A marca Tecmaia, usada pelo Parque de Ciência e Tecnologia da Maia, foi leiloada no âmbito de um processo de execução judicial contra a antiga entidade gestora, mas ninguém se disponibilizou para desembolsar a quantia mínima exigida: 85 mil euros.
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A marca foi a leilão, realizado online, na sequência de um processo de execução movido contra a empresa municipal que geria o parque de ciência e tecnologia. O valor base era de 100 mil euros, sendo 85 mil euros o valor mínimo para a venda da marca. O lance final não passou, contudo, dos 50 mil euros (precisamente o lance de abertura), pelo que a hasta pública foi finalizada sem que a alienação fosse concretizada, segundo relatou o jornal Notícias da Maia.
Em causa está uma execução à empresa municipal que geria o parque de ciência e tecnologia, em processo de liquidação desde 2012, na sequência de mudanças legislativas relativas ao setor empresarial dos municípios, no período de intervenção da troika. As empresas municipais que apresentassem resultados negativos nos três anos anteriores tinham ordem de dissolução.
O processo de liquidação foi conturbado (ainda é, uma vez que não estará totalmente fechado) e levou mesmo a um processo judicial relativo a dívidas fiscais da empresa municipal Tecmaia que culminou com a sentença de perda de mandato para o presidente da Câmara, Silva Tiago, do vereador Mário Nuno Neves e do presidente da Assembleia Municipal, Bragança Fernandes. A decisão só seria anulada pelo Supremo Tribunal Administrativo, após derrotas para os autarcas nas instâncias inferiores.
Os equipamentos do Parque de Ciência e Tecnologia passaram a ser geridos, a partir de 2016, por outra empresa municipal, a Espaço Municipal. Numa entrevista de fevereiro de 2023, à Valor Magazine, o presidente da Espaço Municipal, Fialho de Almeida, dizia que o parque de ciência e tecnologia tinha um impacto de 250 milhões de euros no concelho.
O Tecmaia tem um auditório com capacidade para 320 pessoas, salas de formação, escritórios, receção, segurança 24 horas, serviço de estafeta, reprografia, telecomunicações, bar, restaurante e catering, entre outras estruturas como parque de estacionamento e áreas de lazer. De acordo com informações no site oficial, há mais de três dezenas de empresas ali instaladas. No mesmo site verifica-se que o parque de ciência continua a ser designado de Tecmaia (aliás, o endereço é www.tecmaia.pt), faltando saber se haverá mudanças, caso a marca seja vendida. E qual o impacto que isso pode ter no funcionamento do empreendimento.
A Câmara da Maia recusou dar esclarecimentos.