Raptada e violada várias vezes pelo ex-companheiro que não aceitava fim de relação
Uma mulher com cerca de 40 anos foi violada, repetidamente, ao longo de mais de uma década, pelo ex-companheiro, em Cascais. A filha menor do casal chegou a assistir às agressões e o suspeito, detido pela PJ, já se encontra em prisão preventiva.
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O suspeito, de 41 anos, desempregado e toxicodependente, está indiciado por crimes de rapto, violação e violência doméstica.
As autoridades tiveram conhecimento do caso quando a mulher, depois de ter sido raptada e violada pelo ex-companheiro, foi assistida num hospital da Grande Lisboa. A vítima falou, na altura, com uma equipa de enfermeiros sobre o sucedido e foi logo acionada a PJ de Lisboa.
Os inspetores acorreram ao hospital e depararam-se com um historial de crimes que se prolongava ao longo de vários anos. O suspeito já estava referenciado pelas autoridades por furtos e consumo de droga.
Face à situação mais recente, que levou ao internamento da vítima no hospital, os investigadores foram para a casa da vítima, onde recolheram vestígios. Também a mulher foi submetida a exames que permitiram provar que tinha sido vítima de rapto e violação. Após análise das provas, o suspeito foi detido em casa, em Cascais.
Os abusos já se prolongavam há vários anos, mas a vítima nunca apresentou queixa às autoridades por ter uma dependência emocional ao agressor. Há alguns anos, farta de ser submetida a abusos pelo companheiro e para proteger a filha do casal, menor de idade, a mulher decidiu sair de casa e retomar a sua vida sem o agressor.
No entanto, o homem conhecia todas as rotinas da mulher, desde o local do trabalho e idas ao supermercado até passeios com a filha. Começou a perseguir a vítima. Não aceitava que a mulher, com quem tinha uma relação desde a adolescência, o deixasse e assumiu um comportamento bastante violento, que se prolongou durante uma década.
A vítima corria mesmo perigo de vida. Em vários momentos, ao longo dos anos, foi raptada e violada pelo ex-companheiro. Era libertada, mas nunca se queixava às autoridades, até que recentemente foi hospitalizada e decidiu contar os abusos que sofria às mãos do agressor, toxicodependente, desempregado e referenciado por crimes de furtos para satisfazer o consumo de droga.
O suspeito foi detido por crimes de violência doméstica contra a ex-companheira e a filha, esta última tida como vítima por assistir às agressões, bem como crimes de rapto e violação contra a vítima. Foi presente ao Tribunal de Cascais para aplicação de medidas de coação e ficou em prisão preventiva.
A Polícia Judiciária alerta para a necessidade de denunciar crimes contra a liberdade sexual junto dos piquetes das várias diretorias espalhadas pelo país. As equipas da secção de crimes sexuais funcionam 24 horas por dias.