Tribunal afasta de funções militares da GNR suspeitos de desviar dinheiro de multas
O Tribunal de Braga proibiu o exercício de funções aos militares da GNR de Esposende constituídos arguidos, há cerca de um mês, por suspeitas de crimes de peculato.
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“Por despacho do Comandante-geral da GNR, de 13 de dezembro de 2024, foi aplicada aos dois militares a medida provisória disciplinar de suspensão preventiva de funções, estando ambos afastados de funções”, disse ao JN o Comando Geral da Guarda, acrescentando que, “adicionalmente, no dia 7 de janeiro de 2025, foram aplicadas aos militares, pelo Tribunal Judicial de Braga, as medidas de coação de proibição do exercício da função de militar da GNR, obrigação de não contactar, por si ou interposta pessoa, qualquer dos condutores que foram fiscalizados e que estão identificados nos autos e a obrigação de não contactarem entre si”.
Os dois arguidos, um homem e uma mulher, estavam ao serviço do posto territorial de Esposende, e são suspeitos de ficarem com parte do dinheiro de multas, de as não cobrarem para receberem dinheiro em troca ou de cobrarem acima do valor devido e ficarem com o remanescente.
O caso terá sido despoletado quando um homem a quem havia sido aplicada uma multa estranhou o facto de ter pago e não ter recebido qualquer documento comprovativo de tal. Quando tentou perceber o que se passava, concluiu que nem sequer havia nenhuma contraordenação com o valor que tinha pago.
Entretanto, a investigação, que esteve a cargo da Polícia Judiciária de Braga, culminou na realização de buscas no posto da GNR de Esposende e na residência dos suspeitos, no passado dia 12 de dezembro. No âmbito das mesmas, a PJ apreendeu dinheiro, diversa documentação nomeadamente relativa a autos de contraordenação que estaria junto dos pertences dos dois guardas.
Os militares em causa são “patrulheiros”, estavam naquele posto há cerca de três anos. Seriam frequentes as patrulhas em que os dois faziam equipa.
Na altura, a GNR confirmou as buscas e a constituição de arguidos dos dois militares, e afirmou ter prestado toda a colaboração durante as diligências processuais levadas a cabo pela PJ. Acrescentou que seria levantado o respetivo procedimento disciplinar.