Apagão: municípios apontam falta de orientação e informação por parte do Governo
O Governo decidiu criar uma comissão para avaliar a capacidade de reação das infraestruturas e serviços, numa resposta ao apagão de segunda-feira. A Oposição critica falta de comunicação. Fazem-se as contas aos prejuízos.
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O grupo de 39 jovens e seis adultos de Oliveira de Azeméis que ficou retido em Roma devido a constrangimentos aéreos motivados pelo apagão de segunda-feira chegaram esta noite a Portugal, após despesas imprevistas de “quase 20 mil euros”.
Segundo fonte da paróquia do município, as 45 pessoas em causa deram hoje entrada na fronteira portuguesa de Vilar Formoso por volta das 21 horas, chegando a Oliveira de Azeméis antes da meia-noite. “Estão todas bem e com boa disposição” – mesmo que o apoio por parte da Embaixada de Portugal em Itália tenha sido “zero”.
A afirmação é de Hélder Ramos, porta-voz do grupo que se organizou em Azeméis para, à distância, assegurar o regresso das 45 pessoas que, após a participação em Itália no encontro católico designado “Jubileu dos Adolescentes”, não tiveram acesso ao voo de retorno previamente adquirido à companhia Wizz Air.
“A questão do SIRESP tem de ser resolvida. Nós não podemos sistematicamente continuar com situações de crise em que o sistema que deve funcionar em crise, que é o Siresp, acaba por nunca funcionar ou não funcionar muitas vezes. Tem de ser uma prioridade resolver esse problema”, afirmou Rui Rocha.
O líder da IL falava aos jornalistas após uma reunião com o Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL), em Lisboa, e aludia ao facto de a ministra da Administração Interna ter hoje admitido que o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) teve “algumas falhas” durante a quebra de fornecimento de energia na segunda-feira.
Questionado sobre se considera que a resolução dos problemas do SIRESP passa por uma reformulação do sistema, Rui Rocha respondeu que esta matéria está por resolver “há vários anos” e já houve “vários momentos em que o SIRESP falhou e que poderá ter contribuído para o avolumar de situações de tragédia”. “Portanto, é preciso tomar uma decisão política, avaliar as condições do SIRESP, se há condições para que o serviço possa ser prestado e reforçar essa capacidade, ou encontrar outro tipo de solução”, referiu.
A ministra da Administração Interna reconheceu problemas no Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) durante o apagão de segunda-feira e garantiu que vai ser efetuada uma avaliação muito rigorosa.
“O SIRESP teve algumas falhas e o Governo tem trabalhado no sentido de reestruturar o sistema”, disse Margarida Blasco aos jornalistas, na Figueira da Foz, no final da cerimónia do 147.º aniversário do Comando Distrital da PSP de Coimbra.
A ministra, que falou pela primeira vez sobre o apagão, detalhou que o Governo está a “fazer uma análise relativamente à situação do sistema, no sentido de o por a funcionar de uma vez por todas”.
O ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, admitiu hoje a existência de prejuízos no setor provocados pelo apagão energético de segunda-feira, que estão a ser contabilizados, mas não se comprometeu com a atribuição de apoios.
“As informações que temos é que o setor que terá sido o mais atingido é o do leite, por causa da falha de eletricidade e da necessidade de frio”, admitiu o governante, que falava durante uma visita à feira agropecuária Ovibeja, na cidade alentejana.
Questionado pelos jornalistas sobre se o Governo já tem uma estimativa dos prejuízos no setor, José Manuel Fernandes alegou que a tutela ainda está a receber dados dos estragos e que, depois, será feita a sua contabilização.
“Há prejuízos sempre”, vincou, salientando que, no global, “não há um grande prejuízo”, mas, se a contabilização for desagregada, “pode haver casos em que possa colocar em dificuldade uma pequena e média empresa ou até uma empresa”.
Sobre a atribuição de ajudas ao setor, o ministro disse desconhecer se o Governo, por estar em gestão, pode tomar este tipo de medidas, frisando que, se for possível, é uma decisão a tomar no seio do executivo.
“Temos sempre o objetivo de ajudar. Quando há fundos europeus disponíveis, utilizá-los, e, se necessário, utilizar o Orçamento do Estado e fazê-lo também de uma forma em que não pode haver duplicação e de uma forma absolutamente transparente”, afirmou.
As assembleias municipais com reuniões de aprovação de contas adiadas devido ao apagão que afetou Portugal na segunda-feira podem solicitar junto do Tribunal de Contas a prorrogação do prazo, revelou hoje a Associação Nacional de Assembleias Municipais (ANAM). Em comunicado, a ANAM frisou que, devido ao apagão, várias assembleias municipais “viram-se obrigadas a adiar as suas reuniões de aprovação de contas”, agendadas para os dias imediatamente anteriores ao fim do prazo legal estabelecido pelo Tribunal de Contas, 30 de abril.
Tendo em conta as perturbações provocadas pelo apagão, e mediante pedido das assembleias municipais, devidamente fundamentado, o Tribunal de Contas pode decidir permitir a prorrogação do prazo, reconhecendo o incidente como um “motivo de força maior”, explicou a ANAM.
Sem certezas sobre o que terá provocado o apagão, ainda não é certo que haja direito a indemnizações pelos danos causados. Há apólices de seguros que podem cobrir este tipo de acontecimentos, caso não este não conste das exclusões. Porém, "a participação do sinistro é obrigatória", alerta a advogada Zita Medeiros.
A presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) considerou hoje que houve falta de orientação, informação e estratégia por parte do Governo durante o apagão de segunda-feira e que foram, uma vez mais, os municípios a dar respostas.
“Houve uma falta de orientação e de informação. Foi um pouco cada serviço de Proteção Civil por si e, mais uma vez, nos momentos críticos foram os autarcas que deram as respostas às suas comunidades”, afirmou Luísa Salgueiro (PS) à Lusa, depois de questionada sobre a gestão do apagão por parte do Governo de Luís Montenegro.
A autarca, que também preside à Câmara Municipal de Matosinhos, no distrito do Porto, referiu que foram as comissões municipais de Proteção Civil a coordenar a situação e a fornecer combustível, água e comunicações. “Ficamos cada um a tratar da resposta à sua comunidade. Foi o que se sentiu mais uma vez”, acrescentou.
Apesar de entender que houve dificuldades de comunicação “inesperadas e difíceis de gerir”, a socialista considerou que faltou uma estratégia global, tendo a atuação de cada município sido “por impulso de cada um”.
“O que nós sentimos é que, nos momentos críticos, precisamos de estar mais orientados e com uma estratégia global, o que não aconteceu. Não houve nenhuma comunicação do ponto de vista político”, apontou.
Luísa Salgueiro ressalvou que os presidentes de câmaras são “as autoridades máximas locais de Proteção Civil”, fazendo por isso sentido que houvesse uma qualquer orientação e partilha por parte do Governo.
“O senhor primeiro-ministro é o responsável máximo da Proteção Civil no país e nós [autarcas] somos os responsáveis máximos da Proteção Civil a nível local e nunca houve nenhuma articulação entre nós, algo que devia ter acontecido”, insistiu.
A Maternidade Alfredo da Costa (MAC) pediu “com urgência” o abastecimento de combustível para manter os geradores a funcionar durante o apagão, uma vez que a capacidade do depósito só permite ter energia para cerca de cinco horas.
Num esclarecimento escrito enviado à Lusa, a Unidade Local de Saúde (ULS) São José (Lisboa), onde está integrada a MAC, a maior maternidade do país, explicou que capacidade do depósito de combustível do gerador é de 400 litros, “o que, com o depósito cheio, permite ter energia para aproximadamente cinco horas, dependendo do consumo”.
“Na segunda-feira, na sequência da falha de energia, esse consumo foi reduzido em zonas não prioritárias, tendo sido solicitado, com urgência, o abastecimento de combustível para manter o grupo gerador em funcionamento”, justifica.
De acordo com a ULS São José, a “maior dificuldade” foi verificada no transporte de combustível para a MAC, “situação que foi ultrapassada em tempo útil”.
Ainda assim, reforça que não foram registadas nas suas unidades – MAC, Hospital Dona Estefânia, Hospital Curry Cabral, Hospital de Santo António dos Capuchos, Hospital Santa Marta, Hospital São José e Hospital Júlio de Matos – qualquer momento crítico na prestação de cuidados durante a falha de energia.
A ministra do Ambiente e Energia justificou esta quarta-feira que não falou mais cedo sobre o apagão de segunda-feira porque estava a trabalhar, depois de a Oposição ter criticado a comunicação do Governo.
O presidente da Câmara de Mirandela afirmou hoje à Lusa que os problemas no abastecimento de água na cidade já estão resolvidos, depois do apagão de segunda-feira.
A água começou a voltar às torneiras das zonas mais altas da cidade durante a noite e manhã. Os depósitos continuam a encher e espera-se que até ao final do dia de hoje atinjam o pleno, referiu.
As 58 maiores empresas do setor da carne tiveram prejuízos entre 50 mil e 100 mil euros cada, provocados pelo apagão que ocorreu esta segunda-feira, indicou a Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes (APIC).
“Estimam-se que das 58 empresas maiores da indústria da carne tenham tido um prejuízo entre 50 mil a 100 mil euros cada uma delas”, avançou a diretora executiva da APIC, Graça Mariano, à Lusa.
Por sua vez, as 63 pequenas e médias empresas (PME) do setor tiveram um prejuízo de entre 10 mil e 20 mil euros cada.
Pouco mais de 48 horas após o apagão que deixou Portugal e Espanha às escuras, as participações de sinistros já começam a chegar às seguradoras, mas o volume de indemnizações a pagar ainda é uma incógnita. O representante do setor alerta que, na maioria dos contratos, a cláusula que prevê estas situações é facultativa.
Apesar de a Proteção Civil só ter decidido enviar mensagens à população às 18 horas, o organismo descarta responsabilidades na falha do envio dos SMS e afirma que foram as operadoras que "ficaram limitadas na capacidade de resposta". José Manuel Moura frisa que a principal preocupação da ANEPC foi garantir a segurança dos hospitais.
“Em nenhum momento ficou em causa a falta de meios ou ficou comprometida qualquer operação”, afirmou o presidente da ANEPC, José Manuel Moura, afirmando que o organismo trabalhou durante “25-26 horas em trabalho contínuo”.
O Comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil revelou hoje que havia o perigo de o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal, que garante as comunicações, deixar de funcionar totalmente às 5 horas de terça-feira.
Durante a falha de energia que ocorreu esta segunda-feira registaram-se várias “quebras do SIRESP”, mas poderia haver “uma quebra total às 5 horas da manhã”, revelou Mário Silvestre, numa conferência de imprensa realizada hoje, 48 horas após o início do apagão, para apresentar a resposta da proteção civil à interrupção da rede elétrica nacional.
“Houve produtores que tiveram de deitar leite fora porque não tinham condições de armazenamento”, relatou, aos jornalistas em Beja, o presidente da Confederação das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri), Idalino Leão.
Também a recolha do leite nos produtores, segundo o responsável, “foi feita mais tarde”, o que provocou estrangulamentos “depois na fábrica, porque a quantidade foi de tal ordem que causou alguns constrangimentos”.
“Nas nossas contas, estes constrangimentos podem rondar os três milhões de euros”, admitiu o presidente da Confagri, que falava aos jornalistas à margem de seminário realizado na feira agropecuária Ovibeja, na cidade alentejana.
Idalino Leão realçou que, na área da agricultura, os setores da pecuária, do leite, dos laticínios e da carne foram os mais afetados pelo corte da energia elétrica.
"As redundâncias implementadas deixaram-nos manter dentro de uma nova normalidade do que estávamos a viver, o socorro não esteve comprometido", garante Mário Silvestre, comandante nacional da Proteção Civil, afirmando que a mobilização de meios decorreu com "normalidade". Sobre as falhas na rede SIRESP, afirmou que "não há nenhum sistema que não seja falível; por isso, há redundâncias", explicando que os constrangimentos que existiram se devem sobretudo à forte dependência das redes digitais.
"A prioridade a partir das 14 horas eram os geradores, perceber a sua capacidade instalada, porque nem todos serviriam, bem como a necessidade de combustíveis que cada um precisaria", explicou José Manuel Moura, presidente da ANEPC, explicando que havia diferentes horas até os equipamentos entrarem em colapso, referindo uma "timeline difícil" para chegar aos pontos críticos.
Com o colapso da rede energética e o relato de falhas de água em vários concelhos do país, a Proteção Civil estabeleceu, ao final da tarde de segunda-feira, um plano para reforçar os meios de abastecimento no país. "Começamos a prever que íamos ter necessidade de reforço de meios para abastecimento de água às populações", explicou José Manuel Moura, dando conta dos meios que o estado de alerta, lançado ao final do dia, poderia permitir usar para uma situação mais complicada, que não se verificou, uma vez que, gradualmente, a energia foi sendo reposta em todo o território.
"Não houve um incremento do número de ocorrências por força do apagão", garantiu José Manuel Moura, informando que a única ocorrência que verificou um aumento de pedidos foi a abertura de portas, nomeadamente em Lisboa, devido ao número de pessoas presas em elevadores. "Nunca esteve em causa a boa prestação de socorro a qualquer evento que aconteceu", frisou o presidente da ANEPC.
Entre as 18 e as 24 horas de segunda-feira, várias horas após o início do apagão, a ANEPC programou o envio de uma mensagem escrita à população, “ainda com muito pouca informação do que se estava a passar”. Segundo José Manuel Moura, os SMS programados terão chegado a 2,5 milhões de clientes nacionais, o que significa que a taxa de entrega foi inferior a 50%, justificada pela falta de cobertura de rede, entre outras.
Passo a passo, o presidente da ANEPC dá conta da cadeia de decisões tomadas ao longo das primeiras horas do apagão. "Às 12.47, toda a nossa estrutura ao longo dos comandos regionais receberam informação detalhada e instruções operacionais. Às 13.05 há o primeiro envio de uma nota à Comunicação Social", refere José Manuel Moura. "Houve um estabelecimento de prioridades", descreveu, explicando a conjunção de esforços de cerca de 30 entidades nacionais, incluindo as operadoras de telecomunicações, que se reuniram para resolver as falhas registadas num "evento inédito e desconhecido", sem vítimas.
José Manuel Moura, presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) afirma que a causa do apagão ainda não é conhecida. "Volvidas 48 horas, ainda não sabemos a causa deste evento, deste apagão". A informação está ser dada numa conferência de Imprensa sobre o balanço da falha na rede energética nacional.
Apesar de o Portal das Finanças ter voltado a ficar disponível depois do apagão que deixou os serviços em baixo na segunda-feira, ainda se registam algumas dificuldades em aceder ao site.
A ANA recomendou, esta quarta-feira, aos passageiros que solicitem informação sobre bagagem às companhias aéreas antes de se deslocarem para o aeroporto e adiantou que foram reforçadas as equipas de apoio e informação.
“A ANA mantém-se a articular com as várias entidades para que a entrega de bagagem se conclua nas melhores condições. Para isso foram reforçadas as equipas de apoio e informação ao passageiro”, informou a gestora aeroportuária, em comunicado.
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A Universidade de Coimbra tem uma microrrede elétrica capaz de garantir o fornecimento de energia em situações extremas, que conseguiu com sucesso fornecer energia ao Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores da instituição no apagão de segunda-feira.
A microrrede elétrica resiliente, destinada a grandes edifícios ou comunidades de energia, pode garantir o fornecimento elétrico a cargas críticas durante situações extremas ou catastróficas, em que ocorra falha da rede elétrica pública, revelou a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) em comunicado.
No apagão de segunda-feira, esta tecnologia, situada no Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC) da FCTUC, “teve a sua prova de fogo com condições reais, conseguindo, com sucesso, fornecer eletricidade às cargas críticas do edifício e funcionar de forma autónoma da rede pública”.
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O Portal das Finanças voltou a estar operacional, esta quarta-feira, depois de ter estado em baixo, durante o dia de ontem, devido ao apagão que atingiu o país na segunda-feira. A falha na página da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) provocou ontem grandes constrangimentos entre os contribuintes e profissionais, impedidos de cumprir as obrigações fiscais. Um dos maiores problemas causado pela indisponibilidade do sistema informático foi sentido nas alfândegas, uma vez que sem acesso às guias emitidas pela AT foi impossível desalfandegar mercadorias. Ontem, o Governo estendeu os prazos tributários para evitar penalizações aos contribuintes.
A Agência Estatal de Meteorologia de Espanha (Aemet) negou, na manhã desta terça-feira, qualquer fenómeno atmosférico raro registado na segunda-feira, quando a Península Ibérica ficou às escuras. No dia de ontem, correu a informação de que a falha na rede elétrica espanhola estaria relacionada com um fenómeno raro, o que viria a ser mais tarde desmentido pela REN - Redes Energéticas Nacionais.
Numa publicação na sua página no Facebook, a Aemet informa que "durante o dia 28 de abril não foi detetado nenhum fenómeno meteorológico ou atmosférico invulgar, nem variações bruscas de temperatura na nossa rede de estações metorológicas".
O Governo aprovou, em reunião de Conselho de Ministros desta terça-feira, a criação de uma comissão técnica independente para avaliar a resposta dada ao apagão de segunda-feira. Ao mesmo tempo, vai ser pedida uma auditoria independente à União Europeia para avaliar as causas e os sistemas elétricos dos países afetados.
"Decidimos criar uma comissão técnica independente em Portugal. Que faça uma avaliação do Sistema de Proteção Civil, de comunicações e da área da Saúde", anunciou o primeiro-ministro, em conferência de imprensa. A comissão nacional será composta por sete personalidades: um especialista em energia, outro em redes e sistemas de comunicações, um de Proteção Civil, um de Saúde e três personalidades indicadas pela Assembleia da República.
Além disso, será pedida uma auditoria urgente à Agência de Cooperação dos Reguladores de Energia da União Europeia que incida sobre os sistemas elétricos dos países afetados. "Precisamos de respostas tão rápidas quanto urgentes", reforçou Luís Montenegro.
O primeiro-ministro fez um balanço "muito positivo" da resposta das instituições ao apagão verificado ontem na Península Ibérica, mas admitiu que houve falhas na rede do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP).
Em conferência de imprensa, Luís Montenegro enalteceu a resposta das várias instituições e anunciou que o país está a funcionar "na normalidade" ao nível da produção e abastecimento energético, combustíveis e transportes. Do ponto de vista do abastecimento de água, há "dificuldades pontuais nalguns sistemas em baixa", reconheceu, ao mesmo tempo que houve problemas em 15 dos 809 agrupamentos de escolas.
Quanto ao Siresp, Montenegro admitiu "algumas falhas" nas comunicações, aliás já denunciadas por vários agentes da Proteção Civil, mas explicou que o assunto não é novo e que o Governo quer resolver: "Temos registo de algumas anomalias no funcionamento do SIRESP, que não são novas, mas é um processo que nos preocupa e faremos uma avaliação". A questão do funcionamento do SIRESP será alvo de avaliação da comissão técnica independente aprovada também hoje na reunião do Conselho de Ministros.
A falha do Portal das Finanças, verificada desde o início do dia, está a provocar fortes constrangimentos nas alfândegas de todo o país, uma vez que não é possível desalfandegar mercadorias ou autorizar a saída das mesmas. “O sistema está completamente parado, não temos a mínima hipótese”, afirmou ao JN um despachante alfandegário do Norte do país. As alfândegas estão a “arranjar soluções” para as mercadorias que contenham produtos perecíveis ou animais vivos, mas o resto do trabalho está parado.
No dia 24 de abril, a Repsol emitiu avisos para alguns dos seus principais clientes sobre uma falha abrupta no fornecimento de energia na refinaria de Cartagena, em Espanha, informa o jornal "El Mundo". A empresa dava conta de que o "apagão" se deveu a problemas técnicos com o fornecimento de eletricidade.
O apagão de segunda-feira em Portugal e em Espanha foi o “mais severo” nos últimos 20 anos na Europa, afirmou hoje a Comissão Europeia, prometendo apoiar os países da Península Ibérica e a investigar o incidente.
“A situação energética em Espanha e em Portugal regressou à normalidade. O incidente é o mais severo em quase duas décadas na Europa”, disse o comissário europeu para a Energia e Habitação, Dan Jørgensen, nas redes sociais. O comissário prometeu que o executivo comunitário vai apoiar os dois países “de todas as maneiras possíveis” e uma “investigação minuciosa” será iniciada para apurar as causas.
De acordo com uma estimativa feita pela agência noticiosa espanhola EFE, mais de 60 milhões de pessoas foram afetadas pelo apagão que deixou grande parte da Península Ibérica sem acesso à eletricidade, condicionando transportes públicos, aeroportos, e serviços de saúde.
Se o corte inesperado da energia que ocorreu na segunda-feira avariou algum eletrodoméstico ou equipamento elétrico em sua casa, pode pedir uma compensação. Ainda que falte apurar as causas do apagão, há passos que pode dar. Saiba quais.
"Em primeiro lugar, nesta fase é importante que os consumidores identifiquem as situações, ou seja, os danos que tiveram e que reúnam provas desses danos", indica Ingride Pereira, jurista da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco), ao JN. Tirar fotografias dos equipamentos danificados e reunir as faturas da compra dos mesmos, por exemplo, é o primeiro passo a dar caso os consumidores pretendam efetuar uma reclamação. A situação aplica-se também a alimentos que se possam ter estragado pelo facto de o frigorífico ter estado muitas horas desligado.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky alertou hoje para a “grave crise energética" vivida na segunda-feira em Portugal e Espanha devido ao apagão maciço, observando que estas situações representam "um desafio" ao qual é necessário "responder em conjunto".
Zelensky, que falava à distância numa reunião de países da Europa de Leste, lamentou o que "os amigos de Espanha e Portugal" viveram e recordou que na segunda-feira falou com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, sobre "possível assistência".
"Os especialistas ucranianos têm uma experiência única na proteção e restauração de fontes de energia. A guerra ensinou-nos muito, não só como recuperar de ataques com mísseis e bombas russos, mas também como lidar com ataques cibernéticos e outras ameaças", acrescentou.
Desta forma, manifestou a sua disponibilidade para partilhar a experiência, durante um discurso em que defendeu o estabelecimento de redes de segurança "para que os países possam ajudar outros numa crise" relacionada com o fornecimento de energia ou com os sistemas de comunicação.
O Governo vai criar uma comissão técnica independente que irá avaliar a capacidade de reação das infraestruturas e serviços, e a forma como o apagão foi gerido. O primeiro-ministro considera que o país deu uma boa resposta a uma situação “grave e inédita”. Uma das mudanças desejadas para enfrentar futuras eventuais crises é que as centrais do Baixo Sabor (no distrito de Bragança) e do Alqueva (no distrito de Évora) também tenham a função de “black start”.
Na segunda-feira, defendeu Luís Montenegro, ficou provado que as centrais da Tapada do Outeiro e de Castelo de Bode foram “eficazes” a reiniciar o sistema, mas “insuficientes do ponto de vista da rapidez”. Por isso, explicou, o Governo quer alargar a mais centrais, nomeadamente Baixo Sabor e Alqueva, a capacidade de arranque autónomo do sistema elétrico (“black start”) para tornar “mais célere” a capacidade de recuperação num futuro eventual apagão.
O Governo decidiu, em fevereiro, prorrogar o contrato de funcionamento da central a gás natural da Tapada do Outeiro, em Gondomar (distrito do Porto), que participou no arranque autónomo da rede elétrica na sequência do apagão de segunda-feira.
"Por despacho da Ministra do Ambiente e Energia, de 12 de fevereiro de 2025, foi mandatada a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) para instruir as partes do contrato (REN e Turbogás) para iniciarem o processo de negociação com vista a nova prorrogação do contrato que vigorava até 31 de março de 2025, passando a vigorar até 31 de março de 2026", pode ler-se numa resposta de fonte oficial do Ministério do Ambiente e Energia hoje enviada após questões da Lusa.
Quando tudo falhou, foi a emissão contínua das rádios a manter a população informada, com a programação orientada sobretudo para o inesperado apagão.
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O excesso de energia fotovoltaica em Espanha pode estar por detrás do apagão ibérico, sobretudo num dia de calor e de maior produção solar. Ao que tudo indica, a sobretensão na rede fez disparar os dispositivos de proteção que levaram à perda de energia.
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Do comércio à indústria, os danos provocados pela falha na rede elétrica ainda estão por apurar – e é com cautela que se fazem estimativas “às escuras” –, mas o apagão poderá ter causado um prejuízo de cerca de 1,1 mil milhões de euros ao país, o equivalente a um dia da riqueza nacional.
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Ao final da tarde desta terça-feira, a afluência de clientes à JC Idealgás, especializada na venda de gás e equipamentos a gás a retalhistas, era ainda invulgar, e Lígia Campos encolhe os ombros: “Quem não conseguiu comprar ontem, está a comprar hoje”. Na segunda-feira, e depois de espalhado o rumor de que o apagão ibérico se prolongaria por três dias, aviaram-se num ápice fogareiros de cartucho, fogões, candeeiros e botijas de gás como se fossem artigos em extinção, e a família Campos, que mobilizou 12 membros, até à terceira geração, para atender ao balcão, não teve mãos a medir.
Lígia continua incrédula: “Foi o caos; nunca tivemos nada assim. As pessoas queriam tudo, e o carregamento de gás que tinha para uma semana esgotou em 30 minutos”. Na rua, os clientes impacientavam-se. “Era uma fila compacta por aí fora, até à Rua Nove de Abril”, na zona do Carvalhido, recorda o fundador da empresa, José Campos, enquanto a filha conta que “foi o pânico total, com pessoas a bater nos vidros das montras”.
A REN adiantou hoje que o intercâmbio comercial de energia entre Portugal e Espanha não está a funcionar por precaução, após o apagão maciço que atingiu a Península Ibéria. O administrador da REN, João Faria Conceição, referiu ainda que espera que a "fase final" para a "estabilização completa do sistema" esteja concluída até às 0 horas de quarta-feira, em declarações na CNN Portugal.
João Faria Conceição esclareceu que, pouco antes das 23.30 horas de segunda-feira, foi restabelecida a ligação a toda a sua infraestrutura e que a operadora da rede de distribuição ligou hoje "muito cedo" os últimos pontos de consumo. "Estamos a caminhar para uma situação normal", mas "a parte da distribuição está a demorar um pouco mais", sublinhou o administrador da empresa responsável pelo transporte de eletricidade e gás em Portugal.
A mais de meia centena de crianças de Oliveira de Azeméis e de Santo Tirso retidas em Roma, Itália, vão viajar durante a madrugada de avião e autocarro para Portugal, garantiu à Lusa o secretário de Estado das Comunidades. Os dois grupos participaram no Jubileu dos Adolescentes, que terminou no domingo na capital italiana, acabando por não conseguir viajar na segunda-feira devido aos constrangimentos provocados pelo apagão, que originou o cancelamento de vários voos.
Nesta situação está um grupo de 45 pessoas, incluindo seis adultos e 39 crianças, com idades entre os 13 e 15 anos, de Oliveira de Azeméis, distrito de Aveiro, e 11 crianças com idades entre os 7 e os 12 anos e três adultos de Santo Tirso, distrito do Porto. Ambos os grupos deveriam ter viajado para o Porto pela Wizz Air, que segundos os responsáveis não só não viajou com os convidou a abandonar a aeronave.
João Maia é técnico de elevadores e, na altura do apagão que atingiu o país, nesta segunda-feira, correu para resgatar um utente de um lar na zona da Areosa, no Porto, que ficara encarcerado no elevador da instituição.
“Foi graças a uma chamada do chefe, às 11.30 horas”, que João Maia não entrou num elevador que logo de seguida iria parar a meio da viagem, por falta de energia, deixando-o encarcerado. Mas a sorte não foi só dele, que é técnico de elevadores da empresa Pinto & Cruz e acabaria, uma hora depois, por resgatar, em poucos minutos, um utente de um lar na zona da Areosa que ficara retido no elevador da instituição.
Com a mercearia aberta diante da Igreja do Carvalhido, no Porto, e ainda com energia elétrica, António Sousa estranhou quando, “às 11 horas e tal” desta segunda-feira, “entrou um senhor a pedir cinco garrafões de água”, e só se deu conta dos efeitos do apagão pelo “meio-dia”, ao ficar sem eletricidade na loja.
O presidente da Câmara de Leiria admitiu hoje serem necessários mais geradores, mais disponibilidade de combustível e melhores comunicações para responder a situações como a de um corte geral de energia. Gonçalo Lopes (PS) afirmou na reunião de Câmara que a resposta de Leiria, “globalmente, foi positiva”, mas admitiu que “há sempre coisas a limar”. Tendo em conta a falta de abastecimento de água em algumas zonas do concelho de Leiria, o autarca admitiu que o sistema dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) “precisa de ter mais robustez para ser totalmente autónomo”. "Precisamos de 75 geradores”, revelou, frisando que este é um dos “pontos a reforçar”, assim como “ter mais geradores de prevenção”.
A presidente da Comissão Europeia felicitou hoje as populações de Portugal e Espanha pela "responsabilidade coletiva e solidariedade" que demonstraram face a um "apagão sem precedentes".
“Ontem, cidadãos em Espanha e Portugal, e em algumas partes de França, enfrentaram um apagão sem precedentes. Quero felicitá-los pela calma e civismo, demonstraram responsabilidade coletiva e solidariedade”, disse Ursula von der Leyen, na qualidade de elemento do Partido Popular Europeu (PPE), durante o congresso desta família política, na cidade espanhola de Valência (leste).
A presidente do executivo comunitário também agradeceu a todos os “polícias, bombeiros e controladores de tráfego” que “trabalharam sob imensa pressão para proteger os cidadãos e preservar a ordem”.
O Governo decidiu, em fevereiro, prorrogar o contrato de funcionamento da central a gás natural da Tapada do Outeiro, em Gondomar. A central foi decisiva, juntamente com a central de Castelo de Bode, para o arranque autónomo da rede elétrica na sequência do apagão de segunda-feira.
O Governo quer inserir as centrais do Baixo Sabor e do Alqueva na função de "black start", ou seja, arranque autónomo do sistema elétrico, para acelerar o restabelecimento da energia, caso haja uma situação como a de segunda-feira.
No final do Conselho de Ministros, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse que o Governo já tinha “tomado a decisão de prorrogar, relativamente à central da Tapada do Outeiro a sua função de ‘black start’ do sistema até março de 2026”, e irá agora “acionar os mecanismos para que essa prorrogação se opere até 2030”.
“Por outro lado, estamos a aprofundar todo o procedimento com vista a concretizarmos a inserção também na função de ‘black start’ de mais centrais, em particular a do Baixo Sabor e a do Alqueva”, indicou.
“Se há ilação que já podemos tirar é que a central da Tapada do Outeiro e [a] de Castelo de Bode são insuficientes para habilitar o sistema a um reinício numa situação de crise como ontem [segunda-feira] vivemos. Insuficientes do ponto de vista da rapidez”, esclareceu.
Noventa e seis finalistas da Escola Soares dos Reis, em Vila Nova de Gaia, estão a regressar de Paris de autocarro após o apagão de segunda-feira ter inviabilizado viajarem de avião, revelou à Lusa fonte da escola.
A junta de freguesia de Sistelo, no concelho de Arcos de Valdevez, funciona como uma espécie de “ponto de socorro”, para a população mais idosa e que vive sozinha ou isolada na serra.
O presidente da Junta, Sérgio Rodrigues, habituado a dar a mão quando é preciso, tratou na segunda-feira de “acalmar” a população, que ficou incontactável, levando-lhe “notícias que ia ouvindo no rádio do carro”. “Nas primeiras horas toda a gente ficou sem perceber o que estava a acontecer e só mais tarde é que foram surgindo informações sobre o que se estava a passar e o transtorno que podia causar”, afirmou Sérgio Rodrigues, que trabalha fora da aldeia.
“Fui ouvindo a rádio no carro e decidi ir à freguesia a meio da tarde para falar com as pessoas. Foi uma questão de acalmia. Fui-lhes dando informação e esperança com as notícias que ia ouvindo na rádio”, contou, referindo que, apesar da idade avançada de grande parte da população de Sistelo, “muita gente já não ouve rádio, fica mais pela televisão”.
Na segunda-feira à noite, a proprietária da papelaria “O Cantinho”, em Évora, tomou uma medida incomum por temer um assalto, ao estacionar o seu carro de forma a bloquear a porta do estabelecimento durante o apagão que afetou todo o país.
Segundo Laura Lobato, o apagão “deixou a área em completa escuridão”, o que gerou preocupação com a segurança de seu negócio. “Apesar de a luz ter voltado, nem a minha filha nem eu conseguimos dormir, por isso decidimos deixar o carro à frente da porta”, contou, recordando que foi assaltada recentemente e que desde então tem temido novos furtos.
“Já fui assaltada em fevereiro. Na altura, o prejuízo foi de cerca de oito mil euros. Além de terem levado tabaco e raspadinhas, partiram a porta da loja, que é em vidro. Tivemos de colocar uma porta de madeira até substituírem aquela. A minha filha ficou a dormir na papelaria. Na altura, o alarme não disparou", disse ao JN a proprietária. “Quinze dias depois, tentaram novamente roubar o estabelecimento. A nossa sorte foi que, quando atiram uma pedra à vitrine, o alarme funcionou."
Pedro Marques, professor na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria, especialista em redes elétricas, fala ao JN sobre o apagão de ontem. "Era muito difícil equilibrar a produção e o consumo dos três gigawatts abastecidos por Espanha em segundos. Mas estarmos interligados com Espanha já nos evitou muitos blackouts", explica
Brasília Silva, de 63 anos, vive com a mãe, Delmira de Jesus, de 88 anos, na aldeia serrana de Montaria, em Viana do Castelo, e confessa que, na segunda-feira, temeu o pior quando começou a perceber que a falta de electricidade não era uma falha qualquer.
“A gente só se lembrava que viesse por aí a guerra da Ucrânia”, confessou ao JN, sentada à mesa com a mãe, o filho, Tiago Silva, a nora, Andreia Barbosa, e o neto ainda bebé de colo, Martim. A família toma conta do restaurante “Montariense”, situado no coração da aldeia e que estava fechado para folga semanal quando a rede elétrica foi abaixo.
Ao todo, cerca de 25 pessoas trabalham para que, no início da festividade, tudo esteja pronto para a visita de milhares de curiosos. “Estas pessoas têm um gosto muito particular e um orgulho naquilo que fazem e há quem tire férias, nestes dias, abdicando desse tempo em família, para vir para aqui fazer os tapetes. Tudo de forma voluntária pelo orgulho na tradição”, salienta o provedor, acrescentando que o trabalho só fica concluído após a festa: “Diariamente, a partir da meia-noite, depois da igreja fechar, estas pessoas vêm cá e vão ver, pétala a pétala, as que estão velhas e substituir por novas, para que no dia a seguir esteja tudo impecável”.
Depois de um dia próprio da série de ficção mais distópica, Espanha está a voltar à normalidade. Às 8 horas da manhã desta terça-feira, 99% do país já tinha eletricidade depois de um apagão completo que afetou também Portugal.
A Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) anunciou hoje o retomar do funcionamento normal da atividade e a remarcação dos atos clínicos cancelados durante o apagão que, na segunda-feira, deixou o país sem eletricidade.
“A ULS Alto Minho retomou o normal funcionamento da sua atividade clínica, depois de ultrapassados os constrangimentos da falha de rede elétrica que atingiu o país”, refere a ULSAM.
Na resposta, por escrito, ao pedido de esclarecimento hoje enviada pela agência Lusa, fonte da administração da ULSAM adianta que “os atos clínicos programados cancelados durante o dia de ontem [segunda-feira] serão agora remarcados ao longo dos próximos dias”.
A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) está a garantir desde segunda-feira abrigo temporário a passageiros no aeroporto de Lisboa, depois de o apagão ter obrigado ao cancelamento ou ao atraso de voos.
“A estrutura mantém-se no aeroporto, está a ser gerida diretamente pela ANA Aeroportos e o objetivo é manter-se até haver uma regularização da situação a nível das pessoas que ficaram retidas no aeroporto. (…) Será pelo menos até ao dia de amanhã [quarta-feira]”, disse hoje à Lusa o coordenador nacional de emergência da CVP.
Gonçalo Órfão explicou que 200 camas foram montadas numa zona adjacente ao Terminal 1, em articulação com o Serviço Municipal de Proteção Civil de Lisboa e o Serviço do Comando Regional de Proteção Civil de Lisboa e Vale do Tejo.
O setor da carne reclama a criação de uma linha de apoio e a proibição das energéticas alegarem motivos de força maior perante os custos decorrentes do apagão, que levou a que animais deixassem de ser enviados para consumo.
“As carcaças que estavam na linha de abate no momento da falha de energia foram rejeitadas porque as linhas de abate são automatizadas, o que levou a muitas rejeições, não se sabendo ainda o número de animais eliminados do consumo”, afirmou a diretora executiva da Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes (APIC), Graça Mariano, em resposta à Lusa.
Apesar de ressalvar que ainda é muito cedo para avaliar as consequências em termos económicos, a associação referiu que a grande maioria das indústrias não tinha um gerador, nem conseguiu alugar, face à potência.
Assim, terá de ser feito mais um dia de abate, além do programado semanalmente, com custos acrescidos por necessidade de horas extra.
O PCP no Parlamento Europeu (PE) propôs hoje um debate sobre o apagão em Portugal e em Espanha, durante a sessão da próxima semana, com o propósito de resolver os “constrangimentos do mercado liberalizado de energia”.
A proposta foi apresentada pelo deputado único do partido, João Oliveira, que pretende que o debate decorra na sessão do PE em Estrasburgo, em França.
O eurodeputado comunista pretende que o debate esclareça e permita “ultrapassar os constrangimentos do mercado liberalizado de energia, garantir a segurança do aprovisionamento energético e a satisfação das necessidades nacionais”.
Algumas zonas de Oliveira de Azeméis continuavam pelas 16 horas sem água nas torneiras, na sequência do corte de energia que afetou todo o país, informou fonte daquela autarquia do distrito de Aveiro.
Segundo uma nota camarária enviada à Lusa, em articulação com a concessionária Indaqua, a maioria da população do município está já abastecida, verificando-se, "situações de interrupções ou variações de caudal pontuais e localizadas, decorrentes da presença de ar nas condutas, que deverão ficar solucionadas ainda durante o dia de hoje".
“Sem abastecimento público de água estão, atualmente, as freguesias de Cesar, Fajões e Macieira de Sarnes, em resultado de um problema na saída gravítica do reservatório operado pelas Águas do Douro e Paiva, em Cesar, que alimenta a conduta de distribuição de água àquelas freguesias. A situação está em vias de resolução para reposição do serviço com a máxima brevidade possível”, refere a mesma nota.
Há muitos clientes da Digi sem acesso à rede móvel desde ontem. A empresa explicou, através de uma publicação no Facebook que está em "fase de estabilização" do serviço," à medida que as ligações vão sendo repostas em várias zonas".
Os hospitais mantiveram-se em funcionamento durante o apagão de segunda-feira dando resposta aos casos críticos, mas houve momentos de tensão por causa da autonomia dos geradores. Quanto tempo é suposto aguentarem estes equipamentos a gasóleo alternativos à corrente elétrica? Não está definido, mas importa refletir.
A Ordem dos Despachantes Oficiais (ODO) mostrou-se hoje preocupada com os constrangimentos no Portal das Finanças, que provocaram “repercussões significativas” nas alfândegas, e pediu a adoção de mecanismos de contingência mais robustos.
“A Ordem dos Despachantes Oficiais manifesta a sua preocupação com os constrangimentos registados no Portal das Finanças, em virtude do corte do abastecimento elétrico esta segunda-feira”, afirmou o bastonário Mário Jorge, numa nota enviada à Lusa.
De acordo com a ordem, estão a registar-se “repercussões significativas” no normal funcionamento das alfândegas, com processos de despacho aduaneiro suspensos e mercadorias retidas.
Os despachantes pedem, assim, uma comunicação célere e transparente por parte das entidades competentes, de modo a que a situação possa ser ultrapassada.
“Num contexto já exigente para as empresas exportadoras e importadoras, apelamos à rápida resolução desta situação e à implementação de mecanismos de contingência mais robustos, que mitiguem o risco de paragens semelhantes no futuro”, acrescentou o bastonário da ODO.
Os bombeiros responderam entre as 11.30 e as 20 horas de segunda-feira a mais de 2.200 ocorrências, indicou hoje a Proteção Civil, avançando que as corporações mantiveram “o normal funcionamento” desde o início do apagão elétrico.
O esclarecimento da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) surge após a Lusa noticiar, citando o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LPB), que a ANEPC tinha colocado os bombeiros em alerta às 20:00 de segunda-feira, quando algumas zonas do país já tinham luz elétrica e mais de oito horas depois do apagão.
Fernando Jacob, de 79 anos, estava no metro quando um apagão assolou Portugal e Espanha, causando uma falha de energia geral nunca antes vista. Resposta dos funcionários da rede de transportes no subsolo impressionou-o, mas a confusão estava instalada à superfície.
Qual é a relação entre a falha de energia elétrica e milhares de torneiras secas por todo o país? Sem luz, a água não chega aos reservatórios nem consegue ser bombeada para os andares mais altos, sobretudo quando, por causa do apagão, foi preciso reduzir o volume de água entregue aos consumidores.
A falha de abastecimento de água em Leiria que afetou o estabelecimento prisional para jovens está resolvida, pela Câmara Municipal, adiantou o Ministério da Justiça (MJ) no último balanço sobre o impacto do apagão no setor da Justiça.
De acordo com a informação disponibilizada pelo MJ, o Instituto de Registos e Notariado (IRN) apresenta “constrangimentos pontuais”, não sendo possível atender pedidos de renovação e autorização de residência.
No Balcão Único do Prédio (BUPI) há problemas de comunicação a afetar a consulta de processos.
Nos tribunais, tal como avançado de manhã, foi retomada a atividade, mas mantém-se a instabilidade na rede.
O MJ garantiu que os prazos judiciais que não puderam ser cumpridos na segunda-feira "estão salvaguardados" por uma norma legal.
O antigo diretor-geral da Energia Mário Guedes considerou hoje que o apagão evidenciou a vulnerabilidade do país em termos de independência energética e que, para ser autossuficiente, tem de gerar eletricidade, preferencialmente utilizando recursos naturais nacionais.
“O apagão ocorrido em 28 de abril de 2025 evidenciou a posição vulnerável de Portugal em termos de independência energética e, consequentemente, de soberania nacional”, defendeu Mário Guedes, em resposta escrita à Lusa, considerando que “a dependência de fontes externas compromete a estabilidade económica e a segurança nacional”.
Para o antigo líder da Direção-Geral da Energia e Geologia (DGEG), a falha de eletricidade que afetou a Península Ibérica e parte do território francês durante mais de 10 horas demonstrou “claramente que Portugal não é autossuficiente nem soberano na produção de eletricidade, estando significativamente dependente da Espanha para manter o funcionamento normal das infraestruturas essenciais”.
Os constrangimentos provocados pelo apagão desta segunda-feira 28 de abril não são responsabilidade das companhias aéreas. Os passageiros têm, contudo, uma série de direitos em casos do género.
Mais de meia centena de crianças de duas localidades da região Norte do país estão retidas em Roma, Itália, devido aos constrangimentos provocados pelo apagão, que originou o cancelamento de vários voos.
A Proteção Civil colocou os bombeiros em alerta às 20 horas de segunda-feira, quando algumas zonas do país já tinham luz elétrica e mais de oito horas depois do apagão, disse hoje o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LPB).
António Nunes avançou à Lusa que a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) colocou o dispositivo em alerta laranja (o segundo mais grave de uma escala de quatro) às 20 horas de segunda-feira, estado que se prolonga até às 24 horas de hoje.
O antigo secretário de Estado da Energia Nuno Ribeiro da Silva considerou hoje “um disparate técnico” dizer que as centrais a carvão fizeram falta durante o apagão de segunda-feira e defendeu a fiabilidade do sistema elétrico.
O apagão de eletricidade que atingiu de forma generalizada Espanha, na segunda-feira, terá provocado a morte de pelo menos cinco pessoas no país vizinho, avança a imprensa espanhola, esta terça-feira.
O debate de Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos foi reagendado para esta quarta-feira às 20.30 horas.
Depois do apagão que deixou ontem a Península Ibérica "às escuras", o debate entre os dois candidatos a primeiro-ministro marcado para segunda-feira foi cancelado.
A nova data é esta quarta-feira à noite. O debate será transmitido nos três canais generalistas.
A RTP confirmou à agência Lusa que o debate com os oito líderes com assento parlamentar vai acontecer no próximo domingo, 4 de maio, a partir das 21.30 horas.
A E-Redes alertou hoje para eventuais burlas na sequência do apagão de segunda-feira e sublinhou que não é necessária intervenção nos contadores de eletricidade, nem é cobrado diretamente aos clientes qualquer valor quando são feitas estas deslocações.
“O Operador de Rede de Distribuição sublinha que, exceto em casos de comunicação prévia, não é necessária nenhuma intervenção junto dos contadores de eletricidade e reforça que nunca será cobrado diretamente aos clientes qualquer valor quando são feitas estas deslocações”, informou a E-Redes, em resposta escrita à Lusa.
Caso seja necessária a deslocação de técnicos junto do contador de eletricidade, haverá uma comunicação prévia ao cliente via canais oficiais, vincou a E-Redes.
Elogiando a ação das autoridades e também da população, o líder do PS diz que foi o "espírito de solidariedade" que manteve o país a funcionar, reiterando o que diz ser o falhanço político e estratégico do Governo.
"É preciso continuar a reforçar a rede e modernizá-la", considerou ainda, sobre a importância da estratégia elétrica nacional. "Se a REN fosse pública iríamos ter o apagão na mesma, não é a propriedade da REN que nos resolveria o problema que tivemos ontem", referiu, criticando o "aproveitamento ideológico" sobre o domínio da empresa.
Uma onda de desinformação inundou as redes sociais, depois do apagão que atingiu segunda-feira diversos países, como Portugal, partilhando narrativas que apontavam, por exemplo, “grupos russos apoiados pelo Estado” como responsáveis pelo suposto ataque, segundo a BBC.
A administração eleitoral alargou até ao final do dia de hoje o prazo de inscrição nas modalidades de voto antecipado para presos e doentes internados, que terminava na segunda-feira, na sequência do corte generalizado de energia.
Os tribunais e conservatórias retomaram hoje a atividade normal com constrangimentos na rede, informou o Ministério da Justiça, que garantiu que os prazos judiciais que não puderam ser cumpridos na segunda-feira "estão salvaguardados" por uma norma legal.
O apagão de segunda-feira levou a que bombas de água de quatro condomínios e vivendas na Parede, concelho de Cascais, deixassem de funcionar e alagassem as caves, provocando danos em arrecadações e viaturas estacionadas. Numa moradia, a água chegou a um metro de altura.
O secretário-geral do PS repetiu, esta terça-feira, numa conferência de Imprensa, as críticas sobre a falta de informação durante o "apagão". "Estivemos demasiado tempo com notícias falsas e alarmantes, sem que o Governo viesse tranquilizar as populações", afirmou Pedro Nuno Santos. "O Governo falhou", defendeu, criticando a falta de orientações para a população. "Falhou na comunicação. Faltou uma voz de comando e de serenidade. Perante os problemas, era imperativo que a Proteção Civil tivesse usado a rádio para de hora a hora tranquilizar as populações".
"A ministra da administração Interna, responsável pela Proteção Civil, e a ministra do Ambiente, responsável pela política energética, desapareceram, deu ainda conta o líder dos socialistas, repetindo que "as experiências destes últimos meses mostraram quão incompetente o Governo é na gestão dos momentos de crise", referindo a crise do INEM.
Aos jornalistas, Pedro Nuno Santos criticou a ação de Luís Montenegro à porta da Maternidade Alfredo da Costa, ontem à noite. "O Governo falha sempre à crise, nunca falha na propaganda".
Três homens armados assaltaram, na segunda-feira, uma dependência bancária na freguesia da Maceira, no concelho de Leiria, durante o apagão da rede elétrica que afetou todo o território de Portugal Continental, disse, ao JN, uma fonte da GNR. Os suspeitos levaram 71 mil euros.
As escolas do concelho da Sertã, no distrito de Castelo Branco, estão hoje encerradas na sequência do apagão de segunda-feira e irão retomar o seu normal funcionamento na quarta-feira, confirmou à agência Lusa o município.
Esta decisão foi tomada na segunda-feira, em estreita colaboração com os estabelecimentos de ensino, no contexto da falha energética, caso a energia não fosse reposta até às 22 horas.
De acordo com a autarquia, como a reposição do fornecimento de energia elétrica apenas aconteceu cerca das 22.45, os estabelecimentos escolares do Agrupamento de Escolas da Sertã, Escola Tecnológica e Profissional da Sertã e Instituto Vaz Serra, em Cernache do Bonjardim, estão encerrados hoje.
“A operação nos aeroportos portugueses está a decorrer com normalidade, com todos os sistemas operacionais a funcionarem”, adiantou a gestora aeroportuária ANA, em comunicado.
No Porto e em Faro, as operações decorrem regularmente, ainda com alguns impactos relacionados com os voos cancelados ou atrasados do dia anterior, enquanto no aeroporto de Lisboa a “recuperação dos voos de ontem [segunda-feira] apresenta maiores desafios, mas a situação está controlada”, detalhou a ANA.
A gestora dos aeroportos indicou também uma elevada afluência nos balcões das companhias aéreas, para reagendamento de voos, e de serviços de assistência em terra (handling), para entrega de bagagens.
Assim, indicou, está a ser implantado, no aeroporto de Lisboa, um plano para tratamento das bagagens articulado com as várias entidades, sendo que “os passageiros vão começar a ser contactados pelas companhias aéreas com informação sobre a entrega da sua bagagem”.
A maioria dos parques de estacionamento de Lisboa geridos pela EMEL “encontra-se já em funcionamento”, informou hoje a empresa, referindo ainda que já foram repostos 98% dos semáforos da cidade, afetados pela falha de energia registada na segunda-feira.
Num ponto de situação atualizado às 11 horas, a EMEL - Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa refere que apenas oito dos 570 cruzamentos da cidade “estão com intervenções em curso”.
Dos 37 parques de estacionamento sob a sua gestão, persistem “constrangimentos operacionais” nos de Alcântara, Alto dos Moinhos, Ameixoeira, Avenida Lusíada, Campo das Cebolas, Casal Vistoso, Colégio Militar e Universidade.
A empresa acrescenta que “a rede de bicicletas partilhadas GIRA está a funcionar”, mas 19 das 192 estações ainda não recuperaram as comunicações.
No que diz respeito à acessibilidade pedonal, o funicular e todos os elevadores estão operacionais, com exceção do de Entrecampos, “que ainda tem uma intervenção em curso”.
A aplicação ePark e os parquímetros estão a funcionar normalmente, bem como os postos de carregamento elétrico e os controlos de acesso aos bairros históricos.
A reposição total do abastecimento de água em algumas zonas do concelho de Sintra deve acontecer hoje à tarde, depois do corte no fornecimento devido ao apagão elétrico na segunda-feira, disse à Lusa fonte municipal.
Algumas zonas de Sintra, no distrito de Lisboa, continuavam hoje sem água nas torneiras, mas os serviços municipalizados preveem “que todas as situações fiquem regularizadas progressivamente até às 15 horas de hoje”, segundo fonte municipal.
A mesma fonte afirmou que, devido ao apagão, a Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL) cortou o abastecimento de água a alguns municípios ao redor de Lisboa, incluindo aos serviços municipalizados de Sintra.
“Esta ligação só voltou a ser feita hoje às 8.30. Neste momento as faltas de água não são por avarias, mas sim porque os reservatórios de água estão a encher, um processo que demora, e em alguns sítios a água ainda não chega a um nível que dê para o abastecimento às casas das pessoas”, explicou.
As falhas de comunicação durante o apagão de segunda-feira dificultaram o funcionamento do INEM, embora o instituto garanta que atendeu todas as chamadas e com tempo médio de 40 segundos. Em Lisboa, familiares de um doente foram a pé pedir ajuda a uma base e, em Matosinhos, a viatura médica não saiu para atropelamento.
Falhas energéticas mais ou menos longas não são tão raras assim e deixam sempre espaço para explicações mais ou menos criativas, embora pouco lógicas. Porque é que um apagão não há de ser causado pelo além ou por razões políticas?
Cerca de 700 pessoas terão ficado encarceradas nos elevadores, durante o "apagão" de segunda-feira, apurou o JN junto de fonte do setor.
A aeronave, que transportava quatro presos provenientes dos Estabelecimento Prisional Ponta Delgada e um de Angra do Heroísmo, com destino a cadeias de Lisboa, aterrou na BA11 cerca das 22 horas.
Houve quem optasse por passeios ao ar livre, como foi o caso de Mafalda Castro, e quem preferisse permanecer em casa. O apagão que afetou o país de norte a sul deu origem a histórias divertidas e a algumas reflexões sobre o inesperado dia sem eletricidade.
Depois de cerca de 11 horas sem fornecimento de energia elétrica durante o dia de ontem, esta terça-feira alguns habitantes dos concelhos da Póvoa de Lanhoso e Cabeceiras de Basto voltaram a sentir a ausência de eletricidade.
Ao que o JN apurou, o apagão durou cerca de meia hora e esteve relacionado com trabalhos de reajuste e normalização do abastecimento de energia elétrica nesta região e foi restrita a algumas freguesias.
Depois do inédito apagão de segunda-feira que nos trocou as voltas, a maioria das escolas públicas do país está a funcionar, garantem ao JN os líderes das associações nacionais de Dirigentes Escolares (ANDE) e de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP). Na Maia, nos agrupamentos de Águas Santas e Pedrouços, a falta de água está a impedir os trabalhos letivos, encontrando-se as escolas fechadas, estando prevista a sua abertura da parte da tarde.
A empresa responsável pela gestão da rede elétrica de Espanha descartou hoje a possibilidade de o apagão de segunda-feira na Península Ibérica ter sido provocado por um ciberataque à companhia.
"Com as análises que podemos realizar até agora, podemos descartar um incidente de cibersegurança nas instalações da Red Elétrica", disse o diretor de operações da Red Elétrica de Espanha (REE), Eduardo Prieto, numa conferência de imprensa em Madrid.
Prieto insistiu em que não foi detetada "nenhuma intrusão" nos sistemas de controlo da empresa.
Falta de energia levou ao adiamento de jogos e ao cancelamento de treinos em praticamente todo o país. Formação fortemente afectada.
Estar previdente para emergências, acidentes ou catástrofes – que chegam sempre sem avisar – tem de ser regra para todos. Depois de um dia de apagão e, em muitos casos, sem comunicações, não pode adiar mais este passo.
O jornal espanhol "El Mundo" revela que a Repsol, cinco dias antes do apagão, tinha sofrido uma grande falha energética que parou a refinaria em Cartagena. A companhia chegou a enviar uma carta aos clientes a explicar que a suspensão da atividade se tinha dado por razões "de força maior".
Centenas de passageiros aguardam hoje a entrega das respetivas bagagens no aeroporto Humberto Delgado, Lisboa, que na segunda-feira não foram imediatamente desembarcadas no momento das chegadas devido ao apagão.
A longa fila de passageiros que aguardam hoje de manhã a entrega das bagagens é formada por centenas de pessoas, entre a zonas de chegadas e de partidas, frente a um pequeno gabinete com a inscrição: "Irregularidades com bagagens / Perdidos e Achados".
Fotos de Tiago Petinga / Lusa
A Câmara Municipal de Elvas, no distrito de Portalegre, está ainda sem serviço de Internet e de rede de telecomunicações fixas, na sequência do apagão de segunda-feira, indicou hoje o presidente do município, José Rondão de Almeida
Em declarações à agência Lusa, o autarca explicou que “todo o sistema está parado”. José Rondão de Almeida indicou que os serviços estão a tentar resolver o problema, apesar de existirem indícios de que a situação parte de um problema externo ao servidor do município.
O Hospital Amato Lusitano, em Castelo Branco, desativou hoje o plano de contingência e toda a atividade programada voltou à normalidade, disse à agência Lusa o presidente do Conselho de Administração.
“Está tudo a funcionar dentro da normalidade. O plano de contingência já foi levantado e as consultas e cirurgias programadas decorrem dentro da normalidade”, afirmou o presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (ULSCB), Rui Amaro Alves.
Já o presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco explicou que o plano municipal de emergência se mantém ativo até às 00.00, “por precaução”. Leopoldo Rodrigues sublinhou que não há quaisquer constrangimentos a registar.
O presidente da Agência Federal Alemã de Redes de Eletricidade, Gás, Telecomunicações, Correios e Caminhos-de-Ferro, defendeu hoje ser improvável que um apagão semelhante ao que ocorreu na segunda-feira em Portugal e Espanha aconteça na Alemanha.
“É altamente improvável. As redes alemãs têm uma estrutura redundante. Isto significa que, quando uma ligação falha, há sempre uma substituta”, explicou Klaus Müller em declarações à estação de televisão alemã First Channel (ARD).
Além disso, de acordo com Müller, a rede elétrica alemã possui vários sistemas e características de segurança que permitem que a rede seja reativada sem a necessidade de uma fonte de alimentação externa.
No aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, a maior parte dos controlos de embarque estava hoje de manhã a funcionar, mas pelo menos 10 voos foram cancelados e há uma longa fila de passageiros a reclamar malas perdidas.
Os voos cancelados, às 10.00, são as ligações com destino a Londres (Gatwick e Luton), Edimburgo (Reino Unido), Telavive (Israel), São Francisco, Miami e Washington (Estados Unidos); Toronto (Canadá), Bruxelas (Bélgica) e Ponta Delgada, nos Açores.
Entre a zona de embarque e de chegadas há, desde as primeiras horas da manhã, uma longa fila para a recuperação de bagagens perdidas.
Apesar da maior parte dos controlos de embarque ("check in") estar a funcionar, alguns passageiros queixam-se da falta de informações sobre as ligações de destino.
Uma equipa desportiva italiana constituída por 45 jovens aguarda no chão a viagem com regresso a Itália há quase 24 horas. "Não sabemos nada, não sabemos quando vamos partir. Estamos nisto desde ontem [segunda-feira]", disse à Lusa uma jovem da equipa italiana. A maior parte do grupo está a dormir no chão entre bagagens de mão e garrafas de água.
Na zona de chegadas é visível o desembarque constante de passageiros que chegam a Lisboa hoje de manhã provenientes de vários destinos.
O portal da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) encontra-se nesta terça-feira inacessível, depois do apagão que deixou o país sem eletricidade durante grande parte do dia de ontem.
A Segurança Social Direta está a funcionar normalmente.
O país retoma gradualmente a normalidade, esta terça-feira, depois do apagão que deixou Portugal e Espanha sem eletricidade durante grande parte da segunda-feira. Saiba qual é o ponto da situação em Portugal, de acordo com o comunicado da Presidência do Conselho de Ministros.
- <p><strong>Eletricidade</strong>: o país está ligado, com normalidade. Todos os 6,4 milhões de clientes da rede elétrica estão alimentados, com exceção de 800 por avarias não relacionadas com o apagão.</p>
- <p><strong>Água</strong>: o abastecimento está a funcionar em praticamente todo o país.</p>
- <p><strong>Metropolitano</strong>: em Lisboa, o metro está a arrancar a operação com uma reposição gradual, mas ainda existem perturbações em algumas linhas devido a problemas distintos em data center.</p>
- <p><strong>Comboios</strong>: estão a funcionar com alguma recuperação dos efeitos da greve de 24 horas.</p>
- <p><strong>Escolas</strong>: têm orientação do Ministério da Educação para abrir.</p>
- <p><strong>Aeroportos</strong>: estão operacionais, com alguma recuperação ainda a ser feita no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.</p>
- <p><strong>Combustíveis</strong>: o fornecimento está normalizado.</p>
- <p><strong>Segurança e proteção civil</strong>: sem perturbações registadas.</p>
- <p><strong>Serviços de saúde</strong>: situação estabilizada.</p>
O serviço de transporte público de passageiros da Carris, em Lisboa, está totalmente operacional nos autocarros, elétricos, ascensores e elevador, informou hoje a empresa.
Em comunicado, a Carris, gerida pelo município de Lisboa, refere que serviço de autocarros da Carris esteve a funcionar em pleno na segunda-feira, mas os elétricos e ascensores estiveram temporariamente suspensos.
“Ontem [na segunda-feira], a Carris continuou a operar o modo autocarro em pleno, tendo apenas interrompido a operação dos elétricos e ascensores devido as falhas no abastecimento de energia”, refere a empresa.
Na nota, a empresa informa ainda que as lojas e quiosques Carris também estão em funcionamento, sem limitações nos serviços disponibilizados.
A operadora MEO informou hoje que, pelas 9.30 horas, os seus serviços, afetados pelo apagão de segunda-feira, estavam repostos “quase na totalidade, existindo apenas algumas situações pontuais que estão em fase de resolução durante o dia”.
“Devido à rápida resposta com a ativação do Plano de Contingência e empenho de todas as equipas MEO, foi possível continuar a garantir os serviços críticos e normalizar as telecomunicações em todo o país, minimizando o impacto da crise energética nos nossos clientes”, acrescenta a operadora.
O corte generalizado de energia de segunda-feira obrigou a adiar milhares de consultas, cirurgias e tratamentos que terão de ser reprogramados em vários hospitais, mas hoje a atividade já regressou ao normal, segundo os administradores hospitalares.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), Xavier Barreto, disse que não foi preciso desmarcar a atividade programada para hoje e que as unidades terão agora de recuperar o que foi perdido na segunda-feira.
“Os doentes de ontem [segunda-feira] vamos remarcar e estamos hoje mesmo a apurar essas listas e a remarcá-las, em conjunto com as nossas equipas e com os nossos médicos”, disse.
O responsável explicou que houve alguns momentos tensos na segunda-feira por causa da necessidade de reabastecimento de combustível para os geradores dos hospitais, pois nem todos tinham a mesma autonomia.
A operadora NOS informou hoje que a sua rede está “totalmente operacional e a situação encontra-se estabilizada”, após o apagão de segunda-feira.
“As equipas da NOS trabalharam durante a noite para garantir as reconfigurações de rede necessárias ao funcionamento pleno dos serviços”, refere a operadora, acrescentando que “continuará a monitorizar atentamente a estabilidade da rede e eventuais impactos residuais da falha de energia registada”.
O presidente da Assembleia da República convocou os partidos com representação parlamentar para uma reunião com o Governo, pelas 14 horas, para se fazer um ponto da situação do apagão ocorrido na segunda-feira em território continental.
Na missiva, à qual a agência Lusa teve acesso, José Pedro Aguiar-Branco indica que a reunião se terá como “objetivo a apresentação de um ponto de situação sobre o incidente ocorrido ontem, 28 de abril, na rede elétrica nacional”.
O Hospital de São João, no Porto, vai hoje manter o plano de contingência ativo “mas numa escala menor”, e está a reagendar o que foi cancelado na segunda-feira devido ao apagão geral. Em resposta à agência Lusa, fonte do hospital acrescentou que a atividade programada já arrancou esta manhã.
“Continuamos com o plano de contingência ativo mas numa escala menor. A atividade programada de hoje já arrancou e o que foi cancelado ontem [segunda-feira] já está a ser reagendado pelas nossas equipas”, referiu a fonte.
Na segunda-feira, o Hospital de São João ativou o plano de contingência e suspendeu a atividade programada e não prioritária. Fonte do hospital explicou que a capacidade de resposta dos geradores estava dependente da gestão do combustível disponível. Os geradores de emergência serviram para alimentar áreas prioritárias, como o bloco operatório para intervenções cirúrgicas urgentes e a Unidade de Cuidados Intensivos.
Também hoje, em resposta à Lusa, fonte da Unidade Local de Saúde Gaia/Espinho indicou que a situação está “totalmente regularizada”. “Estamos a iniciar o processo de remarcação, em articulação com a área clínica, da atividade adiada ontem [segunda-feira]”, indicou a fonte.
Cenário idêntico no Hospital de Santo António, também no Porto, onde fonte desta instituição indicou à Lusa que hoje “tudo está a funcionar normalmente”.
A energia elétrica já foi reposta aos 6,4 milhões de clientes do país, que está agora “ligado com normalidade” e, durante a noite, não se verificaram perturbações de segurança ou de proteção civil, adiantou hoje o Governo.
“Nós, neste momento, temos praticamente todos os serviços, incluindo o fornecimento de energia, restabelecidos”, disse à Lusa o ministro da Presidência, António Leitão Amaro.
Segundo o ministro, ao nível da eletricidade, o “já país está ligado, com normalidade”, ou seja, todos os 6,4 milhões de clientes estão alimentados, com exceção de 800 que têm avarias não relacionada com o apagão.
Foi retomada a circulação nas linhas Azul e Vermelha do Metropolitano de Lisboa, informou a empresa em comunicado. A circulação nas linhas Amarela e Verde deverá ser restabelecida em breve.
Numa publicação nas redes sociais, a distribuidora nacional Red Elétrica disse que às 7 horas locais de hoje (6 horas em Lisboa) estava recuperada 99,95% da procura de eletricidade (25.794 megawatts), embora ainda sem haver "total normalização do sistema". Todas as subestações de Espanha continental voltaram a ter energia durante a madrugada.
Os aeroportos estão hoje a funcionar sem perturbações em Espanha, enquanto as incidências nos comboios continuam a ser dos maiores problemas causados pelo apagão em Espanha.
O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu hoje que o serviço está totalmente reposto e normalizado.
A Metro do Porto vai retomar a operação às 6 horas de terça-feira, adiantou hoje fonte da empresa, após o apagão maciço que afetou a Península Ibérica ter interrompido a circulação.
Em comunicado enviado à Lusa, a Metro do Porto destacou que “está a trabalhar no sentido da reposição da operação em todas as linhas da sua rede, o que irá suceder progressivamente nas próximas horas”.
A partir das 6 horas de terça-feira, como normalmente, toda a rede do Metro do Porto estará em funcionamento regular, vincou.
“A Metro do Porto tem vindo a trabalhar, em conjunto com a subconcessionária Via Porto, no restabelecimento de todos os sistemas, nomeadamente de energia, sinalização e apoio à exploração, procurando garantir as obrigatórias e indispensáveis condições de segurança com vista à reposição do serviço comercial nas suas seis linhas e mais de 70 quilómetros de rede”, pode ler-se.
“Esta retoma do serviço vai decorrer, de forma faseada e progressiva, ao longo da noite de hoje, havendo condições para garantir o normal funcionamento do Metro do Porto a partir das 6 horas desta terça-feira”, acrescentou a mesma fonte.
O serviço de transporte do Metropolitano de Lisboa (ML) vai ser reposto em breve e de forma faseada nas quatro linhas, começando pela Linha Azul, que liga a Reboleira a Santa Apolónia, informou hoje a empres.
“O Metropolitano de Lisboa teve uma vasta equipa a trabalhar durante a noite de ontem [segunda-feira à noite] e a madrugada de hoje para assegurar a reposição dos sistemas operacionais afetados pela falha generalizada de energia ontem ocorrida”, informou o ML em comunicado.
De acordo com a empresa, registam-se ainda constrangimentos em alguns sistemas, que estão a ser acompanhados e intervencionados, prevendo-se que, a todo o momento, estejam reunidas as condições necessárias à retoma do serviço de transporte.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) disse estar preocupada e indignada pelas graves dificuldades que o apagão provocou no acesso aos cuidados de saúde, "deixando os utentes reféns de linhas telefónicas obsoletas e ineficazes", e responsabilizou diretamente a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, exigindo "medidas urgentes".
"O colapso dos sistemas de comunicação, incluindo as falhas sentidas nas chamadas para o INEM, evidenciou a fragilidade das infraestruturas do Serviço Nacional de Saúde (SNS), negligenciadas por sucessivos alertas ignorados pela tutela", criticou a FNAM em comunicado, enaltecendo o empenho dos profissionais de saúde nesta crise.
Os estabelecimentos de ensino de Portugal continental devem reabrir hoje e funcionar com toda a normalidade, após o apagão de segunda-feira, de acordo com informação do Ministério da Educação.
"Atendendo à reposição de energia elétrica e de fornecimento de água em todo o país durante a noite, os estabelecimentos de ensino devem hoje, terça-feira, reabrir e funcionar com toda a normalidade", diz o ministério em comunicado.
A circulação de comboios da Fertagus, que faz a ligação entre Lisboa e a Margem Sul, está hoje normalizada. Segundo informação disponível na página da Fertagus na rede social Facebook, a circulação de comboios foi interrompida cerca das 11.30 horas de segunda-feira por falta de tensão na catenária.
A Fertagus, que liga os distritos de Lisboa e Setúbal, serve atualmente 14 estações numa extensão de linha com cerca de 54 quilómetros.
A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa (NOVA FCSH) referiu hoje que irá retomar a atividade letiva normal em ambos os campus da instituição.
De acordo com um e-mail enviado à Lusa, a NOVA FCSH disse que as aulas irão começar, de forma presencial, nos campus da Avenida de Berna e de Campolide, "ultrapassada a situação desta segunda-feira".
Na segunda-feira, a NOVA FCSH anunciou que iria encerrar as atividades letivas a partir das 14 horas, mas sublinhou que iria manter os campus da instituição abertos “por uma questão de segurança da comunidade académica”.
A falha de eletricidade que ainda está a afetar Portugal continental levou muitas instituições de ensino superior a suspender as aulas e atividades.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, adiantou na segunda-feira à noite que está assegurado o fornecimento de energia a cerca de 80% da população, após o apagão maciço que afetou a Península Ibérica.
"Estará mais ou menos assegurada uma taxa de fornecimento a cerca de 80% da população", frisou Luís Montenegro aos jornalistas, à saída de uma visita à Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa.
O governante apelou à população que ainda não têm energia elétrica nas suas casas a manterem a tranquilidade, destacando que "não faltará muito tempo" para verem a situação normalizada.
"Aos outros que estão com a situação normalizada, devem moderar os consumos, de maneira a não provocarmos nas próximas horas alguma oscilação que possa perturbar fornecimento de energia elétrica", acrescentou.
Luís Montenegro frisou que ainda não estava em condições de dizer que a situação está completamente restabelecida: "Temos que recuperar a normalidade com sentido de responsabilidade".
A Câmara Municipal do Seixal, no distrito de Setúbal, anunciou que prevê a normalização do abastecimento de água no concelho durante a madrugada.
Em comunicado a autarquia explica que está a trabalhar para repor o normal abastecimento de água no concelho e que voltará a fazer o ponto de situação caso assim se justifique.
O abastecimento de água no concelho foi interrompido após a falha de energia elétrica verificada em todo o país, a partir das 11.30 horas.
Todos os hospitais do país estiveram, durante o dia, a funcionar com recurso a geradores, mantendo-se em atividade os serviços críticos, como urgências, cuidados intensivos e alguns blocos cirúrgicos. Várias unidades locais de saúde (ULS), como as de São João (Porto), Lisboa Ocidental, Algarve, Famalicão e Viseu Dão Lafões, adiaram ou reduziram a atividade programada e não urgente.
Leia aqui a reportagem completa.
O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes informou que até às 00.00 horas de terça-feira estavam ligadas parcialmente 424 subestações, alimentando cerca de 6,2 milhões de clientes, mas não consegue prever a reposição integral.
"Às 00.00 horas estão ligadas parcialmente 424 subestações, 3200MW e alimentados cerca de 6,2 milhões de clientes. Não sendo ainda possível fazer previsões da reposição integral, a E-REDES alerta para eventuais demoras na realização da mesma", refere o operador em comunicado.
Atualmente, existem cerca de 6,5 milhões de consumidores de eletricidade.
O porta-voz do Livre disse hoje que a segurança na Europa deve ser levada a sério, considerando essencial a existência de uma rede energética menos dependente das grandes empresas e das grandes distribuidoras.
Rui Tavares falava hoje junto da Autoeuropa, depois de uma reunião com os trabalhadores que acabou por ser interrompida devido a uma falha de eletricidade que afetou, a partir das 11:30, várias cidades de norte a sul do país.
"Para o Livre são essenciais a segurança europeia e a segurança energética com uma rede energética mais distribuída, mais descentralizada e menos dependente das grandes empresas. Por isso temos como proposta a criação de comunidades de energia com espaços nos bairros, vilas e cidades muitas vezes centralizados nas escolas", disse.
Pela dimensão do que aconteceu hoje, adiantou, teremos oportunidade de falar desta nossa proposta durante os debates para as eleições legislativas.
Relativamente à Autoeuropa, Rui Tavares disse que a comissão de trabalhadores da empresa explicou que se a fábrica estivesse em laboração plena, que não é o caso porque está numa pausa programada, por cada minuto parada, seriam muitos milhares de euros que se perderiam.
"Um acontecimento como o de hoje mete em alto relevo a importância de ter a listagem de infraestruturas críticas feita e bem protegidas com planos B e C para este tipo de eventos”, frisou.
Na reunião de hoje com os trabalhadores da empresa, explicou, foi abordada a questão da guerra comercial de Trump, tendo ficado descansado por saber que, na verdade, a Autoeuropa não é muito afetada, uma vez que não exporta para o mercado norte-americano, mas sim e principalmente para os mercados europeus.
Mais de 35 mil pessoas foram resgatadas de comboios hoje em Espanha, onde ficaram presas devido ao apagão elétrico, disse o Governo espanhol.
A perturbação nos comboios foi um dos maiores problemas causados pelo apagão de hoje em Espanha, disse o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, numa declaração país em que revelou que as forças de segurança e proteção civil já resgataram 25 mil passageiros que ficaram presos em mais de 100 comboios em todo o país.
Segundo o Governo, permanecem ainda 11 comboios com pessoas presas em "zonas mais inacessíveis".
Os comboios estão todos parados em Espanha, com o Governo a trabalhar para que os suburbanos sejam retomados "o quanto antes, nas próximas horas”.
Já os de média e longa distância deverão ser retomados ao longo de terça-feira, disse o primeiro-ministro de Espanha, o país da Europa e o segundo do mundo, a seguir à China, com a maior rede de linha ferroviária de alta velocidade.
A rede elétrica começou a ser restabelecida gradualmente em Lisboa ao início da noite, mas pelas 22.30 horas, zonas como o Bairro da Liberdade, em Campolide, estavam ainda às escuras.
Leia aqui a reportagem completa.
O PCP vai requerer o agendamento para quarta-feira de um debate parlamentar sobre o corte no abastecimento elétrico, considerando que ficaram patentes “vulnerabilidades e problemas” no sistema elétrico nacional que devem ser avaliadas, em particular ao nível da soberania.
Em comunicado, o PCP considera que a quebra de fornecimento de energia elétrica que se registou hoje em Portugal exige “medidas que contribuam para a rápida reposição do fornecimento”, com prioridade para os “serviços essenciais à população”, como a saúde, transportes, educação ou segurança.
O partido pede também que se faça um “apuramento rigoroso das causas que estiveram na origem desta falha” e se identifiquem as “opções que se colocam para garantir no futuro a segurança e a soberania energéticas em Portugal”.
“A situação exige também uma rápida avaliação dos impactos e prejuízos decorrentes, bem como medidas de reparação de danos e apoio a setores afetados”, refere-se.
Para o PCP, o apagão expôs “vulnerabilidades e problemas no sistema elétrico nacional no plano da soberania, segurança, produção, distribuição e respetiva gestão e controlo, que são inseparáveis das políticas de privatização e liberalização, com a separação da produção, distribuição e comercialização”.
“Perante esta situação, impõe-se quer uma reavaliação dos mecanismos de mercado e do grau de dependência e interligação com países terceiros (designadamente Espanha), mas também da efetiva capacidade do país para responder a necessidades de abastecimento de energia em situações de emergência como esta nas várias regiões do país”, lê-se.
O partido acrescenta que “a situação excecional de albufeiras cheias, com a capacidade de produção hidroelétrica praticamente no máximo, não pode minimizar essa avaliação, sobretudo quando se encerram produções termoelétricas coincidentes com longos períodos de seca”.
O PCP defende que “a sujeição a um contexto de dependência externa e de mercado liberalizado” constitui “um fator de insegurança para o país”.
“Tudo isto reclama a inversão da política de abdicação nacional sobre os setores estratégicos e a garantia de um funcionamento articulado, coerente e eficaz do sistema elétrico nacional”, sustenta o PCP, que recorda que houve países, como a França ou a Alemanha, que “decidiram recentemente medidas visando a recuperação total ou parcial do controlo público desse setor”.
“Portugal deve assumir igualmente esse objetivo”, consideram.
O PCP refere assim que, na reunião da conferência de líderes parlamentares esta terça-feira, vai pedir o agendamento de um debate de urgência sobre este tema na reunião da Comissão Permanente de quarta-feira.
Os encontros da Liga e da Liga 2 que foram adiados nesta segunda-feira de apagão vão ser disputados na terça-feira.
O primeiro-ministro admitiu que o mais difícil de gerir no apagão que hoje se registou no país foi o abastecimento de energia aos hospitais, mas assegurou que não se registou “nenhuma situação limite”.
“A situação que se viveu nos hospitais, confesso que foi mais difícil de gerir. Com a falta de fornecimento elétrico foram acionados os geradores, alimentados a combustível, só que o combustível vai-se consumindo e é preciso alimentar novamente os depósitos para continuar a ter os geradores operacionais”, acrescentou.
No entanto, também “a cadeia de abastecimento de combustíveis estava a colapsar e foi preciso fazer uma gestão muito rigorosa”.
“Foi necessário contar com a programação que estava centralizada na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e a colaboração inexcedível das Forças de Segurança, que fizeram e asseguraram o patrulhamento e a condução dos camiões cisterna para poder abastecer os hospitais que iam tendo a necessidade de reabastecimento do gasóleo que era necessário para os seus geradores”, explicou.
“Não tivemos nenhuma situação limite em que esse abastecimento tivesse sido esgotado, mas tivemos de gerir situações com alguma perturbação com a dificuldade de trânsito, a dificuldade de gestão operacional. (…) Houve efetivamente situações dramáticas, mas que não tiveram a ver com o fornecimento de energia”, afirmou.
Os centros de Saúde da Unidade Local de Saúde (ULS) Almada-Seixal estarão encerrados na terça-feira e as consultas não urgentes programadas para o Hospital Garca de Orta serão canceladas devido ao apagão que afetou hoje o país.
Em comunicado, que a Lusa recebeu pelas 20.15 horas, a ULS Almada-Seixal (ULSAS) explica que a situação será reavaliada às primeiras horas da manhã de terça-feira, altura em que será feito novo ponto de situação.
Na sequência do corte generalizado de energia e do consequente acionamento do Plano de Contingência na instituição, o conselho de administração da ULS decidiu que as unidades de cuidados de saúde primários, ou seja, os centros de saúde, permanecerão encerrados na terça-feira.
As consultas programadas não urgentes no Hospital Garcia de Orta serão canceladas, à exceção das consultas de hematologia, oncologia, pneumologia oncológica e hospitais de dia.
A atividade programada dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica estará condicionada, à exceção das análises clínicas.
O primeiro-ministro afirmou que o regulador da aviação, a ANAC, autorizou a realização de voos noturnos para que as companhias possam recuperar rapidamente atrasos e que há várias entidades coordenadas a assegurar apoio aos passageiros em Lisboa.
"A ANAC autorizou, a pedido do Governo, todos os voos noturnos por forma a assegurar uma rápida recuperação dos atrasos", disse Luís Montenegro numa declaração ao país, em Lisboa.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) disse não ter mais nenhum dado a acrescentar.
O regresso da eletricidade a várias zonas da baixa do Porto deixou quem lá estava de sorriso no rosto. Depois de mais de oito horas sem luz, a chegada da energia foi celebrada com gritos e aplausos.
O corte do abastecimento de água, na zona urbana de Barcelos, levou a uma corrida às fontes. A falha de energia levou a que, em zonas de maior densidade populacional, a água tivesse de ser racionada. Na fonte do Grilo, na freguesia de Arcozelo, desde as 18 horas que se criaram enormes filas para abastecer água.
Munidas de garrafões, garrafas, geleira e até baldes, centenas de pessoas amontoaram-se para levar o bem precioso. Pelas 22 horas, já com a energia reposta, a procura abrandou, mas não parou pois a água ainda não tinha regressado às torneiras.
O primeiro-ministro assegurou esta segunda-feira que o Governo está a trabalhar no reforço da capacidade de “prevenção e resiliência” da rede elétrica e insistiu na importância das interligações com a Europa, para que Portugal não fique apenas dependente de Espanha.
“Não é ainda um tempo de balanço, mas quero assegurar-vos que já estamos a trabalhar, designadamente com a REN, para reforçar a capacidade de prevenção e resiliência, de forma a evitar a repetição de ocorrências como esta”, afirmou Luís Montenegro, em declarações à imprensa, num balanço depois de o Conselho de Ministros ter estado reunido desde o final da manhã devido ao apagão que afetou Portugal Continental desde as 11.30 horas.
Na Rua de José Falcão, no centro do Porto, o regresso da energia elétrica, por volta das 21 horas, foi celebrado com aplausos pelas pessoas que aguardavam a luz com velas e lanternas.
As operadoras de comunicações Meo, Vodafone e NOS estão com os serviços normalizados nos locais onde a energia foi reposta, disseram hoje as respetivas fontes oficiais.
"A Meo confirma que os serviços já se encontram normalizados nas zonas onde a energia já foi reposta", disse fonte oficial.
"A nossa prioridade é garantir que as telecomunicações vão sendo restabelecidas, a par da reposição de energia. (…) Continuamos empenhados em garantir os serviços críticos que são fundamentais para o país e para os nossos clientes".
A NOS está a recuperar comunicações à medida que a energia é reposta no país, disse hoje à Lusa fonte oficial da operadora de telecomunicações.
A mesma fonte adiantou que a operadora está a fazer uma gestão otimizada do espetro.
Por sua vez, a Vodafone acrescentou que "tem estado a trabalhar para garantir a funcionalidade dos serviços essenciais e o menor impacto possível da falha energética nas suas redes".
Nesse sentido, "à medida que a rede elétrica for sendo reposta, nas diferentes zonas do país, a Vodafone restabelecerá de igual modo o seu serviço".
A operadora "aconselha os clientes a colocar o telemóvel em 'modo de voo' e retirar de seguida, para desta forma forçar uma atualização e novo registo na rede".
Em várias zonas da Maia, a energia voltou por volta das 21.30 horas.
O ministro dos Transportes de Espanha indicou hoje que 11 comboios continuam retidos no país com passageiros a bordo, quase dez horas depois do início do apagão generalizado que paralisou toda a Península Ibérica.
"Outros onze comboios precisam de ajuda. A energia elétrica acaba de ser restabelecida no centro de controlo da estação de Atocha, em Madrid", referiu Oscar Puente na rede social X.
Posteriormente, Puente adiantou que já estão ligados os centros de comando de Atocha e Chamartín da empresa de gestão de infraestruturas ferroviárias ADIF e o centro de controlo operacional da Renfe e que os sistemas estão a ser implementados.
A empresa ferroviária espanhola Renfe anunciou hoje que abriu várias das suas estações pelo país para permitir que os passageiros pernoitem nas mesmas.
Permanecerão abertas durante toda a noite as estações de Madrid, Barcelona, Bilbau, Valência, Sevilha, Córdoba, Saragoça, Valladolid e Málaga.
O primeiro-ministro afirmou hoje que as escolas poderão reabrir na terça-feira “se não houver nenhuma perturbação no processo de reabastecimento” de energia, depois do apagão de hoje.
“Não vemos razão para que não possam abrir amanhã numa situação de normalidade se não houver nenhuma perturbação neste processo de reabastecimento”, afirmou Luís Montenegro, que falava à imprensa na residência oficial em São Bento, no final do Conselho de Ministros.
O primeiro-ministro disse também esperar que na terça-feira seja retomada a normalidade na distribuição de bens essenciais, medicamentos ou combustível, apelando aos portugueses para moderarem os consumos ao necessário.
Hospital São João, no Porto, retomou a totalidade energética cerca das 21 horas, revelou à Lusa fonte oficial do maior hospital da zona Norte.
“Temos, a partir de agora, energia em pleno da rede”, lê-se na mensagem enviada pelas 21.02 horas.
O hospital ativou ao início da tarde de hoje o plano de contingência e suspendeu a atividade programada e não prioritária, alertando que “a capacidade de resposta dos geradores” estava “dependente da gestão do combustível disponível”.
“Na sequência do apagão que afeta o país inteiro, foi ativado o plano de contingência do hospital São João, com ativação dos geradores de emergência para alimentar áreas prioritárias, como o bloco operatório para intervenções cirúrgicas urgentes e a Unidade de Cuidados Intensivos”, descreveu à Lusa fonte oficial.
Desta forma, segundo a mesma fonte, foi assegurada “a atividade clínica urgente e emergente”, ao mesmo tempo que foi suspensa “a atividade programada e toda a atividade não prioritária”.
O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes informou que até às 21.30 horas estavam ligadas parcialmente 147 subestações, alimentando cerca de dois milhões de clientes, mas não consegue prever a reposição integral.
"Às 21.30 horas estão ligadas parcialmente 147 subestações, 1500 megawatts (MW) e alimentados cerca de dois milhões de clientes", disse fonte oficial da empresa à Lusa. Atualmente, existem cerca de 6,5 milhões de consumidores de eletricidade.
No entanto, a E-Redes refere que ainda não é possível fazer previsões da reposição integral, alertando para eventuais demoras na realização da mesma.
A E-Redes "tem mobilizado todo o dispositivo operacional dedicado à execução deste plano, para poder restabelecer a distribuição de energia em território nacional. O plano de reposição da E-Redes é acionado em consequência e em estreita dependência da reposição realizada pela REN", acrescenta.
"Face aos problemas que estão a afetar a rede elétrica nacional, a E-Redes colocou em ação o Plano Operacional de Atuação em Crise, no estado máximo de Emergência às 11.30 horas desta manhã, com o objetivo de proceder à reposição da energia de forma mais célere possível.
A reposição de energia elétrica no país está a ser feita “de forma faseada e segura para evitar novos desequilíbrios no sistema”, numa operação que exige “particular rigor e prudência”, adiantou em comunicado o Sistema de Segurança Interna (SSI).
De acordo com o SSI, a recuperação da produção elétrica nas centrais de Castelo de Bode (Abrantes, Santarém) e Tapada do Outeiro (Gondomar, Porto) “permitiu iniciar a reposição do fornecimento de eletricidade, começando pelas regiões próximas e alargando-se progressivamente a outras zonas”.
Um corte generalizado no abastecimento elétrico deixou esta segunda-feira toda a Península Ibérica sem eletricidade durante várias horas, sem que sejam ainda conhecidas as causas, e o fornecimento de energia está a ser restabelecido de forma gradual.
terminal do aeroporto de Lisboa já reabriu aos passageiros, mas a gestora aeroportuária (ANA) pede aos passageiros que, antes de se dirigirem até lá, contactem as companhias aéreas para obterem informação sobre o estado dos voos.
A informação foi avançada à Lusa por fonte oficial da ANA - Aeroportos de Portugal.
Centenas de voos foram hoje cancelados no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e vários desviados para outros aeroportos, devido à falha de eletricidade que está a afetar a Península Ibérica.
A PSP reforçou hoje o policiamento no aeroporto de Lisboa com polícias do Corpo de Intervenção para auxiliar a gestora da infraestrutura na “manutenção da ordem pública”, disse à Lusa fonte policial, adiantando, à tarde, que o terminal 2 está encerrado.
A gestora dos aeroportos nacionais acionou os geradores de emergência, possibilitando o essencial da operação no Porto e em Faro, mas Lisboa com mais limitações, disse à Lusa fonte oficial da gestora aeroportuária.
O primeiro-ministro afirmou hoje que, “apesar de todas as adversidades, o Estado revelou “capacidade de reposta” e espera a reposição integral de eletricidade em todo o território “nas próximas horas”.
“Apesar de todas as adversidades de uma crise inédita, os serviços essenciais mantiveram-se em funcionamento e o Estado revelou capacidade de resposta”, afirmou.
Luís Montenegro falava à imprensa na residência oficial em São Bento no final do Conselho de Ministros que esteve reunido desde o final da manhã devido ao apagão que afetou Portugal Continental desde as 11.30 horas.
O primeiro-ministro disse ser “expectável” um restabelecimento integral da eletricidade “nas próximas horas” em todo o território nacional.
O abastecimento de energia já foi reposto nas subestações do Carregado e Sacavém, anunciou a REN, sendo estes considerados passos essenciais para reabastecer Lisboa.
Na última atualização efetuada REN – Redes Energéticas Nacionais, a empresa adianta que todas as subestações do Grande Porto já estão inoperacionais, pelo que “os consumidores da zona deverão ver a sua situação normalizada em breve”.
Desta forma, neste momento já há 750 mil consumidores ligados à rede, de um total de cerca de 6,5 milhões, segundo dados avançados pela REN.
A ANA Aeroportos disse hoje que, com a informação atualmente disponível sobre a falha de eletricidade, não são esperadas partidas de voos do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, até às 22 horas. Milhares de passageiros afetados esperam novidades na rua.
Várias áreas dos distritos de Coimbra, Porto, Guarda, Santarém e Lisboa, inclusive na capital, têm já o fornecimento de energia reposto hoje à noite, conforme relatado à Lusa por moradores.
A REN – Redes Energéticas Nacionais anunciou ao início da noite a reposição das subestações do Carregado e Sacavém, no distrito de Lisboa, um processo essencial para reabastecer a região de Lisboa, onde, segundo moradores, há já energia pelo menos em locais dos concelhos de Lisboa (Alvalade, Areeiro, Benfica, Telheiras, Parque das Nações ou Campo de Ourique, por exemplo), Odivelas (como a Ramada) ou Torres Vedras.
Em alguns bairros da capital, como zonas junto à Almirante Reis ou Benfica, os moradores estão a festejar à janela o regresso da eletricidade, com aplausos e gritos.
Cerca de 51% das subestações elétricas de Espanha têm já energia após o apagão de hoje e o abastecimento está a ser restabelecido "em todas as zonas" do país, incluindo na região de Madrid, disse a distribuidora Red Eléctrica.
Segundo a empresa espanhola, às 20:35 locais (19:35 em Lisboa), estava rrestabelecido o equivalente de 35% da procura de eletricidade no território continental de Espanha (9.200 megawatts).
"Está ser reposto o abastecimento de maneira progressiva em todas as zonas elétricas do território", divulgou a Red Eléctrica, numa informação publicada nas redes sociais.
Segundo a empresa, o abastecimento de eletricidade começou a ser reposto já em todas as regiões autónomas de Espanha continental, incluindo Madrid e zonas da cidade capital de Espanha.
Escolas a trabalhar a meio gás, filas para encher garrafões com água, ruas cheias de pessoas e longas filas de trânsito. A semana começou como todas as outras, mas rapidamente se instalou o caos. O apagão nacional obrigou os portugueses a reinventarem-se e até houve lugar para encontros inesperados.
Mais de 750 mil clientes voltaram a ter eletricidade, depois de terem vivido esta segunda-feira sem luz, surpreendidas pelo apagão que paralisou o país. De acordo com a REN, a energia deve ser restaurada em todo o território nacional durante esta noite. Em Lisboa, a espera será maior, anunciou a empresa.
A Unidade Local de Saúde de Lisboa Ocidental (ULSLO) suspendeu toda a atividade programada durante o dia de hoje e na terça-feira, devido à situação de contingência causada pelo corte da energia elétrica.
Numa nota, a unidade de saúde destacou que o gabinete de crise da ULSLO determinou hoje a suspensão da atividade programada, como consultas, cirurgias e exames durante os dias de hoje e terça-feira, para “garantir resposta a doentes emergentes e inadiáveis e assegurar capacidade adicional de internamento”.
Na terça-feira “mantêm-se apenas marcadas as consultas de oncologia”, sendo a restante atividade programada logo que possível”.
A ULSLO afirmou que se encontra a trabalhar em rede com outros hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) “para assegurar a resposta a doentes urgentes e emergentes, nomeadamente na área dos cuidados intensivos”.
A unidade realçou ainda que foram tomadas medidas internas apara assegurar a preservação do armazenamento de vacinas, o fornecimento de refeições, os sistemas de informação de apoio à atividade clínica e o abastecimento dos geradores.
A PSP vai reforçar o policiamento hoje à noite nas cidades que estão sem eletricidade, em especial nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, disse à Lusa fonte desta polícia.
A mesma fonte adiantou que o policiamento vai ser reforçado durante a noite, uma vez que não há iluminação pública e os sistemas de alarmes de segurança não estão a funcionar.
Segundo a PSP, o trânsito esteve muito complicado ao fim da tarde de hoje nas saídas de Lisboa, nomeadamente nas pontes 25 de abril e Vasco de Gama, Autoestrada 1, A8, A5 e IC19, mas por volta das 19.45 horas a situação estava mais calma.
Num comunicado hoje divulgado, a PSP referiu que os serviços da polícia estão “a funcionar plenamente com o auxílio de fontes alternativas de energia”, estando todas “as operações essenciais de polícia a ser asseguradas”.
Portugal e Espanha sempre foram considerados em termos energéticos como uma ilha, isto porque as ligações que os dois países têm ao resto da Europa é insignificante.
A Câmara Municipal de Castelo Branco ativou hoje o plano municipal de emergência e pede contenção no consumo de água, na sequência do corte generalizado de energia elétrica.
"Ativámos o plano municipal de emergência e a nossa preocupação é assegurar o funcionamento dos serviços essenciais como forças de segurança, hospital e o abastecimento de água", afirmou o presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco à agência Lusa.
Leopoldo Rodrigues disse esta tarde que não está em causa o abastecimento público de água à população, mas pediu “contenção" no consumo.
A autarquia está também a garantir o funcionamento de uma farmácia no bairro da Carapalha.
As escolas e as instituições particulares de solidariedade social estão também nas prioridades do município.
A GNR reforçou o policiamento e a vigilância em zonas como hospitais e postos de abastecimento de combustível e está a garantir a escolta ao transporte de combustíveis para as infraestruturas mais críticas devido ao apagão de hoje.
Numa informação enviada à agência Lusa via WhatsApp, por ter o sistema de e-mail em baixo devido ao apagão, a Guarda Nacional Republicana (GNR) adianta que, em coordenação e estreita articulação com as demais entidades competentes, está “a realizar e a garantir a escolta ao transporte de combustíveis para as infraestruturas mais críticas, nomeadamente hospitais, entre outros”.
Está ainda a reforçar o policiamento e a vigilância nas áreas mais críticas, nomeadamente nas áreas comerciais, bem como nos postos de abastecimento de combustíveis.
A GNR apela à calma e à serenidade da população até ser ultrapassada esta situação, dedicando “especial atenção à circulação rodoviária”, uma vez que a sinalização luminosa está temporariamente indisponível.
“Continuamos disponíveis para apoiar e auxiliar todos, através dos contactos telefónicos habituais ou através do posto policial mais próximo”, adianta.
A REN diz que dentro de duas horas a energia deve ser restabelecida no Grande Porto e explica que está a dar prioridade à reposição de serviços nos consumos prioritários, como hospitais e forças de segurança. Para a zona de Lisboa, a espera será maior, explicou João Faria Conceição, administrador da REN. Na capital, o regresso da energia pode demorar entre 5 e 6 horas.
Mais de sete horas depois do apagão, há ainda 26 comboios que estavam a circular no momento da quebra de energia e que ainda estão por evacuar, admitiu o ministro dos Transportes de Espanha, citado pelo jornal "El País". Catorze comboios estão na linha Madrid- Sevilha e oito na linha Madrid-Barcelona, dois comboios estão na linha Antequera-Granada, um outro está parado em Venta de Baños (Palência) e outro em Pajares (nas Astúrias). Óscar Puente explicou ainda que foram retirados, ao longo das últimas horas, cerca de 35 mil passageiros de vários comboios em todo o país.
A ANA Aeroportos disse hoje que, com a informação atualmente disponível sobre a falha de eletricidade, não são esperadas partidas de voos do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, até às 22 horas.
“No aeroporto de Lisboa a operação mantém-se condicionada, com alimentação por geradores de emergência, tendo nas últimas duas horas chegado quatro voos e partido outros quatro”, adiantou também a gestora aeroportuária, em comunicado.
Nos aeroportos do Porto e Faro, para onde estão a ser desviados voos de Lisboa, “a operação continua a decorrer com as limitações decorrentes da situação”.
A ANA aconselhou os passageiros a aguardarem pelo contacto das companhias aéreas antes de se dirigirem ao aeroporto e garantiu que os passageiros que estão no aeroporto “estão a ser apoiados pelas equipas da ANA no terreno, prestando a informação possível e distribuindo água e bens alimentares”.
Está também a ser preparada logística de apoio para quem precisar de ficar a passar a noite no terminal, acrescentou a ANA.
A situação será reavaliada as 21 horas.
O INEM está sem conseguir contactar alguns meios próprios, seja via telemóvel, seja através do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), contaram à Lusa funcionários do instituto.
Segundo uma das fontes ouvidas pela Lusa, o acionamento de meios atrasou em mais de 100 chamadas e cerca de 400 foram perdidas.
Pelas 18 horas, a mesma fonte disse que o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) estava sem contacto com alguns meios próprios, entre ambulâncias, motos e Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER).
Em declarações à Lusa, um outro funcionário do INEM exemplificou estas dificuldades de contacto, dizendo que a ambulância do Fundão foi deslocada para os bombeiros porque “era a única forma de ter contacto com o CODU [Centro Operacional de Doentes Urgentes]”.
Primeiro recuperar, e depois estudar o que aconteceu. A REN explica que os passos para responder de forma mais eficaz a um apagão desta natureza vão ser seguidos. "Temos de avaliar todos os mecanismos de recuperação, para vermos se temos de fazer alterções e melhorias", explicou o administrador da REN - Redes Energéticas Nacionais. “Infelizmente, não é só a REN que conta, é todo um sistema e, esse, nós estamos a interagir da forma mais cuidadosa que nós sabemos, para garantir que não damos passos em falso”.
Sobre as causas, João Faria Conceição explicou que é prematuro apontar qualquer motivo, salientando o trabalho conjunto com Espanha para garantir a estabilidade dos processos, apontando também para um processo longo de averiguações deste incidente que paralisou a Península Ibérica.
As autoridades espanholas aconselharam hoje a população a evitar deslocações desnecessárias, guardar velas, usar os telemóveis apenas para o essencial e desligar os aparelhos elétricos, em caso de apagão.
O grupo de aviação SATA anunciou hoje a ativação do Centro de Gestão de Crise devido ao apagão que afeta a península ibérica e revelou que a falha na eletricidade motivou alterações nos voos.
“O grupo SATA informa que procedeu à ativação do seu Centro de Gestão de Crise, de forma a assegurar uma monitorização permanente da situação e uma resposta coordenada às necessidades operacionais e de assistência aos passageiros”, lê-se em comunicado.
Apesar de os Açores não terem sido diretamente afetados pela falha de eletricidade, a transportadora aérea adianta que a “programação de alguns voos sofreu alterações”.
“A companhia aérea está a proceder ao contacto direto com todos os passageiros cujas viagens foram impactadas, informando-os das alternativas disponíveis para a sua deslocação”, garante a SATA.
O fornecimento de eletricidade da rede foi hoje à tarde retomado no Hospital Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, disse fonte oficial à Lusa, depois de a unidade ter estado a funcionar com recurso a geradores.
Fonte oficial da Unidade Local de Saúde (ULS) de Gaia/Espinho (distrito do Porto) adiantou, às 18.26 horas, que “o Hospital Eduardo Santos Silva já está com a energia da rede reposta”.
A Transtejo e a Soflusa, que ligam por barco Lisboa à margem sul do Tejo, têm hoje carreiras gratuitas enquanto houver passageiros, para minimizar os efeitos do corte generalizado de energia elétrica, informou fonte do Ministério das Infraestruturas.
Segundo a mesma fonte, as carreiras são gratuitas desde as 13 horas/14 horas e enquanto existirem passageiros para transportar.
"Temos de perceber se faz mais sentido aumentar a capacidade de resposta. Todos hoje vão dizer que sim, mas daqui a uns dias vamos pensar no custo. Hoje, temos de garantir que o sistema é equilibrado. Isto não é como um disjuntor que foi abaixo, e depois levantamos e já está", explicou o responsável da REN.
Portugal continental está desde as 11.30 horas com semáforos desligados, hospitais às escuras, lojas sem luz e transportes parados.
"Ficamos sem eletricidade em toda a rede de muito alta tensão, que depois se propaga e chega às casas de todas as pessoas.
Momentos antes deste apagão assistimos a uma oscilação da rede espanhola e estavamos num momento de importação e essa oscilação de tensões. Os sistemas disparam, é alvo equivalente a um disjuntor que temos nas nossas casas.
Fazemos um recurso a progressivamente e de uma form muito gradual irmos acrescentando consumos e produção. Estamos a tentar recuperar o país em várias zonas", afirmou João Faria Conceição, administrador da REN aos jornalistas.
Na área de serviço de Custoias da A4, da Galp, havia ao início da tarde, longas filas de trânsito para abastecer. De acordo com os funcionários, não havia constrangimentos no abastecimento, mas o sistema de pagamento bancário estava em baixo (a rede SIBS está inoperacional), sendo possível apenas efetuar pagamentos por numerário ou cartão Galp Frota.
O jogo Casa Pia-Estoril Praia, da 31.ª jornada da I Liga, e os dois encontros da II Liga previstos para hoje foram adiados devido à falha generalizada de energia, anunciou a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
“Devido à falha de energia que afetou Portugal continental, assim como vários países da Europa, os jogos previstos para esta segunda-feira, referentes às jornadas 31 da Liga Portugal e da Liga Portugal 2, foram adiados para data a anunciar assim que a situação esteja normalizada”.
O encontro Casa Pia-Estoril Praia, como início previsto para as 20:15, deveria encerrar a 31.ª jornada da I Liga, enquanto na II Liga, estavam previstos, ambos com início às 18:00, os encontros Benfica B-Mafra, e Desportivo de Chaves-Alverca.
Polícia municipal ao lado de uma carruagem do metro parada em Brito Capelo, Matosinhos.
A presidente da Comissão Europeia garantiu ao primeiro-ministro de Portugal que o executivo comunitário vai ajudar o país a restabelecer a rede elétrica, após um apagão que parou o território continental.
“Conversei com o primeiro-ministro Luís Montenegro na sequência do 'apagão' na Península Ibérica. Vamos trabalhar em conjunto para ajudar a restaurar a rede elétrica e dar garantias aos cidadãos”, escreveu Ursula von der Leyen nas redes sociais.
A presidente da Comissão Europeia já tinha conversado com o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, e ao homólogo português assegurou que a “segurança energética é crucial para a União Europeia”.
A Meo reconfigurou a sua rede, limitando o uso de dados móveis para garantir a funcionalidade dos serviços essenciais e apela para que os clientes façam um uso responsável das comunicações até à reposição da energia.
"Face à falha de energia que afeta Portugal Continental, a Meo ativou de imediato o seu plano de contingência, com o objetivo de garantir a máxima estabilidade e continuidade dos serviços", disse a operadora da Altice Portugal, no seu último ponto de situação.
"Para reforçar a autonomia da sua rede móvel, dada a imprevisibilidade da reposição de energia, a Meo reconfigurou a sua rede, limitando a utilização de dados móveis e apelando aos seus clientes que façam um uso responsável das comunicações móveis até que a situação seja totalmente normalizada", acrescentou a mesma fonte.
Neste momento, "a nossa prioridade é garantir a funcionalidade dos serviços essenciais e trabalhar rapidamente para a reposição total de todas as operações", afirma a Meo.
"Todos juntos, estamos empenhados em proteger os serviços críticos que são fundamentais para o país e para os nossos clientes", remata.
O fornecimento de energia foi restabelecido hoje à tarde pelo menos em algumas zonas dos distritos de Santarém e do Porto, disseram à Lusa moradores das áreas abrangidas e entidades oficiais.
A REN – Redes Energéticas Nacionais avançou que a produção de eletricidade nas centrais hídrica de Castelo de Bode (localizada no concelho de Abrantes, distrito de Santarém) e termoelétrica da Tapada do Outeiro (Gondomar, distrito do Porto) foi recuperada, estando em curso um processo “muito gradual” de retoma dos consumos.
No distrito de Santarém, a energia está a ser retomada de forma parcial e progressiva em alguns concelhos do Médio Tejo, indicou fonte do Sub-comando da Proteção Civil.
Segundo a mesma fonte, Abrantes foi o primeiro município desta área a ver restabelecida a energia elétrica, cerca das 16:00, e o fornecimento estendeu-se depois a algumas zonas dos concelhos do Entroncamento, Mação, Sardoal, Tomar e Torres Novas.
O presidente da Câmara de Tomar, Hugo Cristóvão, indicou à Lusa, pouco depois das 17:00, que quatro freguesias tinham já áreas com eletricidade.
Em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, a Lusa constatou que no centro, na freguesia de Mafamude e em algumas áreas próximas à Avenida da República, há eletricidade em casas e lojas.
A REN antecipou a conferência de Imprensa para as 18.30 horas, para fazer o ponto de situação sobre a possível reposição de energia no país durante as próximas horas.
Espanha espera recuperar o abastecimento de eletricidade em todo o país "em breve", após o apagão de hoje, disse o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, que garantiu que se desconhecem as causas do corte e apelou à responsabilidade dos cidadãos.
Segundo Sánchez, houve hoje "uma forte oscilação, em termos técnicos, no sistema elétrico europeu, que desencadeou a interrupção do abastecimento em toda a Península Ibérica e algumas zonas do sul de França", mas não existe ainda "informação conclusiva sobre os motivos deste corte".
"Os técnicos da Red Elétcrica [a distribuidora espanhola de energia] estão a trabalhar para determinar as causas e solucionar o problema o mais depressa possível", afirmou Sánchez, que considerou que a prioridade e o mais importante neste momento é voltar a garantir o abastecimento de energia em todo o país.
Sánchez falava em Madrid, na sede do Governo espanhol, numa declaração ao país após uma reunião do Conselho Nacional de Segurança de Espanha.
O abastecimento de eletricidade em Espanha foi já reposto parcialmente em nove das 15 regiões autónomas do país afetadas pelo apagão de hoje, disse a empresa distribuidora de energia Red Eléctrica.
Segundo a empresa, há já eletricidade em várias zonas da Catalunha, Aragão, País Basco, Galiza, Astúrias, Navarra, Castela e Leão, Extremadura e Andaluzia, todas no norte, sul e oeste de Espanha.
A Red Eléctrica, segundo um comunicado, continua "a trabalhar em coordenação com as empresas do setor para retomar paulatinamente o serviço em todo o território" continental de Espanha.
A empresa lembra que "o sistema elétrico" teve hoje de manhã "um zero energético na Espanha peninsular e Portugal".
De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, a eletricidade voltou a algumas zonas do concelho de Vila Nova de Gaia.
No Hospital de São João, no Porto, utentes que iam fazer exames e tinham consultas externas marcadas estavam, ao início da tarde, a ser mandados embora, constatou o JN no local. Os geradores da unidade hospitalar estavam a ser canalizados para serviços prioritários, como a urgência e o internamento, incluindo a Unidade de Cuidados Intensivos (UCI). Os restantes serviços estavam a sofrer constrangimentos e vários corredores estavam às escuras. As áreas de espera estavam praticamente vazias. As máquinas de venda estavam inoperacionais.
Os tribunais mantêm-se abertos para atos urgentes, mas há diligências que foram canceladas devido à falha de energia que está a afetar Portugal, disse hoje fonte do Ministério da Justiça, enquanto fonte sindical garantiu que "estão parados".
"Algumas diligências estão a ser canceladas", disse à Lusa fonte do Ministério da Justiça, acrescentando que a tutela só não mandou fechar os tribunais por poderem ter de praticar atos urgentes e inadiáveis.
Contactado pela Lusa, o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), António Marçal, frisou que "os tribunais não têm sistemas redundantes" e "estão parados", sem que possa ser feita a tramitação eletrónica dos processos.
"Os tribunais estão abertos, mas é como se não estivessem", resumiu, sublinhando que, sem energia, nem sequer é possível digitalizar documentos.
O Sistema de Segurança Interna (SSI) garantiu hoje que todas “as operações essenciais” estão a ser asseguradas e apelou à população para que “se mantenha tranquila, adote medidas de gestão responsável e evite consumos desnecessários”.
“O processo de reposição da rede elétrica está em curso. No entanto devido à extensão e complexidade da situação, poderá demorar até que o fornecimento elétrico seja totalmente restabelecido”, refere o Sistema de Segurança Interna, em comunicado sobre a falta geral de eletricidade em Portugal continental.
O SSI avança que “todas as operações essenciais estão a ser asseguradas, garantindo a segurança, a proteção e o bem-estar da população”, estando a situação “a ser acompanhada de perto”.
A energia elétrica já foi restabelecida na freguesia do Rossio ao Sul do Tejo, no concelho de Abrantes, confirmaram vários habitantes à Agência Lusa.
Contactos pela Lusa, vários habitantes da povoação do Rossio ao Sul do Tejo, em Abrantes, admitiram já ter energia elétrica.
Na mesma linha, alguns estabelecimentos comerciais já abriram portas e encontram-se em funcionamento, disseram.
Como consequência da falha energética, o sistema dos semáforos ficou inoperacional, causando constrangimentos na circulação rodoviária. Entre a zona de Monte dos Burgos e o Hospital de São João, na Estrada da Circunvalação, uma das principais artérias da cidade do Porto, não havia, ao início da tarde, agentes da divisão de trânsito da PSP a orientar o trânsito.
A REN - Redes Energéticas Nacionais vai fazer uma conferência de imprensa às 20 horas sobre o corte generalizado no abastecimento elétrico em toda a Península Ibérica e parte do território francês.
A EPAL (Empresa Portuguesa de Águas Livres), responsável pelo abastecimento de água na cidade de Lisboa, informa, em comunicado, que está a trabalhar para minimizar os impactos no fornecimento de água e apela um uso responsável aos consumidores.
José Ferreira teve de pagar em dinheiro os 80 euros com que abasteceu. O prodecimento estava muito moroso, com longas filas de automóveis e camiões a acumularem-se no local.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, publicou uma mensagem na rede social X a dizer que falou com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, sobre o "apagão" que afetou a Península Ibérica, prometendo uma resposta coordenada para partilhar informação e resolver o problema.
A REN – Redes Energéticas Nacionais avançou que a produção de eletricidade nas centrais hídrica de Castelo de Bode e termoelétrica da Tapada do Outeiro foi recuperada, estando em curso um processo “muito gradual” de retoma dos consumos.
“Nesta altura, foi possível recuperar a produção nas centrais hídrica de Castelo de Bode e termoelétrica da Tapada do Outeiro. Com esta produção, está em curso um processo muito gradual de retoma dos consumos, em primeiro lugar na região destas centrais e progressivamente em zonas adjacentes”, informou a gestora do sistema elétrico nacional, em comunicado.
As operações no aeroporto de Sá Carneiro, no Porto, seguem em relativa normalidade, com as partidas e chegadas a funcionarem, embora com alguns constrangimentos. Dado o encerramento das operações no aeroporto de Lisboa, os voos com destino e origem na capital estão cancelados. Passageiros vindos em voos internacionais com escala no Porto e rumo a Lisboa estão, por isso, a tentar encontrar novas soluções para chegarem ao destino final.
Segundo apurou o JN no local, os geradores do aeroporto estão a ser direcionados para a operação prioritária, pelo que os cafés e estabelecimentos comerciais estão às escuras.
O Governo espanhol ainda não conseguiu identificar a causa do apagão e vai reavaliar a situação às 18 horas, em Portugal continental.
O primeiro-ministro espanhol está a fazer uma declaração ao país, onde retrata as dificuldades vividas devido ao apagão que afetou a Península Ibérica. Sánchez pediu que não se espalhassem notícias falsas, que se usasse de forma responsável as comunicações e afirmou que as próximas horas vão ser "críticas".
Milhares de pessoas dirigiram-se aos poucos supermercados que se encontravam abertos na cidade do Porto, ao final da manhã, para comprar bens alimentares e água, esvaziando as prateleiras da fruta, dos enlatados, das bolachas e de produtos de consumo instantâneo.
O primeiro-ministro anunciou esta tarde que tem a expectativa de que a energia possa ser restabelecida ainda durante o dia hoje, a partir da barragem de Castelo de Bode e da central da Tapada do Outeiro. Luís Montenegro afirma que não há indícios de ataque informático e acrescenta que o problema terá tido origem tem Espanha.
O primeiro-ministro afirmou hoje que “tudo aponta” para que a origem da falha de energia esteja na interconexão com a Espanha e, admitindo que “nada está afastado”, considerou que não há qualquer indicação de um ataque cibernético.
Luís Montenegro falava jornalistas, a meio de uma reunião do Conselho de Ministros, na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, antes de se deslocar à REN - Redes Energéticas Nacionais.
De vários pontos do país, chegam-nos relatos de supermercados e postos de combustível cheios de pessoas à procura de alimentos enlatados. Muitos supermercados, no entanto, fecharam por motivos de segurança.
As farmácias enfrentam hoje fortes constrangimentos sem poder validar prescrições e, se a energia não for reposta brevemente, os geradores poderão falhar, comprometendo a conservação de medicamentos que necessitam de refrigeração como as vacinas, alertou a ANF.
A presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), Ema Paulino, disse à agência Lusa que o apagão que se registou às 11h30 está a causar "sérios constrangimentos" nas farmácias devido a falhas nas comunicações e na energia. Segundo Ema Paulino, algumas farmácias tiveram mesmo de suspender o funcionamento da atividade geral, estando apenas disponíveis para situações de emergência e de urgência.
A Proteção Civil apela à população para evitar deslocações desnecessárias, através de uma publicação na rede social X.
As recomendações à população são:
Respeite as orientações das autoridades no terreno;
Reduza a velocidade e redobre a atenção durante a circulação rodoviária;
Evite deslocações desnecessárias;
E aconselha a população a manter-se informada pelos canais oficiais, evitando acesso a desinformação e à disseminação da mesma.
O debate televisivo entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, previsto para esta segunda-feira às 21 horas foi adiado, acordaram AD e PS.
"Podemos ter seis a dez horas pela frente até que tudo esteja reposto e a funcionar perfeitamente. Em alguns pontos a energia já foi restaurada", anunciou esta segunda-feira Eduardo Prieto, diretor das operações da Rede elétrica de Espanha, citado pela estação de rádio Cadena Ser.
A Autoridade Nacional de Aviação Civil disse hoje que foram ativados os planos de contingência dos aeroportos nacionais, na sequência do corte de energia que afeta o país, e pediu aos passageiros que "não se dirijam aos aeroportos".
Numa nota enviada à Lusa, a entidade disse que, "na sequência do evento disruptivo verificado hoje, em vários países europeus, que impactou negativamente diversas atividades, nomeadamente o transporte aéreo, a ANAC informa que foram acionados os Planos de Contingência dos aeroportos, companhias aéreas e prestadores de serviços de navegação aérea".
A entidade disse ainda que o "sistema de aviação civil está a trabalhar de forma coordenada de modo a garantir a gestão da operação".
A causa do apagão que afeta a Península Ibérica "ainda tem de ser determinada", admitiu hoje a operadora francesa de rede elétrica de alta tensão, RTE, que se prepara para auxiliar a rede espanhola.
"Um incidente elétrico está a afetar Espanha e Portugal, cuja causa ainda não foi determinada, provocando uma grande falha de energia na península", indicou a RTE.
A Rede Elétrica espanhola confirmou que se trata de um “incidente excecional”, provocado por uma flutuação muito brusca no fluxo de energia de rede, de origem desconhecida, que provocou a desconexão de Espanha com o restante sistema elétrico europeu.
Contudo, em França, as falhas já estão a ser reparadas, sendo agora a preocupação apoiar o fornecimento de eletricidade à península ibérica.
"Em França, as casas no País Basco estiveram sem energia durante vários minutos. Toda a energia já foi restabelecida", adiantou a concessionária francesa.
O abastecimento de eletricidade na Espanha peninsular foi interrompido cerca das 12.30 horas locais (11.30 horas em Lisboa) por causas ainda não apuradas, informou a rede elétrica espanhola, numa altura em que se regista também um apagão em Portugal.
A rede elétrica espanhola, citada pela agência EFE, informou ainda que está a trabalhar com as empresas do setor para restabelecer o serviço.
A Comissão Europeia disse estar em contacto com as autoridades de Portugal e Espanha e com a rede europeia de operadores para compreender a causa e o impacto do corte maciço no abastecimento elétrico na Península Ibérica.
“Estamos em contacto com as autoridades nacionais de Portugal e Espanha, bem como com a ENTSO-E [Rede Europeia dos Operadores das Redes de Transporte de Eletricidade] para compreender a causa subjacente e o impacto da situação”, disse fonte oficial do executivo comunitário à agência Lusa.
A empresa Águas da Região de Aveiro (AdRA) apelou ao consumo moderado de água.
Numa nota enviada à agência Lusa, a AdRA apelou à moderação do consumo de água, restringindo-o aos usos essenciais.
Segundo a empresa, o apelo visa garantir o funcionamento contínuo dos serviços críticos, como os hospitais.
“Todos temos um papel a desempenhar em consequência da falha de energia que está a afetar todo o território nacional”, conclui a AdRA.
O Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) afirmou hoje que não foram identificados até ao momento indícios que apontem para um ciberataque na falha na rede elétrica que está a afetar Portugal e outros países europeus.
Com a falta de eletricidade, muitos portugueses estão a correr a lojas de bricolage para adquirir lanternas e rádios a pilhas, temendo que a energia não seja reposta atá ao anoitecer.
A PSP está a colocar um maior número de polícias nas ruas para auxiliar as pessoas, nomeadamente no trânsito, devido à falha de energia.
O porta-voz da Polícia de Segurança Pública disse à Lusa que os polícias estão auxiliar as pessoas no trânsito, uma vez que, devido à falta de eletricidade geral, os semáforos podem deixar de funcionar.
Segundo a PSP, os polícias estão também a prestar apoio no Metropolitano de Lisboa, designadamente nas saídas das estações.
A PSP foi também chamada para ajudar, juntamente com os bombeiros, algumas pessoas que estavam presas em elevadores.
O hospital de São João, no Porto, ativou hoje o plano de contingência e suspendeu a atividade programada e não prioritária, alertando que “a capacidade de resposta dos geradores está dependente da gestão do combustível disponível”.
“Na sequência do apagão que afeta o país inteiro, foi ativado o plano de contingência do hospital São João, com ativação dos geradores de emergência para alimentar áreas prioritárias, como o bloco operatório para intervenções cirúrgicas urgentes e a Unidade de Cuidados Intensivos”, descreveu à Lusa fonte oficial.
De acordo com a mesma fonte, “a atividade clínica urgente e emergente está a ser assegurada”.
Foi suspensa “a atividade programada e toda a atividade não prioritária”.
A mesma linha de ação foi seguida pelos hospitais de Famalicão e Viseu.
Por volta das 12h30 de hoje, dezenas de passageiros saíam da estação de metro 24 de Agosto, no Porto, com ar assustado, depois de terem sido apanhados no interior da estação pelo corte de energia, tendo ficado na escuridão total, o que dificultou a saída da plataforma, situada a grande profundidade. Uma das passageiras explicou ao JN, em lágrimas, que temia por passageiros que terão ficado retidos nos elevadores da estação, contando ainda que outros caminhavam pela linha do metro, rumo à estação mais próxima.
O Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP) cancelou as aulas previstas para esta segunda-feira e mandou os alunos para casa.
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, está a acompanhar a situação da falha de energia elétrica em Portugal "em contacto permanente com o Governo", segundo uma nota da Presidência da República.
"O presidente da República está a acompanhar a situação em contacto permanente com o Governo", lê-se numa curta nota divulgada no sítio oficial da Presidência da República na Internet.
“O mais urgente neste momento é comprar pão para o meu filho que é autista”, contou uma mulher ao JN, que esperava na fila interminável de uma padaria para conseguir comprar alguns mantimentos. “Apercebi-me da situação enquanto estava a conduzir, quando comecei a ver bombas de gasolina encerradas”, acrescentou.
Com o país às escuras e a corrida aos supermercados, a prioridade das pessoas passa por arrecadar o maior número de mantimentos, para garantir a alimentação nas próximas horas.
“Está tudo esgotado, tudo o que é águas e salsichas, enlatados. Fechei a porta, porque não tenho hipótese, não tenho stock para tanta gente”, referiu o dono de uma mercearia local da Prelada.
A E-Redes disse hoje que está a trabalhar na reposição da rede de eletricidade, em alinhamento com Espanha.
“O fornecimento de eletricidade em Portugal está a ser afetado por constrangimentos a montante da rede de distribuição, na rede de muito alta tensão em Espanha. A E-Redes, em articulação com a REN, está a trabalhar na reposição da rede em Portugal, em alinhamento com Espanha”, informou a operadora da rede de distribuição de eletricidade, em comunicado.
A entidade garantiu novas atualizações, de forma regular durante a reposição e reforçou “que este é o primeiro comunicado oficial da E-Redes sobre esta matéria”.
A Comissão de Catástrofe da Unidade Local de Saúde da Guarda (ULS) está hoje reunida na sequência do apagão, disse fonte da instituição.
"Os serviços estão a funcionar dentro das contingências que resultam do apagão. Comissão de Catástrofe da ULS em reunião. Manteremos a população informada através das redes sociais", disse a fonte oficial.
O NorteShopping, em Matosinhos, está fechado. Assim que ocorreu o apagão, as lojas encerraram e os funcionários ficaram a aguardar instruções no exterior do centro comercial.
Fotos: Artur Machado
Centenas de pessoas acorreram aos supermercados, nomeadamente para comprar água. No Mercadona de Matosinhos, a água esgotou. Foram várias as famílias que para ali se deslocaram para comprar bens essenciais.
O secretário-geral do PS afirma que o partido está disponível para ajudar neste momento complexo da vida nacional e pede prioridade para "saúde, transportes, comunicações e garantia de acesso aos bens alimentares". Numa mensagem publicada na rede social X, Pedro Nuno Santos escreveu que é "urgente determinar as causas, os efeitos imediatos e estabelecer planos de ação para proteger as infraestruturas críticas".
A Comissão Europeia (CE) afirma estar em contatco com as autoridades de Espanha e Portugal para perceber "a causa" e também "o impacto" desta situação. A CE afirma ainda que existem protocolos para restabelecer o funcionamento do sistema.
A cidade de Madrid ativou o seu plano municipal de emergência e as autoridades estão a dar prioridade ao resgate de pessoas presas nos elevadores. A Polícia espanhola, à semelhança da portuguesa, foi também chamada a auxiliar nas complicações de trânsito que se geraram devido à falta de eletricidade, que "apagou" a rede de semáforos da cidade.
Há várias escolas com famílias à porta, uma vez que os pais não conseguem contactar com os estabelecimentos de ensino e vice-versa.. Algus dos alunos conseguiram receber almoço, outros não.
A gestora da rede elétrica espanhola, Red Eléctrica, está a repor os níveis de tensão no Norte e Sul de Espanha, num "processo que envolve a energização gradual" da rede de geradores.
As declarações de Ursula von der Leyen sobre um ciberataque russo na origem do apagão desta segunda-feira são falsas. Uma mensagem que circula nas redes sociais com aquilo que aparente ser uma notícia da CNN Internacional é falsa, não estando aquela informação no site daquela televisão norte-americana.
A presidente da Comissão Europeia não fez qualquer declaração sobre o caso.
A PSP está hoje a colocar um maior número de polícias nas ruas para auxiliar as pessoas, nomeadamente no trânsito, devido à falha de energia em Portugal continental.
O porta-voz da Polícia de Segurança Pública disse à Lusa que os polícias estão auxiliar as pessoas no trânsito, uma vez que devido ao cenário de falta de eletricidade geral os semáforos podem deixar de funcionar.
Segundo a PSP, os polícias estão também a prestar apoio no Metropolitano de Lisboa, designadamente nas saídas das estações.
A PSP foi também chamada para ajudar, juntamente com os bombeiros, algumas pessoas que estavam presas em elevadores.
O porta-voz da PSP indicou ainda que a polícia está a funcionar com geradores.
Nas redes sociais, a PSP alerta para semáforos apagados devido ao apagão e pede aos automobilistas para conduzirem com mais atenção e segurança.
Uma falha de eletricidade afetou hoje, a partir das 11:30, várias cidades de norte a sul do país, um problema que se regista também em vários países europeus.
A ANA acionou hoje os geradores de emergência, após um corte de energia a nível geral, possibilitando o essencial da operação no Porto e em Faro, mas Lisboa com mais limitações, disse à Lusa fonte oficial da gestora aeroportuária.
“Os aeroportos da ANA acionaram os geradores de emergência, o que para já possibilita a manutenção do essencial da operação aeroportuária nos aeroportos do Porto e de Faro. Em Lisboa a operação está a decorrer mas com limitações. Até ao momento, não se registam impactos nos Aeroportos da Madeira e dos Açores”, avançou a ANA.
Desta forma, nos aeroportos de Faro e do Porto estão a fazer-se todas as aterragens e descolagens, com recurso a energia de gerador, enquanto em Lisboa estão também a acontecer aterragens e descolagens mas com maior limitação, avançou a mesma fonte.
A ANA vai fazer atualizações “logo que houver evolução ou mais informação”.
Ao JN chegaram relatos da falha de energia nas cidades de Porto, Gaia, Matosinhos, Gondomar, Famalicão, Aveiro e Marinha Grande. Segundo a E-Redes, o apagão, que aconteceu por volta das 11.30 horas, terá sido causado por um problema no sistema europeu de energia elétrica que afetou a rede nacional, avançou o jornal "Público". "Por indicação da REN, foi necessário proceder a cortes de energia em algumas zonas específicas para garantir a estabilidade da rede. A reposição do serviço está a ser feita de forma progressiva", acrescentou a E-Redes.
O Governo criou um grupo de trabalho para acompanhar o apagão que afeta Portugal de Norte a Sul e outros países europeus e aponta que o problema “terá tido origem” fora de Portugal.
“Terá sido, aparentemente, um problema na rede de transporte, cuja razão ainda está a ser identificada, aparentemente, em Espanha”, disse à Lusa o ministro da Presidência, António Leitão Amaro.
O ministro disse ainda que o Governo está a trabalhar, em conjunto com agentes públicos e privados, para “o mais rapidamente possível” retomar a situação de normalidade no fornecimento de energia, embora sem apontar prazo.
“O Governo está a trabalhar em conjunto num grupo de acompanhamento que foi imediatamente acionado. Trata-se de um problema de interrupção de energia que estará a afetar muitos países da Europa, terá tido origem na rede de transporte e é um problema de origem exterior a Portugal”, afirmou.
A primeira prioridade do Governo é, “em conjunto com as várias autoridades nacionais e as empresas prestadoras dos serviços essenciais”, assegurar “uma retoma o mais rápida possível do fornecimento de energia elétrica em Portugal”.
“Segundo, assegurar a continuidade ou a mínima disrupção possível nos serviços públicos, em particular nos mais essenciais e nas infraestruturas críticas. Estamos, obviamente, em contacto com todos estes serviços e entidades que as coordenam”, afirmou.
Finalmente, prosseguiu Leitão Amaro, o Governo está também empenhado em “garantir a ordem pública”.
“Estamos a trabalhar em conjunto desde o primeiro segundo, e estamos confiantes que, com a cooperação de todos - agentes públicos e privados e Governo - consigamos o mais rápido possível retomar a normalidade na vida dos portugueses para um fenómeno que não é nacional”, assegurou.
Questionado se o Governo tem conhecimento de problemas concretos, o ministro da Presidência afirmou que “há disrupção de alguns serviços e perturbação na vida de várias pessoas”.
“Nós estamos focados nos serviços mais essenciais: assegurar a segurança nos aeroportos, assegurar a continuidade dos serviços de saúde, também as restantes vias e redes de transportes”, disse.
Leitão Amaro admite que há desenvolvimentoS “a cada segundo” e serão feitas atualizações ao longo do dia.
Uma falha de eletricidade afetou hoje, a partir das 11:30, várias cidades de norte a sul do país, um problema que se regista também em vários países europeus.
Os sistemas telefónico e informático do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) estão a funcionar com recurso a geradores na sequência da falha de energia que hoje afetou várias zonas do país, disse à Lusa fonte oficial.
"O INEM ativou o seu plano de contingência e tem os seus sistemas, telefónico e informático, a funcionar com recurso a geradores que foram automaticamente acionados", assegura o Instituto.
O INEM apela ainda a todos os cidadãos que liguem para o 112 "apenas em caso de emergência, para evitar uma sobrecarga do sistema".
No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, o funcionamento dos blocos operatórios e dos cuidados intensivos estão a ser também assegurados por geradores, segundo fonte da unidade de saúde.
Uma falha de eletricidade afetou hoje pelas 11:30 várias zonas do país, indicaram diversos relatos feitos à Lusa, desconhecendo-se para já as causas da mesma.
O ministro Adjunto e da Coesão Territorial admitiu hoje que o apagão energético que afeta Portugal possa ser devido a um ciberataque, adiantando que está também a afetar Espanha, França e Alemanha.
Em declarações à RTP 3, Manuel Castro Almeida, questionado sobre a possibilidade de se tratar de um ciberataque, respondeu que “há essa possibilidade, mas não está confirmada”.
“Há essa possibilidade, de facto”, referiu o ministro, salientando que tinha ainda pouca informação e que a que dispunha não era confirmada.
“Sei que abrange vários países da Europa - Portugal, Espanha, França e Alemanha e creio que também Marrocos”, referiu Castro Almeida, para quem em causa está uma “coisa em grande escala que, pela dimensão que tem, é compatível com um ciberataque”,
“Mas é uma informação não confirmada”, reiterou.