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Comer carne na Sexta-Feira Santa é pecado. Comer uma francelim devia ser crime todos os dias. Francelim é uma “francesinha” feita com bola de Berlim, inventada por um chef que (entre outras coisas, quero acreditar) faz receitas nas redes sociais. Parte a bola (sem creme) e deposita lá no meio os ingredientes de uma francesinha. Depois, põe naquilo o molho da dita cuja. Só de ver faz azia. Se a invenção é verdadeira, devia ser punida com cadeia. Se não passa de humor, é uma piada de mau gosto. Mas atingiu o seu propósito: pôs toda a gente a falar daquilo na inflamada internet. Nos dias que correm, é isso que interessa: chocar. A normalidade é peçonhenta. Ninguém quer saber de uma francesinha normal. Não é de estranhar, por isso, que haja tantos francelins no Parlamento. O que interessa é chocar. O absurdo é atraente. Mesmo que faça mal à saúde.