Guardas prisionais exigem regresso de chefe afastado após apontar falhas de segurança em Tires
As guardas prisionais do estabelecimento prisional de Tires, Cascais, vão promover, na manhã de quinta-feira, um plenário para exigir o regresso do chefe principal à cadeia.
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Miguel Casimiro recebeu ordens para regressar à prisão da Carregueira, em Lisboa um mês depois de ter sido transferido dali e após ter feito um relatório a apontar falhas de segurança em Tires. A greve é o cenário mais provável.
O chefe principal Miguel Casimiro estava colocado na cadeia da Carregueira quando, no final de fevereiro, foi transferido, por ordem do diretor-geral dos Serviços Prisionais, Orlando Carvalho, para o estabelecimento prisional de Tires. Porém, a passagem pela cadeia feminina revelou-se muito rápida. No final de março, Orlando Carvalho emitiu novo despacho a transferir o chefe principal para a cadeia da qual este tinha saído, a Carregueira.
Ao JN, o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Frederico Morais, lembra que Miguel Casimiro “fez vários relatórios a denunciar falhas de segurança na cadeia de Tires, algumas das quais já identificadas no diagnóstico feito pelo Governo”. Entre as falhas sinalizadas incluíam-se redes de vedação danificadas, revistas dos sacos das visitas deficientes e a carência de guardas prisionais. Alertas que, diz Frederico Morais, terão desagradado à diretora da cadeia de Tires, Lígia Rebelo, e estarão na base da decisão de, passado cerca de um mês da sua saída, fazer regressar Miguel Casimiro à Carregueira.
Certo é que a maioria das guardas prisionais não gostaram da saída de Miguel Casimiro e, cerca de 50 delas, subscreveram um abaixo-assinado a exigir o seu regresso a Tires. As guardas prisionais também vão participar num plenário, marcado para as 11 horas de quinta-feira, no qual serão definidas as medidas para tentar forçar o diretor-geral dos Serviços Prisionais a reverter a decisão de afastar Miguel Casimiro.
“Provavelmente, vamos avançar como uma greve. Não podemos permitir a prepotência de quem dirige os estabelecimentos prisionais”, refere Frederico Morais. Também a Associação Sindical dos Chefes da Guarda Prisional irá participar no protesto. “Estamos solidários com o chefe principal Miguel Casimiro. Não são aceitáveis movimentações de origem desconhecida. O que aconteceu de grave para que o chefe principal tivesse regressado à cadeia da Carregueira pouco tempo depois de ter saído? Já não é preciso na prisão de Tires? Este tipo de arbitrariedade não pode acontecer”, afirma o presidente Hermínio Barradas.
Confrontada pelo JN, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) não comentou o caso. “A DGRSP informa que não trata publicamente de questões respeitantes à gestão e afetação de recursos humanos”, afirmou.

