Israel e Hamas aceitaram hoje um acordo de cessar-fogo para a Faixa de Gaza que prevê também a libertação de reféns, indicaram fontes próximas das negociações às agências noticiosas France-Presse (AFP) e Associated Press (AP), que citam mediadores.
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Os "detalhes finais" do cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza da troca de reféns ainda estão a ser ultimados, realçou hoje à noite o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. Num comunicado divulgado durante a noite, o gabinete do primeiro-ministro frisou que apenas será divulgada uma declaração oficial de Benjamin Netanyahu "depois de finalizados os detalhes finais, que estão atualmente a ser resolvidos".
A declaração de Netanyahu surgiu horas depois de os Estados Unidos e o Qatar terem anunciado o acordo, que pretende interromper a devastadora guerra de 15 meses em Gaza e abrir caminho para que dezenas de reféns regressassem a casa.
Terminamos por agora o acompanhamento ao minuto do anúncio de cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Continue a seguir toda a matéria noticiosa relevante sobre este e outros temas no site e nas redes sociais do JN.
O diretor da agência da ONU para os refugiados palestinianos apelou hoje para uma entrada rápida, sem entraves e ininterrupta de ajuda humanitária em Gaza, após o anúncio de um cessar-fogo para findar mais de 15 meses de guerra. “O que é necessário é um fluxo rápido, desimpedido e ininterrupto de ajuda humanitária (…) para dar resposta ao enorme sofrimento causado por esta guerra”, escreveu o diretor da UNRWA, Philippe Lazzarini, na rede social X (antigo Twitter).
Na mesma mensagem, publicada hoje à noite, o responsável da ONU saudou um acordo que deverá “trazer o tão necessário alívio ao povo da Faixa de Gaza e a libertação dos reféns” mantidos em cativeiro naquele enclave palestiniano.
Após 15 meses de sangue derramado e de um imenso rol de penosas rondas negociais entre Doha e o Cairo, com a mediação de cataris, egípcios e norte-americanos, foi alcançado entre Israel e o Hamas o acordo de cessar-fogo que abre portas, em três fases, à deposição das armas na flagelada Faixa de Gaza e que permitirá a libertação de quase uma centena de reféns – vivos e mortos –, ainda nas mãos do movimento islamita, e de prisoneiros palestinianos encarcerados nas prisões de Israel. Anunciado pelo primeiro-ministro do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, e confirmado pelo presidente Joe Biden – que delineou a proposta –, o acordo, ainda não formalmente apresentado e que entra em vigor a 19 de janeiro, pressupõe uma fase inicial de seis semanas, com a retirada gradual das forças israelitas do enclave.
- O Hamas e Israel concordaram com um acordo de cessar-fogo, confirmou o Catar, nesta quarta-feira, em Doha. O acordo, que deve começar no domingo e durará 42 dias, visa a suspensão dos ataques e a troca de reféns sequestrados pelo grupo radical palestiniano e de cidadãos palestinianos detidos em prisões israelitas. À luz do acordo, deverão também ser facilitadas as deslocações de pessoas feridas em ataques israelitas e pessoas doentes que precisem de receber tratamento, bem como o regresso de palestinianos deslocados à força pelas forças de Telavive para as suas casas na Faixa de Gaza.
- O gabinete de segurança de Israel vai reunir-se às 11 horas locais de quinta-feira (9 horas em Portugal continental), para aprovar o acordo de cessar-fogo e a libertação de reféns em Gaza, seguindo-se a votação em Conselho de Ministros - o Governo deve votar favoravelmente.
- O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, não hesitou em reivindicar os créditos pelo acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, numa nota publicada na sua rede social (a Truth Social), descrevendo-o como "épico" e apenas possível graças à vitória republicana, que sinalizou ao mundo inteiro que a sua administração procurará a paz, "para garantir a segurança de todos os norte-americanos" e seus aliados.
- Num segundo momento, o ainda presidente norte-americano, o democrata Joe Biden, confirmou que os EUA fizeram e farão parte da solução, que "interromperá os combates em Gaza, aumentará a assistência humanitária muito necessária aos civis palestinianos e reunirá os reféns com as suas famílias ao fim de mais de 15 meses em cativeiro".
- O Egito está “a preparar-se para trazer a maior quantidade possível de ajuda para a Faixa de Gaza”, estando em andamento as operações no sentido de abrir a passagem palestiniana de Rafah para permitir a entrada de ajuda internacional no enclave palestiniano, de acordo com relatos da comunicação social egípcia.
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, saudou hoje o acordo de cessar-fogo que "abre a porta ao regresso dos reféns na posse do Hamas" e "ao fim do sofrimento imenso da população palestina" em Gaza.
"Portugal apoiará todos os esforços para fazer deste acordo uma realidade e estabilizar a situação na Faixa de Gaza e na região", afirma Marcelo Rebelo de Sousa, numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet.
Nessa nota "o presidente da República saúda o acordo de cessar-fogo em Gaza, anunciado esta tarde pelos mediadores" referindo que "esta decisão abre a porta ao regresso dos reféns na posse do Hamas desde o fatídico ataque de 07 de outubro de 2023, assim como ao fim do sofrimento imenso da população palestina na Faixa de Gaza".
“O acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas é uma boa notícia e um sinal de esperança no futuro. Importa agora criar condições para intervir na situação humanitária em Gaza, que é crítica, e libertar os reféns, após longos meses de sofrimento”, escreveu o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, numa nota publicada nas redes sociais. “A estabilidade regional só será alcançada com uma solução de dois Estados” e respeitando o direito internacional.
O primeiro-ministro português saudou hoje o “muito aguardado” anúncio de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, desejando que este passo traga “uma paz duradoura à região.
“Saúdo o há muito aguardado anúncio de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, incluindo a libertação dos reféns, a retirada das forças israelitas e o acesso de ajuda humanitária a Gaza. Um passo necessário rumo a uma paz duradoura”, escreveu Luís Montenegro, na sua conta na rede social X.
O presidente israelita, Isaac Herzog, saudou hoje cautelosamente o recém-anunciado acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza com o movimento islamita palestiniano Hamas, afirmando tratar-se de “um dos maiores desafios” que Israel já enfrentou.
“Não tenhamos ilusões. Este acordo, quando for assinado, aprovado e aplicado, trará consigo momentos profundamente dolorosos, desafiantes e angustiantes”, augurou.
Sabendo disso, Herzog apelou ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para aprovar o acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, após mais de 15 meses de guerra.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, saudou hoje o acordo para um cessar-fogo em Gaza e para a libertação de reféns, esperando que permita o “acesso imediato” da ajuda humanitária ao enclave.
“Saúdo o acordo de cessar-fogo e de libertação de reféns alcançado hoje. Espero que este acordo ponha fim ao sofrimento dos civis e que aqueles que estão em cativeiro possam reunir-se com os seus entes queridos”, sublinhou o ex-primeiro-ministro português.
Para António Costa, o cessar-fogo “deve permitir o acesso imediato à ajuda humanitária tão necessária e criar as condições para a recuperação e reconstrução de Gaza”.
“A UE continua empenhada numa paz abrangente, justa e duradoura, baseada na solução dos dois Estados”, destacou ainda o ex-primeiro-ministro português.
O primeiro-ministro do Catar confirmou hoje um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, após 15 meses de conflito, avançando que a trégua deverá entrar em vigor no domingo.
O anúncio de Mohammed bin Abdulrahman Al Thani ocorreu em Doha, capital do Catar, país mediador e que tem acolhido as negociações minuciosas indiretas que decorrem há várias semanas.
O líder do Catar referiu que o acordo alcançado abre o caminho para dezenas de reféns israelitas regressarem a casa, confirmando a libertação de 33 reféns israelitas durante a primeira fase da trégua na Faixa de Gaza, cenário de uma guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas desde 7 de outubro de 2023.
O governante especificou que a primeira fase da trégua tem uma duração prevista de 42 dias. “O Hamas vai libertar 33 prisioneiros israelitas, incluindo mulheres civis (...), crianças, idosos, civis doentes e feridos, em troca de vários prisioneiros detidos nas prisões israelitas. Os pormenores das fases dois e três da trégua serão finalizados quando a primeira fase for concretizada”, acrescentou numa conferência de imprensa.
Nas mesmas declarações, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani anunciou que o Catar, o Egito e os Estados Unidos – países que passaram o último ano a tentar mediar o fim da guerra na Faixa de Gaza e a libertação dos reféns - vão controlar a aplicação do acordo de tréguas através de um mecanismo de vigilância estabelecido no Cairo.
“Será criado um mecanismo de vigilância gerido pelo Egito, o Catar e os Estados Unidos. Com sede no Cairo, este mecanismo vai envolver uma equipa conjunta dos três países para acompanhar a aplicação do acordo”, afirmou.
O gabinete de segurança de Israel vai reunir-se às 11 horas locais (9 hora sem Portugal continental) de quinta-feira para aprovar o cessar-fogo em Gaza e o acordo de libertação de reféns, segundo o "Times of Israel", que cita os meios de comunicação social hebraicos.
O governo israelita vai votar o acordo na quinta-feira, esperando-se que a maioria dos ministros aprove, disse um funcionário do governo à Reuters.
O Governo português saudou e manifestou hoje o seu apoio ao acordo entre o Israel e o Hamas para um cessar-fogo em Gaza e para a libertação de reféns, sublinhando que permitirá "avançar rumo a uma solução política duradoura".
"O Governo português saúda e apoia o acordo entre Israel e o Hamas para a libertação de reféns e pausa nas hostilidades na Faixa de Gaza. O cessar-fogo permitirá aliviar o sofrimento das populações envolvidas e avançar rumo a uma solução política duradoura", pode ler-se, numa publicação do Ministério dos Negócios Estrangeiros na rede social X.
O presidente cessante norte-americano, Joe Biden, afirmou hoje que a sua administração e a equipa do presidente eleito, Donald Trump, “dialogaram como uma equipa” durante as negociações sobre o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza.
“Eu sabia que este acordo teria de ser implementado pela próxima equipa, por isso disse à minha equipa para se coordenar estreitamente com a nova equipa para garantir que todos falávamos a uma só voz”, afirmou Biden, a partir da Casa Branca, ladeado pela vice-presidente Kamala Harris e o secretário de Estado Antony Blinken.
Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas chegaram hoje a um acordo de cessar-fogo para interromper a guerra devastadora na Faixa de Gaza, que já fez mais de 46.700 mortos.
Biden assegurou ainda que os reféns norte-americanos serão libertados como parte do acordo, que prevê a libertação, em várias fases, de dezenas dos detidos pelo Hamas e de centenas de prisioneiros palestinianos em Israel.
O acordo também permitirá a entrada da ajuda humanitária no território devastado por 15 meses de guerra.
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, saudou hoje o acordo para um cessar-fogo em Gaza e para a libertação dos reféns e instou as partes envolvidas a garantirem que seja totalmente implementado.
Numa breve declaração à imprensa, na sede da ONU em Nova Iorque, Guterres indicou que a prioridade a partir de agora deve ser "aliviar o tremendo sofrimento causado por este conflito".
"As Nações Unidas estão prontas para apoiar a implementação deste acordo e aumentar a entrega de ajuda humanitária sustentada aos inúmeros palestinianos que continuam a sofrer", afirmou.
Fotos: Bashar Taleb/AFP e Mohammed Saber/EPA
“Saúdo o acordo de cessar-fogo e o acordo sobre os reféns entre Israel e o Hamas, que trará um muito necessário descanso às pessoas afetadas por este conflito devastador”, afirmou a Comissária Europeia Dubravka Suica, na rede social X (antigo Twitter).
O acordo prevê um cessar-fogo inicial de seis semanas com a libertação pelo Hamas de 33 reféns. Por cada refém libertado, Israel libertará dezenas de prisioneiros palestinianos.
O Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos defendeu que o acordo iminente para a libertação dos israelitas ainda retidos nas mãos do Hamas “chega tragicamente tarde” para os cerca de 30 que já morreram.
O Fórum, que representa os 251 israelitas sequestrados no ataque do Hamas a Israel a 7 de outubro de 2023, disse que se congratula e valoriza o regresso de cada refém, considerando que “representa a esperança e o alívio imediato de uma família”.
Num comunicado que tem como pano de fundo um iminente acordo entre o Hamas e Israel, o Fórum lembra que há mais de um ano que se manifesta semanalmente para exigir este pacto entre as partes e apelou à criação urgente de “um quadro que garanta o regresso de cada pessoa que permanece cativa”.
Do total, estima-se que 94 reféns permaneçam em Gaza e as autoridades israelitas estimam que pelo menos 34 estejam mortos, embora o número possa ser superior. Além disso, os corpos de 40 pessoas sequestradas foram recuperados.
Terça-feira, os familiares dos sequestrados mostraram-se céticos em relação ao acordo, uma vez que o retorno dos reféns ocorrerá gradualmente ao longo de três fases, das quais apenas a primeira está garantida, com a libertação de 33.
“Embora realizemos todas as reuniões, a nossa missão estará incompleta até que todos os reféns, os vivos e os mortos, regressem para casa. Não descansaremos até vermos todos os reféns regressarem a casa”, sublinhou a organização.
Assim que a Imprensa internacional anunciou o acordo de tréguas entre Israel e o Hamas, junto ao campo de refugiados de Jan Yunis centenas de palestinianos celebraram uma pausa no conflito que se iniciou aquando do ataque do Hamas a Israel, a 7 de outubro de 2023. Num vídeo partilhado na rede social X, o jornal espanhol "El País" dá conta desses primeiros momentos de celebração.
Do gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, chega a informação de que ainda existem "várias cláusulas" do acordo por resolver, que deverão ser revistas nas próximas horas.
De acordo com a BBC, 94 das 251 pessoas feitas reféns a 7 de outubro de 2023 ainda estão em Gaza. Acredita-se que 34 estejam mortas.
Donald Trump afirmou esta quarta-feira que o acordo "épico" de cessar-fogo entre Israel e o Hamas só poderia ter acontecido como resultado da sua "vitória histórica" de novembro.
Boa tarde, iniciamos aqui um minuto a minuto sobre as negociações que decorrem sobre o conflito no Médio Oriente. Israel e Hamas aceitaram hoje um acordo de cessar-fogo para a Faixa de Gaza que prevê também a libertação de reféns, indicaram fontes próximas das negociações às agências noticiosas France-Presse (AFP) e Associated Press (AP), que citam mediadores.
O Catar, principal mediador com os Estados Unidos e o Egito, disse na terça-feira que as negociações estavam "na fase final" e que os "principais problemas" haviam sido resolvidos, estando o acordo para "muito em breve".
Segundo noticia a BBC, o acordo permitirá que centenas de milhares de pessoas que saíram de Gaza regressem às suas casas.
Uma questão muito importante para os palestinianos é que o acordo engloba também o acesso a 600 camiões de ajuda, que poderão entrar em Gaza a partir de Rafah.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, reuniu-se com a líder da Cruz Vermelha Internacional, Mirjana Spoljaric, de forma a preparar a transferência de reféns.
Num comunicado distribuído há alguns minutos e citado pela BBC, Herzog destacou a missão "delicada" e de extrema importância em curso. A Cruz Vermelha, por sua vez, explicou ao presidente israelita as dificuldades que vão ser enfrentadas nesta operação de retirada de reféns de Gaza.
As negociações em Doha avançaram muito nos últimos dias e um rascunho final para uma trégua e a libertação dos reféns foi apresentado às autoridades israelitas e ao grupo islamita Hamas. Saiba aqui como é a proposta e o que falta para esta ser implementada