Sobreviventes de acidente de Melgaço ainda no hospital. Uma com prognóstico reservado

Inês Ribeiro, de 18 anos, está nos cuidados intensivos e tem prognóstico reservado, com lesões internas provocadas pelo acidente. Paula Meleiro, da mesma idade, que sofreu várias fraturas num braço, continua em observações, mas encontra-se fora de perigo. 

Segundo adiantou, esta segunda-feira de manhã, ao Jornal de Notícias, o coordenador do serviço municipal de Proteção Civil de Melgaço, Luis Matos, que tem acompanhado as famílias desde o primeiro momento, a situação das vítimas hospitalizadas “mantém-se estável”, sendo que o estado de Inês continua a inspirar cuidados.

“A informação que temos é que está tudo a correr bem e ela está a reagir bem às intervenções que sofreu. Mas, claro, ainda é cedo. Ainda corre riscos”, informou aquele responsável, referindo ainda que outra das preocupações neste momento “é apoiar as famílias”.

“Há quatro famílias diretamente e outras indiretamente, por conhecimento, por amizade, que estão a sofrer. Isto teve um impacto grande na comunidade. São miúdos com todo o futuro pela frente. Acontecer uma tragédia destas... ficamos todos sem chão”, comentou, referindo que também os colegas e populares que socorreram os jovens no local do acidente necessitam de apoio. “Emocionalmente é muito complicado para esses miúdos. Isto não para aqui. É um trauma que fica para futuro”, disse.

De acordo com Luís Matos, além da equipa de psicólogos do INEM que foi ativada no domingo de madrugada, também o município de Melgaço “disponibilizou uma equipa do serviço de ação social com uma psicóloga” para dar apoio aos familiares das vítimas.

O acidente que vitimou quatro jovens, com 18 e 19 anos, na madrugada deste domingo, em Melgaço, terá acontecido em contexto de uma “brincadeira” com velocidade, conta a população local. O desafio passava por acelerar o carro na pacata estrada municipal (antiga nacional 202), que liga o Parque de Campismo de Lamas de Mouro e o cruzamento da freguesia que faz a ligação a Castro Laboreiro.

O carro levava seis jovens [um a mais que a lotação], todos residentes naquele concelho, embateu violentamente, de frente, numa árvore e incendiou-se. Dois rapazes e uma rapariga morreram carbonizados dentro do carro e três raparigas ainda foram retiradas para fora por colegas, com a viatura tomadas pelas chamas. Uma acabou por não resistir aos ferimentos quando estava a ser transportada para o hospital.

As vítimas mortais são Cláudio Silva, de 18 anos, Gabriel Garelha, de 19, Rita Afonso e Sara Sérvio, ambas com 18 anos.