda a documentação relacionada com a sua casa de Espinho, na altura objeto de inquérito por parte da PGR. Segundo o "Expresso", o dossiê acabou por não ser disponibilizado.
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No final de 2023, durante a campanha para as eleições legislativas, a Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou a abertura de um inquérito-crime relacionado com a construção da casa de Luís Montenegro em Espinho, após uma denúncia sobre possíveis benefícios fiscais indevidos. Logo no dia seguinte (30 de dezembro), Montenegro realizou uma conferência de imprensa em que apresentou um dossiê contendo todas as faturas e documentação da obra, comprometendo-se a entregá-lo à Justiça quando solicitado.
Em julho de 2024, já no cargo de primeiro-ministro (tinha tomado posse a 2 de abril), Montenegro foi contactado por uma inspetora da Polícia Judiciária (PJ), que solicitou a documentação mencionada. Montenegro respondeu afirmando que não obteve qualquer benefício fiscal que não fosse legal e sugeriu que as entidades competentes, como a Câmara Municipal de Espinho e a Autoridade Tributária, poderiam fornecer e explicar a documentação necessária. Contudo, segundo o jornal "Expresso", não entregou diretamente à PJ o dossiê que havia exibido anteriormente.
Em agosto de 2024, a PJ concluiu o seu relatório, não encontrando indícios de prática de ilícito criminal. Posteriormente, em dezembro de 2024, o Ministério Público arquivou o inquérito, não identificando interferências ilícitas no processo de decisão relacionado com os alegados benefícios fiscais atribuídos à construção da casa de Montenegro.