Detidos no Martim Moniz são portugueses. PSP diz que "foi respeitada a dignidade de todos"
A operação policial que decorreu na quinta-feira no Martim Moniz, em Lisboa, resultou na detenção de duas pessoas e na apreensão de uma arma branca, bastões, artigos contrafeitos e quase quatro mil euros em dinheiro. A PSP justifica a operação com ocorrências criminais no local e diz que a lei lhe dá cobertura.
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Falando aos jornalistas esta sexta-feira sobre a operação policial de ontem na zona do Martim Moniz, o comandante do Comando Metropolitano da Lisboa da PSP, Luís Elias, justificou a atuação de ontem com 52 crimes com armas brancas no local identificados ao longo deste ano e do ano passado. Escudando-se na lei, o superintendente invocou várias vezes o regime jurídico de política criminal para dar base legal à operação, aplaudida por Luís Montenegro - que adotou uma postura interventiva em matéria policial - e criticada pela Oposição e por vários setores da sociedade.
A "operação especial de prevenção criminal", decorrida "sem qualquer incidente" entre as 15 e as 17.30 horas na rua do Benformoso, foi "devidamente coordenada com o Ministério Público" e estava a ser planeada há alguns meses, na sequência de "diversas denúncias e incidências com armas brancas no local", disse o responsável da PSP, referindo-se a "crimes violentos e graves", nomeadamente um homicídio naquela artéria em maio último e o "apedrejamento de um carro de patrulha" no fim de semana passado.
Dois portugueses em prisão preventiva
Na operação, que mobilizou dezenas de agentes da PSP durante duas horas e meia, foram detidos dois homens (de nacionalidade portuguesa) - um por posse de arma branca e estupefacientes, outro em cumprimento de um mandado de detenção por oito crimes de roubo -, tendo ambos ficado em prisão preventiva. Ação, que concretizou seis mandados de busca não-domiciliária, resultou também na apreensão de várias armas (sete bastões, uma arma branca, quase 4 mil euros em dinheiro, um telemóvel furtado e artigos contrafeitos) e na identificação de várias pessoas, notou a PSP.
Sobre a revista de dezenas de cidadãos contra a parede, Luís Elias, voltando a escudar-se no regime jurídico das armas e munições, que "prevê a realização de revistas e buscas", alegou que as mesmas foram efetuadas no local "numa perspetiva de assegurar a integridade física" dos intervenientes. "Foi respeitada, julgo eu, a dignidade de todos", afirmou.
Falando também aos jornalistas, o subintendente Rui Costa especificou que a operação, supervisionada no terreno por uma procuradora do Ministério Público, foi concretizada ontem, uma vez que as autoridades concluíram que "uma maior incidência de crimes ocorria às quintas-feiras", durante a tarde.