A Câmara Municipal de Loures vai despejar 550 famílias, que vivem em casas de habitação social, por falta de pagamento de rendas, que começam nos 4,5 euros. Em entrevista à Rádio Renascença, o presidente da autarquia, Ricardo Leão, adiantou que a dívida já ascende a 14 milhões de euros.
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"Não estavam a pagar rendas. E a Câmara, que estava lá há oito anos metia uma pala e fingia que não havia problema nenhum. A dívida acumulada já estava em 14 milhões de euros. O que nós fizemos foi fazer um plano de regularização da dívida com um objetivo claro: para quem não aderisse ao plano, havia despejos. Direitos e deveres iguais para todos", afirmou o autarca à Rádio Renascença.
Ricardo Leão explicou que o plano de regularização da dívida permitiu reduzir o número de pessoas em incumprimento de 55% para 22%. "Agora, esses 22% vão ser todos despejados", garantiu.
"É como a água. Como é possível que dos 2500 fogos só haver 750 contadores ativos? O resto vivia sem água? Roubavam a água e isto é a verdade", revelou, ainda, o autarca à Rádio Renascença.
"Os discursos populistas alimentam-se disto. Sem racismo, sem xenofobia, para mim não importa se é branco, se é negro, se é indiano, tem é que cumprir e estão a cumprir. E isto é importante para poder investir. No primeiro semestre de 2021, recebi de rendas 600 mil euros, no primeiro semestre deste ano, já recebi 1 milhão e 300 mil", afirmou o presidente da Câmara de Loures.
Polícia a fazer detenções
Ainda em declarações ao mesmo órgão de informação, o autarca revelou que partilha da opinião de Carlos Moedas quanto à discussão sobre se a Polícia Municipal deve fazer detenções, sendo que o presidente da Câmara de Lisboa é a favor dessa medida.
"Nós temos um problema de falta de meios na PSP, mas já existia, tanto no Governo anterior, como neste. Em Loures temos uma área geográfica, com mais de 160 mil pessoas, onde a PSP atua, onde temos três ou quatro viaturas. Fomos obrigados a fazer uma aquisição e colocar mais 12 da PSP porque, caso contrário, não havia viaturas para ir para o terreno. Digo com toda a frontalidade, a mim o que me importa é que a segurança na rua seja efetiva, e seja atuante", acrescentou.