O montante de créditos à habitação renegociado nos últimos 12 meses é quase igual ao dos quatro anos anteriores. Há bancos a dificultar a revisão, denuncia a Deco Proteste.
Corpo do artigo
O número de renegociações de créditos à habitação em Portugal disparou nos últimos 12 meses. Entre junho de 2022 e maio de 2023, o montante global de créditos renegociados para a compra de casa superou os 3,79 mil milhões de euros e é quase o mesmo que nos quatro anos anteriores: cerca de 3,87 mil milhões. Esses acordos entre as famílias e os bancos nos últimos 12 meses correspondem a um quinto (22,8%) dos novos contratos de crédito, celebrados em igual período.
Os economistas ouvidos pelo JN entendem que as estatísticas, referentes a Portugal, do Banco Central Europeu mostram que a subida dos juros obrigou as pessoas a renegociar os contratos. Porém, há casos de bancos a recusar a reanálise dos créditos e há consumidores a mudar de instituição bancária, à procura de condições mais vantajosas. Uma vez que a política de subida de juros é para continuar, a Deco Proteste prevê que o cenário possa agravar-se nos próximos meses e reclama medidas urgentes ao Governo.