A Spinumviva, empresa do ramo imobiliário fundada por Luís Montenegro, tem estado nos últimos dias no centro da polémica. A consultora imobiliária, com sede em Espinho, tem tido resultados positivos ao longo dos últimos anos.
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O que se passa com a empresa da família de Luís Montenegro?
Na sexta-feira vai ser debatida e votada uma moção de censura, que deu entrada no Parlamento pelo Chega, após ter sido noticiado pelo jornal "Correio da Manhã" que a mulher e os dois filhos do primeiro-ministro eram proprietários de uma empresa imobiliária, a Spinumviva. Luís Montenegro foi o fundador da empresa em 2021. Em 2022, renunciou ao cargo de sócio-gerente e transferiu a sua participação para a mulher e os dois filhos.
A empresa Spinumviva é de quem?
A empresa é detida em 92% pela mulher de Luís Montenegro e os dois filhos têm 4% cada um. A morada da empresa é na residência do primeiro-ministro, em Espinho. O Chega considera que existem "suspeitas gravíssimas de incompatibilidade no exercício de funções públicas", uma vez que Montenegro é casado com comunhão de bens adquiridos e a empresa poderá beneficiar da alteração à lei dos solos. O PS também tem pedido explicações ao chefe de Governo e critica o silêncio de Luís Montenegro.
Qual é a principal atividade da empresa?
O objeto social original, isto é, a atividade económica que a empresa vai desenvolver, era gestão imobiliária. No entanto, a atividade real é consultoria em várias áreas, incluindo a compra e venda de casas. Uma questão que o próprio Luís Montenegro indicou ao jornal "Correio da Manhã". "Não foi nem vai ser atividade da empresa qualquer operação imobiliária geradora de conflito de interesses".
Quais têm sido os resultados da Spinumviva?
Até 2023, a Spinumviva faturou 718 166 euros. Em três anos, aponta o jornal "Eco", a empresa da família de Luís Montenegro registou lucros acumulados de 342 mil euros. Também em 2023, o capital da empresa era de 342 mil euros, uma vez que não houve a distribuição dos lucros nem aumento de capital. Segundo o mesmo periódico, e de acordo com os documentos consultados, não há qualquer referência a empréstimos ou a dívidas.
Há trabalhadores envolvidos?
Sim. Os dados da empresa mostram haver despesas com custos de pessoal, nomeadamente dois trabalhadores em 2022, um deles a tempo inteiro, e quatro em 2023, um em part-time. O "Correio da Manhã" adianta que a despesa com os salários foi de 92 mil euros entre 2021 e 2023.