Gaivotas e pombas estão mais agressivas na procura de comida, atacam os turistas e criam problemas a quem tem negócios com esplanadas, chegando a originar incidentes na Baixa e Centro Histórico do Porto e na Ribeira de Gaia.
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Uma gaivota já roubou uma costeleta do prato numa esplanada e os empresários desesperam por uma solução. Bordalo e Sá, biólogo, considera que é preciso arranjar uma solução para este "problema de saúde pública", que tem tendência a piorar se não houver intervenção. A sensibilização do público, designadamente para não alimentar as aves, é considerada essencial para ajudar a resolver a questão.
Embora não sejam uma novidade completa, os ataques têm sido mais frequentes e mais agressivos. O cerco é permanente. Como a reportagem do JN constatou, há aglomerados de animais junto a locais onde existe comida e, à menor distração, os clientes podem ver a sua refeição a voar.
"Ainda há dias, uma gaivota pegou numa costeleta com cerca de 300 gramas. Claro que, devido ao peso, acabou por cair, mas tive de repor o prato ao cliente, fiquei com o prejuízo, e os clientes à volta sentiram-se incomodados e quiseram ir para a sala interior", explicou Luís Carlos Silva, proprietário da Churrasqueira A Brasa, na Praça da Batalha.
Lixo mal colocado
O problema levou à adoção de soluções de improviso, como a instalação de espantalhos que simulam uma águia – o predador natural das gaivotas – ou mesmo à utilização de drones. No entanto, o descanso é sol de pouca dura, porque quando as aves se apercebem do truque voltam a atacar.
"O cliente sente-se inseguro o que, só por si, já não é bom. Como um vizinho nosso já tentou um drone a imitar uma ave de rapina e não funcionou, temos um funcionário que está encarregado de estar atento a este fenómeno", explicou Sandra Almeida, gerente da Casa Portuguesa do Pastel de Bacalhau do Porto.
Os comerciantes têm noção de que não é só devido ao crescente número de animais que os problemas existem. O lixo colocado em sítio impróprio e o facto de as pessoas alimentarem gaivotas e pombas também contribui para que as aves retornem aos sítios onde tiveram comida.