Ator e apresentador volta ao Coliseu Porto Ageas, sexta e sábado, com a peça "Feliz aniversário". Aos 60 anos, continua imparável.
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Diariamente na TV, João Baião não desfaz as malas, sempre pronto para ir onde um palco o chama. O próximo destino é o Porto onde, na sexta-feira e no sábado, brindará o público com a peça “Feliz aniversário”, no Coliseu.
“Estou muito, muito contente, pois tenho um apreço especial pelo Porto, pelas pessoas, pela comida, pelo ambiente”, declara ao JN, recordando o privilégio de antes ter subido ao mesmo palco com “Monólogos da vacina”. Acresce a felicidade pelo facto de espetáculo já se prolongar desde outubro. “Já estamos há praticamente oito meses em cena e estamos quase a acumular as 100 apresentações. E tem sido absolutamente extraordinário”, sublinha.
“Feliz aniversário” é uma adaptação de “Happy birthday”, comédia de Marc Camoletti, que esteve em cena durante seis anos no West End de Londres e na Broadway, em Nova Iorque. Por cá, soma também sucesso com encenação de Frederico Corado e João Baião, que ainda dá vida a Bernardo. O artista guardou a ideia “mais de 20 anos”, para a concretizar na altura do seu 60.o aniversário, através da B Produções, garantindo que “tem sido uma ótima celebração”.
Há quase duas semanas, Baião foi homenageado no Teatro Politeama, admitindo que “ não estava à espera”. Isto “porque não trabalho para os prémios, nem para aparecer nas capas da revista. E, quando essas distinções acontecem, acaba por ser um privilégio, um orgulho e uma grande responsabilidade. Tenho muita compatibilidade com o Filipe La Féria, pessoal e profissionalmente. O facto de se ter lembrado de mim para dar o meu nome a uma das cadeiras daquele teatro maravilhoso - que eu e uma grande equipa, reabrimos nos anos 90 para o ‘Maldita cocaína’, foi um momento que ficará guardado no meu coração para sempre”.
“A idade não pesa”
Conciliar os palcos com a televisão, para João Baião, “tem sido fácil”. “Quando eu produzia um programa para a RTP e convidei o Raul Solnado, ele disse-me uma coisa que nunca mais me esqueci: ‘se possível, nunca fiques longe do palco’. E é o que tenho tentado fazer ao longo deste meu percurso, até porque gosto muito de ambas as formas de comunicar”, explica.
Certo que “a televisão e o teatro não têm nada a ver uma com o outro”, o ator e apresentador sente-se realizado, quer diariamente nas manhãs, como nas tardes de domingo da SIC, e em cena nas noites de sexta e as sessões duplas ao sábado. E onde vai buscar tanta energia? “Pois, essa é a pergunta para a qual eu não tenho resposta, porque eu também não sei. Mas também só notei que tinha uma energia fora do comum quando as pessoas me começaram a falar nisso. Sinto-me em plena forma, tanto mental como fisicamente, e, portanto, como estou muito feliz com os projetos que estou a desenvolver e com as equipas com quem trabalho, não sei se é por isso ou não”, confessa.
A idade “por enquanto não pesa”, mesmo que note algumas queixas das articulações. “É uma coisa simples à qual eu não dou muita confiança”, atira, antes de ir para o ar.

