As Forças Armadas israelitas deram como concluída a operação militar na região de Jenin, na Cisjordânia ocupada. Durante os dois dias da incursão, morreram 12 palestinianos e cerca de três mil pessoas tiveram de sair do campo de refugiados da cidade.
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"Oficialmente, a operação terminou e os soldados deixaram a região de Jenin", declarou uma porta-voz das Forças Armadas de Israel, esta quarta-feira.
A investida militar, a maior desde há vários anos na Cisjordânia, território palestiniano ocupado por Israel desde 1967, foi lançada na segunda-feira. Centenas de soldados foram mobilizados para a incursão israelita, descrita pelo ministro da Saúde da Palestina como "uma agressão que desafia a lei internacional".
A operação, durante a qual foram utilizados drones e bulldozers do Exército, originou confrontos com milícias em quem morreram 12 palestinianos e um soldado israelita, deixando ainda mais de 100 palestinianos feridos, 20 dos quais em estado grave, segundo as autoridades de Saúde palestinianas. Os combates levaram "cerca de três mil" pessoas a abandonar o campo de refugiados de Jenin, onde viviam cerca de 18 mil palestinianos e que "enfrenta uma situação desastrosa", disse à agência de notícias France-Presse o autarca da cidade, Nidal Abu Saleh, referindo-se aos cortes no fornecimento de energia e água.
A cidade de Jenin e o campo de refugiados, um reduto dos grupos armados palestinianos, foram várias vezes alvo de operações israelitas.
Perante a operação israelita, o movimento armado Hamas, no poder na Faixa de Gaza e considerado um grupo terrorista por Israel e pelos Estados Unidos, tinha ameaçado retaliar. Na terça-feira, um cidadão palestiniano foi morto a tiro por um civil, depois de atropelar e esfaquear pessoas em Telavive. Sete ficaram feridas, num ataque que os combatentes do Hamas elogiaram e classificaram como uma "vingança heroica".
A Liga Árabe anunciou na terça-feira que ia convocar uma reunião de emergência, enquanto a Jordânia e os Emirados Árabes Unidos, países árabes com relações diplomáticas com Israel, denunciaram a operação. O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, denunciou na terça-feira a violência em Israel e na Cisjordânia ocupada e disse que "deve parar".