Autoridade de saúde avalia na quarta-feira origem de surto de legionela em Caminha
Um homem de 97 anos, residente em Moledo, foi diagnosticado, esta terça-feira, com legionela. É o sétimo caso identificado no concelho de Caminha.
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As autoridades de saúde continuavam ao início da noite no terreno, a investigar a origem do surto, que afeta residentes em três freguesias: Vila Praia de Âncora (5), Vilarelho (1) e Moledo (1). Deverão avaliar, na quarta-feira, quais os equipamentos suspeitos.
Segundo o Delegado de Saúde do Alto Minho, Luís Delgado, o surgimento de mais um caso diagnosticado com a doença dos legionários “não indicia” que o número vai continuar a aumentar.
“Em teoria podem surgir mais casos, mas eu não prevejo”, afirmou aquele responsável, deixando em aberto essa possibilidade dado que o período de incubação da doença vai até dez dias. Luis Delgado sublinhou que, por uma questão de prevenção está a recomendar que, “as pessoas mais vulneráveis e idosas, devem-se recatar na situação”.
“A associação de pais do agrupamento de Vila Praia de Âncora perguntou se os meninos podem beber água. Claro que podem. A contaminação é através de inalação de aerossóis (goticulas de vapor, contaminadas com a bactéria legionela) e não através da ingestão de água”, destacou aquele responsável, adiantando que, dos sete casos confirmados até agora, apenas um se revelou “mais grave”. “Na altura, quando foram internados, houve uma senhora, que por acaso é das mais novas, tem 60 anos, que esteve nos cuidados intensivos, mas em contrapartida um senhor mais idoso já teve alta e está no seu domicílio”, disse.
O primeiro caso deu entrada no hospital de Viana do Castelo na passada sexta-feira, dia 10 de novembro.
As autoridades de saúde continuavam ontem a procurar "identificar os locais que possam ser o foco de contaminação de legionela”. “Depois vamos fazer análises dos casos suspeitos. Ainda não há certeza de nada”, afirmou Luís Delgado esta terça-feira (cerca das 19.00 horas), sublinhando quanto a equipamentos que possam ter dado origem o surto, todas as hipóteses estão em cima da mesa, incluindo a piscina municipal de Vila Praia de Âncora, que a população vai apontando como possível origem do foco.
“Tudo é possível, mas neste momento não tenho nenhuma suspeita.
Há uma carta sanitária de legionela e há pontos que são importantes nesta situação. Nós estamos a cumprir isso”, indicou Delgado, indicando que esta quarta-feira irá reunir com a equipa que esteve no terreno, compreendendo vários elementos como técnicos de saúde ambiental e médicos de saúde de pública, para “avaliação” dos locais identificados como suspeitos.
As pessoas afetadas, duas do sexo feminino e cinco do sexo masculino, têm idades compreendidas entre os 54 e os 97 anos.
“Estou preocupado, mas estamos a aguardar o resultado da investigação, para saber em que medida podemos actuar”, disse o presidente da câmara de Caminha, Rui Lages.
Oposição pede encerramento de equipamentos
A coligação O Concelho em Primeiro (PSD/CDS-PP/Aliança/PPM), oposição na câmara de Caminha, apelou, em comunicado citado pela Lusa, ao encerramento de equipamentos públicos, como as piscinas municipais, para travar a propagação da infeção por ‘legionella’, após a identificação de sete casos da doença.
“Não faz sentido”, diz delegado de saúde
Luis Delgado, considerou que encerrar equipamentos “não faz sentido nenhum, enquanto a unidade de saúde pública e o delegado de saúde, não determinarem quais são os casos suspeitos e depois vão confirmar”. “Não justificação para suspender seja o que for”, disse.