Jovens e com projetos para o futuro: quem são as vítimas do atentado em Nova Orleães

Martin "Tiger" Bech

Um dos mortos no atropelamento de Nova Orleães é Martin "Tiger" Bech, de 27 anos, um antigo jogador de futebol da Universidade de Princeton.

"Não havia alcunha mais apropriada para um jogador de Princeton que treinei. Ele era um 'Tigre' em todos os sentidos - um competidor feroz com energia infinita, um companheiro de equipa amado e um amigo atencioso", escreveu o treinador de futebol americano de Princeton, Bob Surace, em comunicado. 

O irmão de Bech, Jack, fez uma publicação no X sobre a morte de "Tiger". “Amo-te sempre, irmão! Inspiraste-me todos os dias, agora podes estar comigo em todos os momentos", escreveu. 

A escola secundária que Bech frequentou, St. Thomas More Catholic High School, em Lafayette, disse, em comunicado, que a comunidade estava de luto pela sua morte, sendo reconhecido pelo seu destaque no futebol americano, lacrosse e atletismo.

Bech foi membro das equipas do Campeonato da Ivy League de 2016 e 2018. Atualmente, trabalhava como consultor de investimentos na Seaport Global, em Nova Iorque.

O jovem estava com um amigo Ryan Quigley, que ficou ferido no ataque. Amigos das vítimas criaram uma angariação de fundos na plataforma GoFundMe para ajudar com os custos do funeral de Bech e com as despesas médicas de Quigley. Até agora, já foram doados 79.509 dólares (equivalente a 76,9 mil euros).

Nikyra Cheyenne Dedeaux

Aspirante a enfermeira, Nikyra Cheyenne Dedeaux, de 18 anos, também é uma das vítimas mortais no ataque.

A morte foi confirmada pela mãe, Melissa Dedeaux, nas redes sociais. "Perdi a minha bebé, apenas reze por mim e a minha família, por favor! Deus, eu preciso de ti agora!", escreveu a mulher. 

Ao jornal local "Nola", Melissa Dedeaux, que também é enfermeira, disse que a filha deveria começar a faculdade para estudar enfermagem no final do mês. Além disso, tinha um emprego num hospital.

A mãe da jovem criou uma angariação de fundos na plataforma GoFundMe para ajudar com as despesas do funeral, tendo arrecadado até agora 350 dólares (equivalente a 338 euros).

Por sua vez, a avó, Jennifer Smith, disse ao jornal "The New York Times" que Nikyra "foi uma alegria pelo pouco tempo que a tivemos". "Estou muito orgulhosa de todos os meus netos e dela especialmente", afirmou.

Nikyra estava com um primo e uma amiga que sobreviveram.

Reggie Hunter

De acordo com a "CBS News", Reggie Hunter, gerente de uma loja e pai de dois filhos, de 11 e um ano de idade, também acabou por morrer após o atropelamento. Depois do ataque, foi levado para um hospital, onde ainda estava vivo quando alguns familiares o visitaram. Porém, acabou por não resistir aos ferimentos. A morte do homem de 37 anos foi confirmada pela prima Shirell Robinson Jackson, que descreveu Hunter como "cheio de vida".

Em declarações ao "The New York Times", a irmã mais nova da vítima, Courtney Hunter, Hunter adorava estar perto da família e era competitivo quando se tratava de jogos. Minutos depois da meia-noite, Hunter enviou uma mensagem à família a desejar votos de um feliz Ano Novo.

O homem tinha saído do emprego e estava com um primo, Kevin Curry, de 38 anos, que ficou ferido no ataque. 

A página de crowdfunding na plataforma GoFundMe criada pela família para ajudar com os custos do funeral arrecadou até agora 8350 dólares (equivalente a 8073 euros).

Nicole Perez

Nicola Perez, de 27 anos e mãe de um menino de quatro, Melvin, é mais uma das vítimas mortais do ataque em Nova Orleães.

Em declarações à "CBS News", Kimberly Usher Fall, amiga e chefe de Perez na loja que geria, disse que a jovem era dedicada, inteligente e uma "pessoa de bom coração".

Segundo Usher Fall, citada pelo "The Washington Post", Perez costumava levar seu filho para o trabalho quando não havia escola e ensinava-lhe matemática e o alfabeto. 

A amiga de Perez criou uma campanha de crowdfunding na plataforma GoFundMe para cobrir as despesas do funeral e para ajudar com as despesas de Melvin. Foram angariados para já 30.896 dólares (cerca de 29,8 mil euros).

O trágico desfecho de Perez fez com que a mãe e a irmã mais velha, grávida de oito meses, fossem hospitalizadas devido ao stresse após saberem da sua morte.

Matthew Tenedorio

O técnico audiovisual Matthew Tenedorio, de 25 anos, não resistiu ao atropelamento em massa de Nova Orleães. À emissora norte-americana "NBC News", a mãe Cathy Tenedorio disse que viu o filho vivo pela última vez pelas 21 horas locais, na véspera de Ano Novo.

Segundo uma página de crowdfunding organizada pela família para cobrir os custos do funeral, Tenedorio tinha um "espírito descontraído e uma gargalhada contagiante". "Matthew era o filho querido de Lou e Cathy Tenedorio, neto de Edward e Jane Colgan e também deixa os seus irmãos, Jonathon e Jeremy, assim como os seus amados sobrinhos e sobrinhas, Dalila, Dante, Leo e Felix. A sua perda deixa um vazio insubstituível nos corações da sua família e amigos", lê-se na página. Até agora, já foram angariados 13.838 dólares (cerca de 13,3 mil euros).

Kareem Badawi

Kareem Badawi, que terminou o ensino secundário em 2024 na Escola Episcopal de Baton Rouge, é mais uma das vítimas mortais do atentado em Nova Orleães. “É com grande tristeza e pesar, e com corações satisfeitos com a decisão e o destino de Alá, que anuncio a morte do meu filho”, escreveu o pai, Belal Badawi, no Facebook. “Pedimos a Alá Todo-Poderoso que derrame a sua misericórdia sobre ele e nos dê paciência e força para superar".

Badawi era aluno da Universidade do Alabama e membro da fraternidade sigma chi. No Facebook, o presidente da universidade Stuart R. Bell lamentou a morte do estudante.

Hubert Gauthreaux

Hubert Gauthreaux, de 21 anos, foi identificado como uma outra vítima mortal do ataque de quarta-feira, segundo um comunicado da Archbishop Shaw High School em Marrero, Louisiana, onde terminou os estudos em 2021. "É com grande tristeza que partilhamos que o ex-aluno Hubert Gauthreaux, da turma de 2021, foi tragicamente morto no ato de violência sem sentido que ocorreu no início desta manhã no French Quarter", lê-se na nota.