O primeiro-ministro, António Costa, comentou esta quarta-feira, ao início da tarde, as buscas realizadas no PSD e na casa do antigo presidente do partido, Rui Rio, afirmando que "ninguém está acima da lei" e que é preciso "deixar à justiça o que é da justiça".
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Em declarações ao jornalistas em Vilnius, onde decorre a cimenta da NATO, o chefe de Governo português defendeu que os cidadãos "têm motivos para confiar na justiça portuguesa". "Ninguém está acima da lei, seja o cidadão comum, seja o primeiro-ministro. Portanto, se houver alguma suspeita, o Ministério Público deve atuar", sublinhou.
Além disso, defendeu que "não vale a pena trazer para a praça pública aquilo que deve ser tratado na justiça". "Sempre tive uma concordância absoluta com o dr. Rui Rio quando ele dizia que não devemos fazer julgamentos de tabacaria. A minha confiança no sistema de Justiça passa por não andar a teorizar, opinar e transferir para a praça pública esses julgamentos", destacou.
A Polícia Judiciária efetuou buscas no PSD e na casa de Rui Rio no âmbito de uma operação voltada para a alegada utilização de dinheiros públicos para pagamento de serviços de assessoria prestados ao partido. Há uma dezena de assessores visados, sendo que um deles é o atual deputado Hugo Carneiro, também alvo de buscas.
Tal como noticiou o JN, ainda não foram constituídos arguidos, não estando previstos que os suspeitos adquiram essa qualidade esta quarta-feira.
Num comunicado enviado às redações, o PSD confirmou as buscas. "O PSD confirma que a sede nacional e a sede distrital do Porto foram hoje objeto de buscas por parte da Polícia Judiciária. Segundo a informação das autoridades, a investigação em curso visa factos que remontam ao período de 2018 a 2021", pode ler-se na nota. O partido assegurou ainda que prestará toda a colaboração solicitada pelas autoridades judiciais.