O deputado não inscrito, Miguel Arruda, reativou a conta do “X” (antigo Twitter) e não poupou os ex-colegas de partido, os deputados Pedro Frazão e António Pinto Pereira, a quem acusa de pertencerem a organizações secretas.
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Miguel Arruda regressou com estrondo à rede social que tinha apagado quando se soube que era suspeito de furtar malas nos aeroportos de Lisboa e Açores. Em duas publicações visou diretamente os deputados Pedro Frazão e António Pinto Pereira, afirmando que estava a responder “aos ataques vis e cobardes” feitos por aqueles deputados na mesma rede social.
Quanto a Pedro Frazão, Miguel Arruda acusou-o de pertencer a uma “organização secreta de numerários e fanáticos”, referindo-se à Opus Dei da qual o deputado é membro supranumerário. Insinuou, ainda, que Pedro Frazão se autoflagia e que não é apenas heterossexual: “Não convido, outros jovens a pertencerem a uma alegada Obra de Deus, nem me autoflagio com cilício ao mímino sinal de pecado. Sempre lidei bem com a minha sexualidade, sempre fui e serei heterossexual”. Pedro Frazão é casado e pai de oito filhos.
O outro visado por Miguel Arruda foi António Pinto Pereira, advogado que liderou a lista do Chega às Legislativas pelo círculo eleitoral de Coimbra: “A presunção de inocência é um estatuto que o senhor, como advogado, deveria conhecer, mas por motivos políticos e estratégicos colocou na gaveta”.
Nessa gaveta, acrescenta Arruda, António Pinto Pereira “guarda o avental, esquadro e compasso”, referindo-se à Maçonaria. Arruda acrescenta que nunca aliciou “jovens para pertencerem ao Grande Arquitecto” (Maçonaria) e que nunca esteve ligado “a associações islâmicas”. Por fim, remata a dizer que nunca viu ovnis, numa alusão à informação partilhada por António Pinto Pereira em dezembro passado, onde assegurava estar a divulgar um vídeo verdadeiro de ovnis que depois se revelou ser falso.
António Pinto Pereira reagiu ao polémico regresso de Miguel Arruda às redes sociais para dizer que a Maçonaria e a Opus Dei “não são organizações secretas, quanto muito são discretas”, mas que “estimulam os valores, os princípios e a ética”, não se podendo dizer “que são organizações demoníacas”.
Recorde-se que Miguel Arruda suspendeu a conta do "X" quando foi conhecida a suspeita de que roubou malas dos aeroportos de Lisboa e dos Açores desde que foi eleito deputado, há quase um ano. Na sequência do caso, Arruda desvinculou-se do Chega e passou a ser criticado por vários elementos do partido.