Na madrugada de domingo, os relógios avançam uma hora. É assim em todos os Estados da União Europeia. Em Portugal continental e na Madeira, na madrugada de 30 de março, à 1 hora os relógios deverão ser adiantados para as 2 horas.
Corpo do artigo
Porque muda a hora?
O hábido de mudar a hora foi introduzido na Primeira Guerra Mundial, na Alemanha, com o objetivo de aumentar a exposição solar para poupar recursos e energia.
Desde 2001, tornou-se obrigatório na União Europeia que os Estados-membros adotem a mudança de hora. Fora da União Europeia, são poucos os países que cumprem esta prática.
A mudança de verão ocorre no último fim de semana de março e a de inverno no último de outubro.
Que polémica existe em torno da mudança da hora?
Em 2018, a Comissão Europeia apresentou uma proposta para abolir a mudança de hora, após uma consulta pública, na qual a maioria dos entrevistados concordava com o fim desta obrigação.
Contudo, a abolição da mudança não foi em frente, sobretudo por causa da invasão russa da Ucrânia, que aumentou os preços da energia e bens de consumo, a somar aos impactos que ainda vinham da pandemia de covid-19, em 2020.
Qual foi a posição de Portugal?
O Governo português, em 2018, mostrou-se a favor da continuação da mudança de hora, baseando-se no relatório do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL).
Este relatório destacava que, sem esta mudança, no verão, amanhecia por voltas das 5 ou 6 horas da manhã, com uma redução de uma hora de exposição solar ao final da tarde, o que iria perturbar algumas atividades diárias.
Outro argumento do Observatório foi que Portugal não teve horário de verão nos anos de 1912-1915, 1922, 1923, 1925, 1930 e 1933, algo que não se voltou a repetir até aos dias de hoje.
Qual é a história do horário português?
No século XIX, Portugal definia a hora através da região de longitude, o chamado Tempo Solar Médio, o que fazia com que hora não fosse igual para todo o país.
Em 1891, o Real Observatório Astronómico de Lisboa decidiu que a hora portuguesa devia ser para todo o país a “média oficial contada pelo meridiano”.
Em 1912, Portugal adotou os fusos horários definidos na Convenção de Washington, que é o atual no nosso país. No ano de 1916, começou a ser utilizada a hora de verão.
No final do século XX, Cavaco Silva, então primeiro-ministro, decretou que Portugal devia seguir o horário de Bruxelas, entre 1992 e 1996, para “facilitar as comunicações, os negócios e os transportes internacionais”, o que originou dias em que anoitecia às 22 horas. António Guterres, sucessor de Cavaco Silva, retomou o horário antigo.
A mudança de horário prejudica a saúde humana?
Segundo alguns especialistas, a mudança de hora pode afetar pessoas mais vulneráveis, como crianças e idosos, dado que o corpo demora a ajustar-se ao novo horário, mas não há consenso sobre o assunto.
