O endividamento do setor não financeiro (famílias, empresas e Estado) aumentou, em janeiro, para 818,4 mil milhões de euros, segundo dados do Banco de Portugal. As famílias devem 159,5 mil milhões, o que dá uma média de 14 988 euros por cada português.
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A dívida das famílias portuguesas não era tão alta desde julho de 2012, mês em que os portugueses deviam um total de 159,8 mil milhões de euros (15 014 euros, em média, por pessoa). Segundo o banco central português, a maior parte da dívida de janeiro deste ano tinha sido contraída junto das instituições bancárias, “por via do crédito à habitação”, que também está a aumentar.
Ao longo do ano de 2024, a dívida das famílias portuguesas aumentou quase sempre, sendo que a única exceção foi o mês de janeiro. Ou seja, está a crescer há exatamente um ano.
Segundo o Banco de Portugal, o endividamento total do setor não financeiro “aumentou 4,4 mil milhões de euros, para 818,4 mil milhões de euros. Deste total, 455 mil milhões de euros respeitavam ao setor privado (empresas privadas e particulares) e 363,4 mil milhões de euros ao setor público (administrações públicas e empresas públicas)”.
Empresas e Estado
As empresas privadas e o Estado também aumentaram o valor em dívida em janeiro. No caso das empresas, o endividamento atual é de 295,6 milhões de euros, cerca de 1,5 mil milhões de euros acima de janeiro de 2024. Segundo a mesma fonte, esta dívida está praticamente estagnada há um ano, com ligeiras variações mensais.
Quanto ao Estado, onde se incluem as administrações e as empresas públicas, a dívida atual é de 363,4 mil milhões de euros, mais 8,8 mil milhões de euros do que em janeiro de 2024. É o terceiro aumento mensal consecutivo e é o valor mais alto desde setembro de 2023.
Segundo a instituição liderada por Mário Centeno, cerca de 75% do aumento da dívida do Estado ocorreu junto do exterior devido “ao investimento de não residentes em títulos de dívida pública de longo prazo”. Aumentou igualmente perante as empresas, administrações públicas e famílias.