O Papa Francisco é considerado por alguns como sendo pouco católico devido a posições como o acolhimento aos divorciados recasados ou aos homossexuais. André Ventura afirmou mesmo, numa entrevista ao DN/TSF em 2021, que “este Papa tem contribuído para destruir as bases do que é a Igreja Católica na Europa - e acho que em breve vamos todos pagar um bocadinho por isso”. Este sentimento leva alguns, sobretudo nos corredores da Cúria Romana, a suspirarem pela eleição de um Papa mais católico que este...
Católico vem do grego “kata” (junto) e “holos” (todo), ou seja: universal, abrange tudo e reúne todos. No século IV, S. Cirilo de Jerusalém sustentava que “a Igreja é chamada católica ou universal porque está espalhada por todo o Mundo”. Esta é a primeira característica da catolicidade da Igreja, mas não é a única.
Ela é católica porque promove uma reflexão sobre todas “as coisas visíveis ou invisíveis, celestes ou terrestres”. Ainda segundo S. Cirilo, “é chamada católica também porque conduz ao verdadeiro culto toda a classe de homens, autoridades e súbditos, doutos e incultos”. Finalmente, a catolicidade da Igreja deve-se ao facto de pretender, não só atingir todas as pessoas, mas também a totalidade da pessoa.
Em termos mais atuais, poder-se-á dizer que a Igreja é católica porque tem uma perspetiva holística e inclusiva de toda a humanidade e de cada ser humano. Nesta Jornada Mundial da Juventude, o Papa, ao vincar, de diversas formas, que a Igreja tem de ser como a casa da mãe aberta a “todos, todos, todos”, está a sublinhar o seu caráter inclusivo - isto é: católico!
Afinal, este Papa é mais católico do que muitos imaginam. Ser católico não é ser intransigente com os que pensam de forma diferente, ou ser sectário, antes pelo contrário: é ser universalista e integrar todos e cada um.

