A Interpol anunciou, na quinta-feira, a detenção de mais de 100 membros da 'Ndrangheta, a máfia mais poderosa de Itália, no âmbito do projeto "I-CAN", que visa desmantelar redes criminosas a nível internacional.
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Desde o lançamento do projeto em 2020, a operação contou com a colaboração da Guardia di Finanza italiana e de autoridades de vários países, sendo que as detenções mais recentes, as número 100 e 101, ocorreram em outubro na Alemanha e em Itália.
Na Alemanha, a Polícia invadiu três casas, e apreendeu várias informações guardadas na nuvem, dinheiro, relógios de luxo e joias. As autoridades italianas detiveram dois suspeitos, confiscando bens e veículos e congelando contas bancárias.
Um dos detidos, um empresário da Calábria, foi detido em Bolonha, enquanto outro suspeito foi detido em Formia (sul de Itália), segundo o comunicado. "A 'Ndrangheta é um flagelo global e representa uma ameaça sem precedentes. No entanto, o sucesso do projeto I-CAN deixa claro que, com a cooperação internacional, nem as máfias mais poderosas estão fora do alcance da justiça", afirmou o secretário-geral da Interpol, o alemão Jürgen Stock.
O brigadeiro-general Giampiero Ianni, da Guardia di Finanza italiana, destacou que as 101 detenções já realizadas no âmbito do projeto mostram que "não há fuga" para os membros da 'Ndrangheta.
A 'Ndrangheta surgiu na Calábria, sul de Itália, e expandiu a sua influência para mais de 40 países, consolidando-se como uma das organizações criminosas mais poderosas do mundo.
Financiado pelo Departamento Italiano de Segurança Pública, o projeto I-CAN visa sensibilizar e partilhar informações policiais para desmantelar as suas redes e capturar os fugitivos.
Entretanto, a Interpol realizou esta semana a 92.ª Assembleia Geral em Glasgow, marcada pela presença de mais de mil delegados, incluindo 65 chefes de polícia de 179 países.