Pavilhão Rosa Mota encheu, esta quarta-feira, no encerramento da campanha da Lista B, liderada pelo antigo treinador dos dragões. Eleições são no próximo sábado.
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André Villas-Boas ainda não tinha subido ao palco e já se ouvia gritar Porto! Porto! Porto! Num pavilhão Rosa Mota a abarrotar, impaciente para ouvir as palavras do candidato da Lista B, no encerramento da campanha para as eleições à presidência do F. C. Porto.
Irromperam os bombos dos Mareantes do Rio Douro, com bandeiras azuis e brancas a abrir o cortejo, pouco antes da entrada do ator Pedro Teixeira, anfitrião da noite. Mas a sala ganhou ainda mais ambiente com a apresentação do protagonista da noite, muito aplaudido pelos portistas presentes.
Sentado ao lado de Angelino Ferreira, André Villas-Boas concentrou atenções, mas o melhor ficou guardado para o fim. Pedro Teixeira chamou ao palco António Tavares, apresentado como futuro presidente da Assembleia Geral do F. C. Porto, que explicou as razões que o levaram a aceitar fazer parte da Lista B e começou logo ao ataque: “Vemos, ouvimos e lemos muita coisa ao longo desta campanha, mas ouvimos muita coisa de que não gostamos e não gostei que me chamassem traidor e adversário, porque eu não sou nada disso, sou portista. Para que não haja dúvidas, temos muito orgulho no passado do F. C. Porto e em quem o ajudou a construir. Mas, acima de tudo, preocupa-nos o futuro, porque aceitamos o desafio do André”.
"É o dia da maioria silenciosa dos adeptos"
Como não podia deixar de ser, em vésperas de festejos de meio século do 25 de Abril, António Tavares referiu-se à Revolução dos Cravos como uma luta similar à que foi travada ao longo da campanha. “Estamos aqui para dizer que não temos medo, porque esta é também a véspera de um dia que nos marcou a todos há 50 anos. Há 50 anos também houve pessoas que se levantaram e ousaram dizer basta. O Luís André, para não variar, não tem medo, mas coragem, tem o ADN do F. C. Porto. Agora é o dia da maioria silenciosa dos adeptos, porque é por eles que estamos a fazer estas eleições. O clube mobilizou-se e ainda bem e houve quem não quisesse fazer campanha, mas que também teve de a fazer. Esta sala mostra bem que cada um de nós respondeu a este apelo", declarou.
"Há uma frase de José Maria Pedroto que fui buscar à história num momento difícil, no chamado verão quente, que dizia ‘difícil não foi assumir uma atitude, mas era mais difícil não tomar uma atitude’. Quando me convidou para este lugar, vou ter muita responsabilidade, vou ser a consciência crítica do F. C. porto, seja numa Assembleia Geral, seja onde as nossas equipas lutam pela vitória. André tu encaras aquele espírito em que podemos trocar os V pelos B, como dizia o Almeida Garret, mas não trocamos a honra pela infâmia”, frisou An tónio Tavares, muito aplaudido pela plateia.
Já depois de intervenções musicais de Helton e de Tatanka, Rui Pedroto, também ele apresentado como futuro vice-presidente da direção do F. C. Porto, tomou a palavras para sublinhar a “celebração de portismo”, que encerra esta corrida à presidência azul e branca. “O Porto não é um lugar, mas, como se ouve dizer, uma nação. Na verdade, como dizia o poeta, o Porto é um sentimento, que nos une esta noite e que nos vai unir na noite de 28 de abril. Há 50 anos conquistamos os nossos direitos fundamentais e é aos militares de abril que devemos a nossa liberdade. A campanha do André termina com esta grande celebração de portismo. O F. C. Porto somos nós e os seus sócios, o F. C. Porto não tem dono, pertence-nos e somos nós os senhores do seu destino. O F. C. Porto é e será sempre dos sócios, pelos sócios e para os sócios”.