O presidente da câmara baixa do parlamento russo (Duma) acusou a Ucrânia de ter abatido um avião IL-76 que transportava 65 prisioneiros ucranianos, junto à fronteira.
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"Mataram os seus próprios soldados no ar, as mães e filhos estavam à espera deles", declarou Vyacheslav Volodin, presidente da câmara baixa do parlamento russo (Duma), no hemiciclo, em Moscovo, citado pela agência francesa AFP.
O Governo russo indicou que um avião de transporte militar IL-76 com 74 pessoas a bordo, incluindo 65 ucranianos para uma troca de prisioneiros, se despenhou hoje na região de Belgorod, perto da fronteira ucraniana.
"Abateram os nossos pilotos que estavam numa missão humanitária (...) com mísseis americanos e alemães", acusou Volodin perante os deputados russos.
Segundo Moscovo, ninguém sobreviveu à queda do avião. "O regime de Kiev cometeu um ato terrorista ao abater um avião de transporte militar russo que voava do aeródromo de Chkalovsky para Belgorod para transportar militares ucranianos para uma troca", afirmou o Ministério da Defesa da Rússia.
O ministério disse que os radares russos registaram "o lançamento de dois mísseis ucranianos" a partir de Lyptsi, uma aldeia na região ucraniana de Kharkiv, que faz fronteira com a Rússia.
A Ucrânia ainda não reagiu às acusações russas.
"A liderança ucraniana estava bem ciente de que, de acordo com a prática estabelecida, os militares ucranianos a serem trocados seriam levados hoje por aviões militares para Belgorod", frisa o ministério russo.
A troca deveria ter ocorrido esta tarde no posto de Kolotilovka, na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, acrescentou o Ministério da Defesa russo.
Duma quer saber de quem eram os mísseis
Na sua intervenção no hemiciclo, Vyacheslav Volodin anunciou que a Duma irá preparar um apelo ao Congresso dos Estados Unidos e ao Parlamento Federal da Alemanha para que se descubra que mísseis poderão ter causado a queda do avião.
O chefe da Duma disse que a iniciativa se destina a que os congressistas norte-americanos e os deputados alemães "possam finalmente ver quem estão a financiar e quem estão a ajudar".
"É o regime nazi. (...) Eles têm de assumir a sua responsabilidade e os deputados têm de os acusar", afirmou Volodin, citado pela agência oficial russa TASS.
O acidente ocorreu cerca das 11 horas de Moscovo (8 horas em Portugal continental). "A bordo encontravam-se 65 prisioneiros do exército ucraniano transportados para a região de Belgorod para uma troca, seis membros da tripulação e três acompanhantes", disse o Ministério da Defesa russo num comunicado citado pela TASS.