A polícia tailandesa acredita que um dos seis estrangeiros que morreram por suspeita de envenenamento por cianeto num hotel de luxo em Banguecoque terá cometido o crime.
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Os corpos de seis pessoas de origem vietnamita, duas delas com cidadania americana, foram encontrados numa suíte do Hotel Grand Hyatt Erawan, no centro turístico de Banguecoque, na tarde de terça-feira. “Estamos convencidos de que uma das seis pessoas encontradas mortas cometeu este crime”, disse Noppasil Poonsawas, subcomandante da polícia de Banguecoque, citado pela AFP.
Em conferência de imprensa, Poonsawas disse que a polícia acredita que o cianeto foi usado como veneno e que o motivo do crime estava relacionado com dívidas no valor de milhões de baht (moeda tailandesa).
As misteriosas circunstâncias das mortes dos três homens e três mulheres, com idades entre 37 e 56 anos, alimentaram rumores, com vários meios de comunicação locais a falarem inicialmente de um tiroteio em massa. No entanto, fotografias divulgadas pela polícia de uma cena de crime sem derramamento de sangue mostraram corpos espalhados pela sala entre pratos de comida tailandesa intocada e duas garrafas térmicas e copos.
Os exames iniciais revelaram a presença de cianeto em seis copos. Os investigadores também revelaram que nenhum movimento foi observado desde a tarde de segunda-feira, sugerindo que as mortes poderiam ter ocorrido um dia antes dos corpos serem descobertos. A especulação de que uma sétima pessoa possa ter feito parte do grupo também foi descartada pela polícia.
Tran Dinh Dung, pai de uma das vítimas, disse que o filho de 37 anos deveria regressar ao Vietname no domingo passado. "Continuei a ligar para ele, mas não consegui, por isso fiquei muito preocupado, mas não esperava que morresse na Tailândia", disse Dung, em entrevista ao jornal vietnamita "Thanh Nien". “A mãe de Phu desmaiou inúmeras vezes, não aguentou o choque”.
A primeira-ministra Srettha Thavisin disse, esta quarta-feira, que o crime era “um assunto privado”, não relacionado com a segurança nacional, e não deveria afetar o lucrativo setor turístico. O país recebeu 28 milhões de visitantes estrangeiros em 2023 e espera ainda mais este ano para se aproximar do nível recorde de cerca de 40 milhões em 2019.
No entanto, a reputação como destino turístico seguro é por vezes prejudicada por crimes. O país tem sido palco de vários casos criminais sórdidos e de grande repercussão, como o do "serial killer" francês Charles Sobhraj, apelidado de “A Serpente” e ligado a pelo menos duas dúzias de assassinatos, a maioria de turistas, na década de 1970. Quatorze vítimas morreram e uma sobreviveu a uma suposta onda de assassinatos que durou oito anos, disse a polícia.
Sararat Rangsiwuthaporn enfrenta cerca de 80 acusações criminais, incluindo 14 acusações de homicídio premeditado, um recorde na história do crime tailandês.
Em outubro passado, um adolescente de 14 anos abriu fogo no centro comercial Siam Paragon, na mesma área do envenenamento em massa de terça-feira, matando três pessoas. O tiroteio ocorreu poucos dias antes do aniversário de um massacre numa creche no norte da Tailândia que matou 36 pessoas.