O fumo negro expelido pela chaminé da Capela Sistina pelas 11.50 horas locais (10.50 horas em Portugal continental) surpreendeu os milhares de crentes que aguardavam na Praça de São Pedro, em Roma, pelos resultados da votação da manhã para novo Papa.
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Entre eles estava o padre Miguel Cavaco, 36 anos, que promete vir todos os dias à Praça ver o resultado da votação do Colégio Cardinalício para o sucessor de Francisco. “Esperamos um Papa de unidade, não que seja uma solução de consenso, mas de unidade”, afirmou o sacerdote nascido em Barrancos.
“Unidade não é unicidade”, acrescentou o amigo, o brasileiro António Augusto, à saída da Praça de São Pedro.
A poucos metros, a paraguaia Guaria fazia campanha por um novo Papa latino-americano. Catecúmena e dirigente da rede sinodal de Assunção, Guaria explicava porque é que a Igreja precisa de mais um Papa latino-americano. “Os nossos padres e os nossos bispos estão perto de nós, sabem os nossos problemas. Aqui na Europa, não vemos um cardeal a beber uma cerveja com as pessoas normais”, dizia a uma televisão do seu país e à Lusa.
O fumo negro irrompeu rapidamente e gerou alguma surpresa junto dos fiéis. “É sempre emocionante, esperamos o [fumo] branco, rezamos pelo branco. Mas depois, não ficamos desiludidos com o [fumo] negro, porque é sinal de que vimos cá outra vez”, afirmou uma freira italiana à Lusa.
Este fumo negro resulta das duas votações da manhã, que terão sido insuficientes para obter uma maioria de dois terços que garanta a sucessão de Francisco. Durante a tarde deverão decorrer mais duas votações e, caso não haja fumo branco a meio da tarde, espera-se que, ao final do dia, a chaminé volte a fumegar.
Ao fim de três dias de votação sem uma maioria de dois terços, os cardeais suspendem a votação durante um dia.
Depois da eleição e do fumo branco, o novo Papa irá escolher o seu nome e será apresentado aos fiéis presentes na Praça de São Pedro.
Nessa ocasião, o Conclave terminará e os cardeais deixarão a Casa de Santa Marta. Só dias depois, como é tradição na Igreja Católica, é que o novo Papa irá presidir à sua missa de início de Pontificado.